Sumários

Alterações da Fecundidade

6 Março 2020, 10:00 João dos Santos Ramalho Cosme

Apresentação do modelo explicativo da Transição Demográfica. Sinais na burguesia e alta nobreza. Leitura de uma nota de 8 de Março de 1676, de madame de Sevigné, onde na sua correspondência dá conta do desejo de ter um herdeiro e da carga de haver muitos, em especial raparigas que é preciso dotar ou meter no convento; Descreve o enfraquecimento físico da mãe submetida aos nascimentos quase anuais porque não amamentava, refugiando-se na abstinência sexual para espaçar as gravidezes; e dá conta da frustração do marido que deseja ter relações sexuais. Leitura de uma nota, de 1792, onde a condessa de Sutherland escrevia de Paris a referir que as senhoras francesas ficam espantadas que alguém possa ser tão besta ao ter três filhos. Razões que estariam subjacentes às motivações contraceptivas das classes superiores: casamento cedo; amas de leite e desejo de preservar a herança.    


Recuperação poipulacional da Europa

3 Março 2020, 10:00 João dos Santos Ramalho Cosme

Identificação e cronologia das principas carestias em diversos países da Europa nos séculos XVI, XVII e XVIII. A correlação positiva, defendida por Jean Meuvret, entre preços dos cereais e mortalidade. Início do estudo das alterações dos comportamentos da variáveis demográficas (mortalidade): conceito e modelo explicativo da Transição Demográfica.


Recuperação populacional na Europa (sécs. XVI-XVIII)

28 Fevereiro 2020, 10:00 João dos Santos Ramalho Cosme

Recuperação populacional na Europa (sécs. XVI-XVIII): Forte recuperação dos efectivos humanos (mais fácil conhecer nas cidades e vilas do que nos campos). Cada região teve o seu ritmo (datas), mas, em regra, sempre depois de 1420. No séc. XVI – crescimento demográfico, embora com ritmos diferentes, nas diversas zonas da Europa. Esta dinâmica vai ser quebrada pela Guerra dos30 Anos e pelos surtos epidémicos. Em 1600, todos os países (num contexto das actuais fronteiras) atingiram os quantitativos populacionais anteriores à Peste Negra. Excepto: Islândia (afectada por período glaciar), Chipre e Hungria (estes, invasão Otomana. Daí impulso agrícola, artesanal e comercial estimulado pelo crescimento demográfico. Saída – Expansão Ibérica. Cronologia dos principais eventos bélicos e surtos epidémicos (sécs. XVII-XVIII). 


A Peste Negra e os momentos posteriores

21 Fevereiro 2020, 10:00 João dos Santos Ramalho Cosme

A guerra dos 100 anos, entre 1337 e 1453, coloca não só os franceses e os ingleses em conflito mas também toda a Europa ocidental, além de outros conflitos internos. Para fazer a guerra era preciso dinheiro, dai a carga fiscal praticada à população. Alguns autores apontam como a causa para a crise populacional este aumento fiscal. Também é a partir desta altura que começa a existir documentação a elencar os contribuintes de modo a que nenhum fuja aos impostos. A cristandade latina teria cerca de 60 milhões de almas, por volta de 1300. Assim, seria uma população superior à do Império Romano, ocupando apenas uma área de cerca de 40% desse território. Para compreender o que sucedeu na Cristandade Latina na viragem do Mundo Cheio, temos de nos colocar muito tempo antes e logo remontar até à fonte da modificação. Tudo assenta numa modificação do sistema de matrimónio. O sistema de matrimónio europeu é único, sem precedente e sem corolário. No exterior pode caracterizar-se por duas características: existência de um celibato definitivo feminino e sobretudo pela atraso da idade de matrimónio das mulheres, com uma rigorosa abstenção das relações sexuais fora do matrimónio. O uso do celibato definitivo feminino (que é o recurso de um número ínfimo em todas as civilizações) foi estreitamente confinado. Em alguns círculos limitados, aristocracia média e alta burguesia, pode alcançar 30 a 35% da população feminina nos séculos XVII e XVIII


A Peste Negra e os momentos posteriores

18 Fevereiro 2020, 10:00 João dos Santos Ramalho Cosme

Os sinais de desacelaração e até mesmo de crise populacional nos primeiros anos do século XIV (antes da Peste Negra). Uma das situações teve a ver com o crescimento muito acentuado (sobrepopulação) no século XIII, face aos recursos disponíveis. Chega-se pois a um momento de incapacidade para dar resposta às necessidades da população, principalmente quando também surgem ocorrências conjunturais, tais como as climáticas. Assim, a escassez de bens alimentares face às necessidades das populações provoca uma crise: fome entre 1315/17. Existem, pois, 2 anos sequenciais de falta de alimentos. A guerra dos 100 anos, entre 1337 e 1453, coloca não só os franceses e os ingleses em conflito mas também toda a Europa ocidental, além de outros conflitos internos. Para fazer a guerra era preciso dinheiro, dai a carga fiscal praticada à população. Alguns autores apontam como a causa para a crise populacional este aumento fiscal. Também é a partir desta altura que começa a existir documentação a elencar os contribuintes de modo a que nenhum fuja aos impostos. A cristandade latina teria cerca de 60 milhões de almas, por volta de 1300. Assim, seria uma população superior à do Império Romano, ocupando apenas uma área de cerca de 40% desse território. Para compreender o que sucedeu na Cristandade Latina na viragem do Mundo Cheio, temos de nos colocar muito tempo antes e logo remontar até à fonte da modificação. Tudo assenta numa modificação do sistema de matrimónio. O sistema de matrimónio europeu é único, sem precedente e sem corolário. No exterior pode caracterizar-se por duas características: existência de um celibato definitivo feminino e sobretudo pela atraso da idade de matrimónio das mulheres, com uma rigorosa abstenção das relações sexuais fora do matrimónio. O uso do celibato definitivo feminino (que é o recurso de um número ínfimo em todas as civilizações) foi estreitamente confinado. Em alguns círculos limitados, aristocracia média e alta burguesia, pode alcançar 30 a 35% da população feminina nos séculos XVII e XVIII