Sumários
A Pré-colonização
20 Setembro 2018, 10:00 • Ana Margarida Costa Arruda dos Santos Gonçalves
Teses que tentaram solucionar a dicotomia existente entre a cronologia atribuída pelos autores clássicos à fundação de Gadir (século XII a.n.e.) e as datas que, nos finais dos anos 50 e nos 60 do século XX, se podiam inferir dos materiais arqueológicos recolhidos, primeiro em Lixus, e, mais tarde, nas então designadas «feitorias paleo-púnicas» da costa de Málaga e de Granada (séculos VIII/VII a.n.e.).
As críticas ao modelo de Tarradel são também apresentadas, tendo em conta não só o facto de os fenómenos ocorridos no Ocidente durante a primeira metade do 1º milénio a.n.e. terem sido decorrentes de factos que tiveram lugar no Oriente, mas também os novos dados entretanto aduzidos aos já existentes, quer no que se refere à colonização propriamente dita, quer aos momentos que imediatamente a precederam, destacando-se, em ambos casos, os da cronologia absoluta.
Chama-se também a atenção para os elementos que permitem identificar a existência, nos momentos finais do 2º milénio a.n.e., de estreitos contactos entre o Atlântico e o Mediterrâneo, contactos que se materializaram num já vasto conjunto de espólios encontrados nos territórios banhados pelos dois mares (e muitas vezes em áreas interiores), valorizando-se igualmente, neste processo, o papel jogado quer pelas comunidades atlânticas, responsáveis pelo chamado «mercado atlântico», quer pelas mediterrâneas, e ainda pelos indígenas da Península Ibérica.
Ligações entre o Mediterrâneo Central e a Península Ibérica durante os séculos XII, XI e primeira metade do X, que se inscreveram aparentemente num movimento mais vasto de trocas entre o Mediterrâneo e o Atlântico, e os intercâmbios culturais e de mercadorias que elas desencadearam, podem ser considerados «pré-coloniais», a não ser na sua asserção estrita (por terem acontecido num momento anterior à colonização propriamente dita). A pergunta que se coloca é se estes contactos, episódicos, irregulares e não sistemáticos, que ninguém discute, e que precederam a efectiva instalação de colonos, foram preparatórios da fase seguinte. E, naturalmente, se os agentes de um e de outro processo têm a mesma origem e idêntica motivação. Ou seja: se houve ou não continuidade entre a movimentação de populações entre o Mediterrâneo e o Atlântico durante o final da Idade do Bronze e o processo que conduziu à instalação de colónias fenícias no Ocidente.
Apresentação
17 Setembro 2018, 10:00 • Ana Margarida Costa Arruda dos Santos Gonçalves
Apresentação do programa. Enquadramento cronológico. Fontes. Bibliografia. Critérios de avaliação.