Sumários

Fenícios na Andaluzia

8 Outubro 2018, 10:00 Ana Margarida Costa Arruda dos Santos Gonçalves

Toscanos, Morro de Mezquitilla, Cerro del Villar, Almuñecar exemplos de colónias fenícias, localizadas a Oriente do Estreito de Gibraltar. A localização e implantação topográfica são devidamente apresentadas, de forma a tentar exprimir a existência de um padrão concreto de instalação, que pode, contudo, ser distinto de outros verificados em áreas diversas. 


Localização relativa entre os sítios de habitat e as áreas sepulcrais correspondentes, no contexto da determinação desse mesmo padrão. 

 

As arquitecturas domésticas, e o significado real dos novos planos arquitectónicos, previamente definidos. As necrópoles e os seus paralelos com os modelos conhecidos no Oriente; o tipo de rituais funerários praticados.  Espaços funerários em poço, e em vala simples, e monumentos funerários de Trayamar:  a diversidade social da população colonizadora. 

 

Os espólios associados quer aos povoados quer às necrópoles das colónias malaguenhas.


Os efeitos da instalação de colónias fenícias na costa de Málaga e de Granada  no hinterland.


Os dados materiais da colonização

4 Outubro 2018, 10:00 Ana Margarida Costa Arruda dos Santos Gonçalves

Arquitectura dos sítios fenícios: 1. as plantas rectangulares e quadrangulares, a estruturação em torno de eixos de circulação. Habitações com várias células; 2. as técnicas construtivas, como a utilização da terra nos alçados (adobes e taipa), a pavimentação de terra batida, os rebocos, por vezes pintados; 3. muralhas de casamatas e fossos de perfil em V.


Inovações tecnológiocas: a roda de oleiro; o moinho giratório: a técnica da redução do ferro; fabrico de artefactos de vidro; exploração de murex para a obtenção de colorantes destinados a tingir tecidos.

Alterações ambientais: diminuição da floresta, aumento da área cultivada, domesticação da vitis (produção de vinho), introdução de novas espécies animais, como os galináceos e o gado asino (alterações na dieta alimentar).

Uma nova cultura material. A cerâmica: novos tratamentos das superfícies: aplicação de engobes, pintura em bandas e reticulada; novas formas: pithoi, ânforas, pratos de bordo largo, ampolas, unguentários, jarros, lucernas. Novas hábitos sociais. Os artefactos metálicos: jarros, braseiros, queimadores. Fíbulas, espelhos. A ourivesaria: o granulado e a filigrana.

Uma nova religião: introdução de novos cultos, a divindades exógenas, e construção de espaços destinados a actividades religiosas, os sanytuários urbanos e empóricos.



A colonização do Ocidente: a fundação de Gadir

1 Outubro 2018, 10:00 Ana Margarida Costa Arruda dos Santos Gonçalves

A fundação de Gadir e a sua cronologia. Os textos clássicos (Veleio de Patérculo, Pseudi Aristóteles, Diodoro da Sicília. Pompónio Mela) e os dados arqueológicos . As escavações do teatro Cómico e a topografia do local. Os templos (Melkart, Baal Hamón, Astarté). Castillo de Doña Blanca e a implantação fenícia na Baía)


A colonização fenícia do Mediterrâneo Central

27 Setembro 2018, 10:00 Ana Margarida Costa Arruda dos Santos Gonçalves

Fenícios no Norte de África - Útica, Cartago e KErkouanne. Cronologias fundacionais, materiais, arquitecturas. Fenícios na Sicília. Instalação, geografia e topografia dos assentamentos. Dados arqueológicos: materiais e arquitecturas. Fenícios na Sardenha: uma ilha semita. Relações com o mundo nurágico do Bronze Final. A distribuição geográfica dos sítios de fundação fenícia na ilha. Tipologia dos asentamentos, os dados arqueológicos. 


Os tophets como fenómeno centro mediterrâneo. Salambô, Mozia, Santo Antioco. Características gerais e significados. O sacrifício infantil de tipo Molk generalidades e relação com a religião. As várias leituras (lugares de sacrifício ou necrópoles inmfantis). A infância no mundo pré-clássico.


Origem e causas da expansão para Ocidente

24 Setembro 2018, 10:00 Ana Margarida Costa Arruda dos Santos Gonçalves

Os fenómenos políticos e sociais que motivaram a expansão para Ocidente. 

A grave crise demográfica vivida pelos reinos de Tiro e Sídon a partir dos finais do século XI, literariamente documentada e arqueologicamente provada, o encerramento por parte dos reinos sírios da rota que da Fenícia conduzia à Anatólia, e as dificuldades sentidas pelas populações tírias no abastecimento de cereais no continente asiático, devido à pressão exercida pelo império Assírio sobre esses territórios, são dados que puderam ser acrescentados à clássica procura dos metais ocidentais.


A importância dada aos recursos metalíferos do Ocidente nos estudos sobre a colonização fenícia da Península Ibérica deve ser entendida no quadro das perspectivas teóricas do século XX sobre o colonialismo antigo, em geral, e o fenício, em particular. O facto de se dar como certo que o processo de instalação de populações orientais na área meridional da Península Ibérica decorria, apenas e exclusivamente, numa óptica de abastecimento do centro (o Oriente) pela periferia (o Ocidente), em áreas onde o centro era deficitário, caso dos metais, dificultou a interpretação deste processo em todas as suas vertentes possíveis. Tudo indica que a maioria das análises do colonialismo oriental no Ocidente se baseou na perspectiva de que este integrava uma mesma entidade única, na qual desempenharia uma função específica dentro de um sistema geograficamente alargado. Os modelos da «diáspora comercial» e da «colonização agrícola» foram também explicitados.