Close-reading de passagens do romance de Robbe-Grillet, Le Voyeur.  Uma narrativa que se se constrói na reconstituição "fantasmagórica" de uma ocorrência que nunca é directamente narrada: o papel dos simulacros, da recorrência de motivos, das evocações obsessivas que traçam uma hipótese de romance, uma hipótese de crime.

As variações abruptas de perspectiva: da narração neutra na terceira pessoa  aos estados de consciência da personagem relatados em discurso indirecto livre.  A corrente de consciência da personagem conduz-nos para fora do espaço delimitado em que a história se desenrola e provoca um efeito de simultaneidade temporal: entre o que se viveu, o que se vive e o que se projecta. Não seguimos, ao ler, o fio de uma intriga, mas a associação e sobreposição de imagens determina o caminho da leitura.

A descrição de objectos.