O Humanitismo

17 Fevereiro 2022, 11:00 ALVA MARTINEZ TEIXEIRO

O pessimismo e o capítulo do delírio de Brás Cubas.


A situação de "Memórias póstumas de Brás Cubas" numa terceira via de reação cáustica contra os paradigmas dos progressismos da altura.

O funcionamento deturpado de determinadas ideologias importadas da Europa num país sem tradição de pensamento teórico e onde prevaleciam muitas da condições coloniais.

O Humanitismo e as outras estratégias ironizantes e táticas humorísticas que veiculam a denigração de certas ideias filosóficas da altura.

O protagonismo conferido às disputas filosóficas através da centralidade narrativa de uma personagem isolada da realidade.

A possibilidade de edificar uma comunidade de leitores mais ampla através da mordacidade cáustica.

Breve análise dos mecanismos irónicos presentes no capítulo CXLI: o absurdo desenvolvido com paradoxal lógica (numa organização discursiva semelhante à da Modesta proposta de Swift) e a reverência no retrato do desvairado filósofo.



Bibliografia:

MURICY, Katia (1988): A razão cética (Machado de Assis e as questões do seu tempo) (São Paulo: Companhia das Letras).

PASSOS, José Luiz (2000): "Realism and moral reasoning: an analysis of Machado de Assis criticism of Eça de Queiróz", "Estudos portugueses e africanos", 36: 5-20.