A revisitação de Aristóteles e o conceito de verosimilhança no século XVII

9 Novembro 2015, 10:00 Maria João Monteiro Brilhante

Primeira aula dedicada à construção da doutrina clássica.  Tensões entre barroco e classicismo. Ordem, razão e clareza como princípios de representação da natureza.Crença num pensamento universal que remonta aos Grecos e vme até oa Sec. XVII inalterado. O artista e o poeta como construtores de uma imagem perfeita e harmoniosa do mundo depois da deriva do culto da maneira singular e da arte produtora de deleite e espanto perante a diversidade das formas da natureza. Avanços do conhecimento através das ciências (matemática e geometria) e separação progressiva entre filósofo, artista e cientista. Recusa da obscuridade e da desordem das representações literárias e pictóricas barrocas (do agrado da aristocracia) e defesa das regras e técnicas na composição de imagens verosímeis do mundo (do agrado do poder absolutista de Luis XIV). O papel dos doutrinários, o progressivo papel das Academias (que ensinam as regras, que validam as obras e as promovem) na determinação do que pode ou não pode ser representado, de como isso deve ser feito para instrução e prazer (Horácio). Importância da Poética de Aristóteles, traduzida no sec. XVI para italiano e Francês. A voz de Pierre Corneille (Discours de l'utilité et des parties du poème dramatique) no debate acerca da composição da tragédia regular, ou seja, seguidora das regras atribuídas a Aristóteles. Defesa do saber fazer do autor, contestação do indecoro da tragédia antiga e consciência histórica.