As invasões germânicas: migrações, etnogénese, refugiados e integrações. Medo, destruição e adaptação.

16 Abril 2019, 14:00 Rodrigo Furtado

CATASTROFISTAS

1.     Os acontecimentos:

a.      As ‘travessias’ godas (376-418); os Visigodos na Aquitânia: federados às ordens do Império;

b.     A travessia do Reno no final de 406: a ‘confusão’ hispânica: Vândalos, Suevos e as intervenções dos Visigodos às ordens do Império;

c.      A instabilidade a norte do Loire: Francos; Egídio (Soissons); Arbogasto (Trier); Riotamo (Bretanha); o abandono da Britânia (410);

d.     as incursões dos Hunos nos Balcãs e na Gália e a batalha dos Campos Cataláunicos (451) e a invasão da Gália Cisalpina (452); a morte de Átila (453);  

e.      a perda de Cartago (439);

 

2.     Factos arqueológicos (s. V-VI):

a.      simplificação económica: s. V (Norte do Loire); s. VI (sul da Europa);

a.      regresso a estruturas económicas de subsistência ou de produção regional;

b.     menor especialização da produção artesanal entre os s. V-VI;

c.      menor comércio a longa distância; o mercado de luxo mantem-se de forma muito limitada;

b.      grandes diferenças nas elites: em gerais mais pobres; desaparece a rica aristocracia senatorial (s. VI);

c.      simplificação das estruturas urbanas (abandono e atrofiamento):

*       O caso de Roma.

a.  ca. 1 d.C.: 1 milhão de habitantes;

b.  ca. 300 d.C.: 600 mil habitantes;

c.  ca. 420 d.C.: 300 mil habitantes;

d.  ca. 600 d.C.: 150 mil habitantes;

e.  ca. 800 d.C.: 30 mil habitantes.

*       diferenças regionais:

- Norte da Gália: encolhimento das cidades/desaparecimento das uillae; produção/distribuição mantém-se regional, como sempre tinha sido;

                                    -Hispânia: interior simplifica-se no s. V; a costa do Mediterrâneo só a partir de 550;

                                    - Itália: impacto no s. VI, mas mantém comércio e vida urbana;

                                    - África: exportações diminuem após 450; mas mantêm estruturas e cidades até s. VII;

3.     Não há Império Romano no Ocidente ca. 500;

4.     Existem “n” regna no Ocidente ca. 500: não se apresentam como Romanos; mesmo quando imitam Roma, não são Roma;

5.     Fim do Império como estrutura de administração política, fiscal e militar central;           

6.     Atrofiamento do mundo urbano: a riqueza está cada vez mais ligada à posse de terra e não ao desempenho da vida cívica/política;

a.       a irrelevância da vida política;

b.       a perda de importância das cidades: na esfera episcopal, mas sem outros dividendos políticos para as elites;

7.     a menor importância de saber Vergílio de cor: perde carácter de distinção. Serve para quê?