As invasões germânicas: migrações, etnogénese, refugiados e integrações. Medo, destruição e adaptação.
23 Abril 2020, 14:00 • Rodrigo Furtado
As invasões germânicas: migrações, etnogénese, refugiados e integrações. Medo, destruição e adaptação.
I
CATASTROFISTAS
1. Os acontecimentos:
a. As ‘travessias’ godas (376-418); os Visigodos na Aquitânia: federados às ordens do Império;
Foedus
etnogénese
b. A travessia do Reno no final de 406: a ‘confusão’ hispânica: Vândalos, Suevos e as intervenções dos Visigodos às ordens do Império;
c. o abandono da Britânia (410);
d. a perda de Cartago (439);
e. as incursões dos Hunos nos Balcãs e na Gália e a batalha dos Campos Cataláunicos (451) e a invasão da Gália Cisalpina (452); a morte de Átila (453);
f. A instabilidade a norte do Loire: Egídio (Soissons); Arbogasto (Trier); Riotamo (Bretanha); os Francos.
2. Factos arqueológicos (s. V-VI):
a. simplificação económica: s. V (periferias); s. VI (Europa W Mediterrânea);
a. regresso a estruturas económicas de subsistência ou de produção regional;
b. menor especialização da produção artesanal entre os s. V-VI;
c. menor comércio a longa distância; o mercado de luxo mantem-se de forma muito limitada;
b. grandes diferenças nas elites: em gerais mais pobres; desaparece a rica aristocracia senatorial (s. VI);
c. simplificação das estruturas urbanas (abandono e atrofiamento):
* O caso de Roma.
a. ca. 1 d.C.: 1 milhão de habitantes;
b. ca. 300 d.C.: 600 mil habitantes;
c. ca. 420 d.C.: 300 mil habitantes;
d. ca. 600 d.C.: 150 mil habitantes;
e. ca. 800 d.C.: 30 mil habitantes.
* diferenças regionais:
- Norte da Gália: encolhimento das cidades/desaparecimento das uillae; produção/distribuição mantém-se regional, como sempre tinha sido;
-Hispânia: interior simplifica-se no s. V; a costa do Mediterrâneo só a partir de 550;
- Itália: impacto no s. VI, mas mantém comércio e vida urbana;
- África: exportações diminuem após 450; mas mantêm estruturas e cidades até s. VII;
3. Não há Império Romano no Ocidente ca. 500;
4. Existem “n” regna no Ocidente ca. 500: não se apresentam como Romanos; mesmo quando imitam Roma, não são Roma;
5. Fim do Império como estrutura de administração política, fiscal e militar central;
6. Atrofiamento do mundo urbano: a riqueza está cada vez mais ligada à posse de terra e não ao desempenho da vida cívica/política;
a. a irrelevância da vida política;
b. a perda de importância das cidades: na esfera episcopal, mas sem outros dividendos políticos para as elites;
7. a menor importância de saber Vergílio de cor: perde carácter de distinção. Serve para quê?