A abordagem cognitiva da aprendizagem e da transmissão da religião. Descodificação das categorias das fontes europeias (conclusão).
13 Março 2018, 16:00 • José Augusto Nunes da Silva Horta
1. Conclusão do comentário a um texto de David Berliner e Ramon Sarró. A abordagem cognitiva da aprendizagem e da transmissão da religião; os modos doutrinário e "imagístico". O desfasamento entre a abordagem cognitiva e o contexto social da aprendizagem e transmissão.
2. Conclusão da análise de excertos da Descrição de Valentim Fernandes (1507). Quais as possibilidades da tradução inter-religiosa? O diálogo entre o informante de Fernandes, Álvaro Velho, e um ancião africano da Serra Leoa tal como reconstituído pelo primeiro. As dificuldades de tradução perante categorias ontológicas e modelos cognitivos diferentes; representações de "Deus" e diferentes dimensões cosmológicas ("Deus que criou o céu e a terra" e "o pau/árvore mandado de cima"); a árvore/madeira como operador simbólico, simultaneamente veículo do poder sagrado ou "espiritual" e identificada com o mesmo poder. A reconstituição possível da paisagem ritual da Serra Leoa no início do século XVI a partir da descodificação das categorias europeias do discurso (ídolo, feiticeiro, ermida, igreja, etc.).
Ver Berliner/Sarró e Valentim Fernandes: antologia, 1º caderno