emoções e rituais

17 Novembro 2020, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

NOVEMBRO                        3ª FEIRA                               13 Aula

 

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ZOOM

Conclusão de trabalhos

 

Apresentação de trabalhos conjuntos de reflexão sobre o luto, a partir de obra de Giovanni Frazzetto, por Ana Caetano (já iniciado), Mihaela Gradinaru e Beatriz Ferreira.

As três alunas fizeram uma apresentação criteriosa, bem articulada e suscitando sempre que possível os colegas a integrarem a discussão. Esta inspirou-se nas propostas do autor italiano, mas foi também alvo de comentário próprio decorrente da experiência das alunas.

 

Apresentámos duas propostas de saídas de campo, a serem discutidas entre os alunos e a considerar em data futura.

 

Propostas para saídas de campo:

The Mouse Trap/A Ratoeira de Agatha Christie Teatro Armando Cortez.

Esta sugestão partiu da aluna Ana Caetano que também redigiu a ficha de apresentação do espectáculo.

 

NOME DA PEÇA: A Ratoeira, The Mouse Trap

DURAÇÃO: 120m c/intervalo

LOCAL: Teatro Armando Cortez, 1600-583 Lisboa (Metro: Linha Azul (Carnide) + 2 min a pé)

 

PREÇO: Bilhete VIP 20€ ou 10€ (caso tenha menos de 23 anos); Plateia normal 18€ ou 10€ (caso tenha menos de 23 anos) Reservas 938 667 315. Os bilhetes podem ser adquiridos online, no entanto, após alguma pesquisa, parece-me que o acesso ao desconto mudou e só conseguimos desconto através da reserva telefónica.

*Compreendo que o preço não seja muito acessível, mas de qualquer modo aqui vai a sugestão.

ELENCO: Virgílio Castelo, Ângelo Rodrigues, Beatriz Barosa, Elsa Galvão, Filipe Crawford, Henrique de Carvalho, Luís Pacheco e Sofia de Portugal.

CONTEÚDO DA PEÇA: Um jovem casal converteu uma casa de campo num pequeno hotel, iniciando um negócio no ramo da hotelaria, mas que vive com dificuldades financeiras. Certa noite, devido a uma forte tempestade de neve, todos, incluindo os quatro hóspedes que lá se encontram, vêem-se isolados, ficando impedidos de saírem do hotel. Até que chega o detetive Trotter, que conseguiu ultrapassar as dificuldades da tempestade, caminhando até ao hotel com os seus esquis. Tortter vem avisar que um assassino está à solta e a dirigir-se para lá, depois de ter cometido um homicídio em Londres.
Mas, nessa mesma noite, quando uma das hóspedes aparece morta no hotel, fica evidente que o assassino já está entre eles. A suspeita cai de imediato sobre Christopher Wren, um jovem que tem uma aparência semelhante à descrição do criminoso, feita pelo detetive.
Após um minucioso questionário levado a cabo pelo detetive, fica evidente que o assassino pode ser qualquer um deles, inclusive os donos do hotel.
A revelação sobre que é o criminoso será chocante, até porque TODOS eram suspeitos…! A RATOEIRA é mais uma das incríveis histórias do fenómeno da literatura Agatha Christie, e tem batido recordes de bilheteira por todo o mundo, estando registada no Guinness Book of Records, como a peça há mais anos em cena! Mais precisamente há 67 anos!

 

 

SESSÕES

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Só eu escapei de Caryl Churchill, Teatro Aberto

https://www.teatroaberto.com/espetaculos/soeuescapei/#

 

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CONTACTOS
(+351) 213 880 089
bilheteira@teatroaberto.com

HORÁRIO
Quarta-feira a Sábado, das 14h às 20:30h
Domingo, das 14h às 19h

RESERVAS
Levantamento obrigatório até 30 minutos antes do início do espetáculo.

SESSÕES
Quarta, Quinta, Sexta e Sábado 19:00
Domingo 16H00

PREÇOS
Normal 17,00€
Jovem (até 25 anos) 8,50€
Sénior (mais de 65 anos) 13,60€
Cartão de espectador 11,90€

Grupos (+ de 20 pessoas)
Quartas e Quintas-feiras 11,90€
Sextas, Sábados e Domingos 13,60€

Para esclarecimentos sobre outros descontos ao abrigo de protocolos e outros acordos de parceria é favor contactar a bilheteira. Existem descontos para estudantes de teatro, professores e profissionais do espectáculo bem como parcerias com diversas empresas e instituições.

 

Iniciámos hoje uma área de investigação que se ocupa do desaparecimento de rituais na vida das populações e da importância que estas manifestações têm no equilíbrio e regulação das relações comunitárias.

A este propósito a aluna Diana César lembrou a tradição de pedir pão por Deus, que se celebra ou celebrava no Dia de Todos os Santos. Associado este ritual ao Terramoto de 1755, na medida em que nessa época muitos foram os cidadãos que precisaram de ser ajudados, e um pouco de pão era um sopro de esperança, verifica-se também que esta tradição está ligada à celebração do culto aos mortos em culturas dominantemente animistas. Celebrar os mortos, manter com eles convívio implica ofertar-lhes alimento e bebida.

Diana César lamenta o desaparecimento deste ritual que conheceu na infância e que hoje é alvo de um sucedâneo anglo-saxónico a que se chama Halloween.

Como a Diana César outros alunos concordaram que as sociedades contemporâneas vão-se despindo da ritualização que as fundia e que era uma forma de união entre as comunidades.  

Estes exemplos de que tomámos consciência e que estão a desaparecer, sendo substituídos por formas mundializadas, idênticas por todo o lado, mudam os comportamentos e as crenças, dissolvendo as ligações de muitos séculos que mantinham viva uma cultura.

Seguiremos a este propósito o pensamento do filósofo sul coreano Byung-Chul Han na obra Do desaparecimento dos rituais – Uma topologia do presente que, por razões de ajustamento programático, será retomado de hoje a oito dias.

Este estudo estará associado como verificação ao acompanhamento de comportamentos e práticas religiosas, culturais e artísticas da etnia Bijagó na Guiné-Bissau. O modo de viver e as crenças religiosas animistas deste povo fazem crer que a tese de Byung-Chul Han tem neste estudo de caso o seu antídoto.

No Arquipélago de Bijagós a ritualização é uma forma de socialização estritamente organizada e seguida por todos os elementos das comunidades. Aquilo que constitui uma realidade nas sociedades ocidentais e que desvirtua a relação com o domínio tradicional e ritualístico, de que o filósofo sul-coreano se ocupa, com diversos e bem fundamentados argumentos em torno de diversas características associadas aos rituais, constitui uma muito válida reflexão crítica. Esta pode ajudar-nos a pensar a desritualização não numa perspectiva saudosista, mas antes bem objectiva e a partir da análise do presente como defende o próprio autor. Ter saudades do que já não existe nada acrescenta a essa constatação. Conhecer os propósitos desses processos pode ajudar-nos a compreender como podemos evitar mais perdas. As sociedades contemporâneas num quadro neo-liberal capitalista desenvolvem padrões de vida que se ocupam em desfigurar e interromper processos antigos e integrados que foram sedimentando fortemente o viver de populações tinham prazer no pensamento simbólico e nas suas manifestações.

 

Leitura recomendada

HAN Byung-Chul, 2020, Do Desaparecimento dos Rituais – Uma Topologia do Presente, tradução de Carlos Leite, Lisboa: Relógio D’Água.

 

A gravação premeditada de aulas retira às mesmas a espontaneidade de participação.