Evolução comportamental do espectador entre os sécs. XVII e XIX no Ocidente. O novo lugar da Ética no espaço do Teatro

13 Outubro 2015, 18:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

 

Discussão de parte do capítulo 2 da obra theatre & ethics de Nicholas Ridout, considerando as transformações operadas no tecido social, económico, político e cultural na Europa entre os sécs. XVII e XIX como reequacionamento ético do Teatro e do Espectador. O que distingue, segundo o autor, a concepção dramática moderna, sua representação e recepção em relação à Antiguidade Clássica parte de um universo ideológico e religioso que sublima e transforma o comportamento individual e colectivo relativamente ao acto teatral. Contributos como os de Adam Smith e Immanuel Kant ajudam a entender a autonomização e responsabilização individual quando comparados com o horizonte que nos chega sobre práticas e reflexões teóricas que ao oporem o pensamento de Aristóteles ao de Platão não resolvem a dimensão ética que está desde sempre associada ao teatro ocidental.

Neste contexto a filósofa americana Martha C. Nussbaum apresenta uma leitura de reavaliação do pensamento platónico no âmbito do teatro grego considerado para além das especificidades genológicas, i. e., como parte integrante da construção de uma ética de vida.

 

Documento de leitura regular:

- DARWIN, Charles 2006, A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais, trad. José Miguel Silva, Lisboa: Relógio D’Água, pp. 241-243.

- NUSSBAUM, Martha C. 2001, The Fragility of Goodness: Luck and Ethics in Greek Tragedy and Philosophy, Cambridge: Cambridge University Press, pp. 122-135.

- RIDOUT, Nicholas 2009, theatre & ethics, London: Pallgrave Macmillan, pp. 1-40.

- SHAKESPEARE, William 1987, Hamlet – Tragédia em cinco actos, edição bilingue, tradução de Sophia de Mello Breyner Andresen, revisão com colaboração do Professoro Grahame Broome-Levett, Porto: Lello & Irmão Editores.

- TEATRO DA CORNUCÓPIA, Programa do espectáculo Hamlet, 2015.

 

- MENDES, Anabela, Pequeno manual para espectadores que desejam aprender a ver melhor o que por vezes escapa ao seu interesse e que, assim vendo, se posicionam para melhor sentirem que são vistos, dactiloscrito, Fevereiro de 2015.