O sentimento de culpa na Arte e em Neurociência
29 Setembro 2015, 18:00 • Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes
Primeira aproximação à ideia de relacionar o domínio da neurociência com artes e humanidades, segundo a perspectiva do neurocientista Giovanni Frazzetto.
A propósito da sua reflexão sobre o problema de como gerir o sentimento de culpa (cap. 2 de obra em estudo), e que consideramos para a espectação de Hamlet a fazer em breve, Frazzetto enuncia as seguintes questões: 1. A culpa está relacionada com a nossa autobiografia; 2. É uma emoção pessoal e única; 3. A culpa é das emoções mais difíceis de ler no rosto; 4. Ela tem que ver com o sentido de escolha e as decisões morais; 5. Ela é influenciada pelos códigos e pelas normas comportamentais da cultura em que está inserida; 6. A cartografia imagiológica das emoções, como é o caso da culpa, não garante ainda senão uma delimitação de zonas cerebrais envolvidas nessa emoção; 7. A reacção do observador a uma ressonância magnética funcional (RMf) exprime-se em natural bloqueio por ausência de familiaridade, o que não acontece com a observação de reprodução e um quadro de Caravaggio – David com a Cabeça de Golias.
Leituras recomendadas:
- FACIOLINCE, Héctor Abad 2010, Receitas de Amor para Mulheres Tristes, Tradução de Pedro Tamen, Lisboa: Quetzal Editores, pp. 29-32.
- FRAZZETTO, Giovanni 2014, Como Sentimos – O que a Neurociência nos pode – ou não – dizer sobre as nossas emoções, Lisboa: Bertrand Editora, pp. 57-97.
- RIDOUT, Nicholas 2009, theatre & ethics, London: Pallgrave Macmillan. SHAKESPEARE, William 1987, Hamlet – Tragédia em cinco actos, edição bilingue, tradução de Sophia de Mello Breyner Andresen, revisão com colaboração do Professoro Grahame Broome-Levett, Porto: Lello & Irmão Editores.
- TEATRO DA CORNUCÓPIA, Programa do espectáculo Hamlet, 2015.
Documento de acompanhamento regular:
MENDES, Anabela, Pequeno manual para espectadores que desejam aprender a ver melhor o que por vezes escapa ao seu interesse e que, assim vendo, se posicionam para melhor sentirem que são vistos, dactiloscrito, Fevereiro de 2015.