Onde nos leva a ansiedade

4 Outubro 2016, 16:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

Concluímos a escolha dos capítulos da obra de Giovanni Frazzetto Como Sentimos …, a que nos tinhamos disposto, ao interrogarmo-nos sobre Ansiedade: medo do desconhecido.

Pudemos contar com o testemunho vivencial de três alunos que nos ajudou a compreender o que de positivo podemos retirar de atitudes e comportamentos ansiosos.

Ficou claro para todos que o processo de estar ou ser ansioso se relaciona com circuitos e regiões cerebrais (amígdala, tálamo, tronco cerebral) estimulados do exterior mas que não deixam por isso de ter grande plasticidade. Também apurámos que confluem para o desencadear da ansiedade a nossa biografia, a nossa biologia molecular através do ADN, o meio ambiente (onde tanta coisa cabe) e naturalmente aquilo que recolhemos de Heidegger pela mão de Frazzetto: «(…) a nossa experiência da vida emocional prevalece sobre a nossa compreensão teórica da mesma.» (Frazzetto, 2014: 117)

Optámos por folhear e ler algumas das páginas (cap. VII) da obra de Charles Darwin A Expressão das emoções no Homem e nos Animais, a que voltaremos, para nos certificarmos de que a expressividade do rosto contém invariáveis inatas que herdámos como espécie dos nossos antepassados, que muitas dessas invariáveis são comuns a certos animais, mas que, apesar disso, existem expressões que são determinadas por influência cultural.

 

Leituras recomendadas:

- DARWIN, Charles 2006, A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais, trad. José Miguel Silva, Lisboa: Relógio D’Água, 163-179, 217-231, 233-257, 321-337.

- FRAZZETTO, Giovanni 2014, Como Sentimos – O que a Neurociência nos pode – ou não – dizer sobre as nossas emoções, Lisboa: Bertrand Editora, pp. 15-56; 57-97; 98-137; 176-213.

- MENDES, Anabela, Notas para uma sociologia das artes do espectáculo – Reflexão sobre a utilização de parâmetros cognitivos aplicados a públicos de teatro e outras artes in: Maria Helena Serôdio (dir.), Sinais de Cena 17, Junho de 2012, 60-69.