Sumários

Aula de avaliação

10 Janeiro 2017, 16:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

Entrega do segundo teste de avaliação de conhecimentos. Diálogo sobre aspectos do enunciado que requeriam explicação mais detalhada e que foram esclarecidos como apoio dos alunos.

Apresentação da proposta de avaliação a cada aluno.
Últimas palavras sobre a relação estabelecida com os alunos e sobre os resultados alcançados ao longo do semestre.


O fado na Sociedade da Transparência

15 Dezembro 2016, 16:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

Apresentação do trabalho substituto do 2º teste, intitulado Fado: sentir o sentir por Sérgio das Neves.

O Sérgio trouxe para o espaço da aula uma arte performativa de grande apreço na cultura portuguesa mas sobre a qual não é habitual produzir reflexão na Faculdade de Letras. Na nossa cadeira isso aconteceu pela primeira vez, graças ao amor do Sérgio por cantar o fado e sobretudo por nos ajudar a entender melhor a relação que se estabelece entre o cantor ou cantora e os seus escutantes. Estes podem não conhecer a língua portuguesa mas o seu envolvimento no acto performativo acontece pela expressão do sentimento demonstrada por quem canta e sente.

A reflexão do aluno foi secundada por reflexão a partir de alguns dos autores estudados no nosso programa: António Damásio, Paul Ekman, Giovanni Frazzetto.

 

Concluímos a aula com uma brevíssima chamada de atenção para a obra A Sociedade da Transparência do filósofo sul-coreano e alemão Byung-Chul Han, a propósito do entendimento dos conceitos de negatividade e positividade nas suas presença e influência na sociedade actual em que a questão da transparência se presentifica. Este horizonte de pensamento diz directamente respeito ao entendimento sociológico, político e estético das Artes do Espectáculo.

 

Leitura recomendada:

HAN, Byung-Chul 2014, A Sociedade da Transparência, Tradução de Miguel Serras Pereira, Lisboa: Relógio D’Água.


Segundo teste de avaliação

13 Dezembro 2016, 16:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

SAÍDA DE CAMPO ao Teatro O Bando para assistirmos ao espectáculo Ser ou não ser do contra eis a questão com textos do dramaturgo catalão Esteve Soler. Encenação de João Brites e co-encenação de Alice Stefânia e Diego Borges. Este trabalho teatral resultou de uma anterior experiência de formação entre o teatro O Bando e o teatro do Instante de Brasília.

A nossa assistência a este espectáculo ocorreu na noite de 9.12. (18:00-00.30) e aconteceu no espaço do grupo de teatro português em Vale de Barris – Palmela.

Para além de podermos ver um espectáculo diferente daqueles a que assistimos na malha urbana de Lisboa, tivemos a possibilidade de observar como se faz teatro em comunidade. Neste caso com a presença de um grupo vindo de fora e que era constituído por professores de Artes Cénicas da Universidade de Brasília. Estes professores-actores juntaram-se aos bandidos com um espectáculo difícil e muito questionador sobre as relações entre casais. Um friso de absurdos e humor muito negro.

 

A nossa saída teve uma refeição conjunta no exacto lugar onde aconteceu a função cénica. Esse tempo deu também para que observássemos como se fazem as noites de espectáculos no Bando. A disponibilidade do João Brites para uma breve conversa no fim do espectáculo talvez não tenha acrescentado muita substância ao que tinhamos espectado. No entanto, só o facto de ter sido possível a conversa, julgo que poderá ter colhido juntos dos alunos presentes alguma sensação de pertença àquele lugar. A alegria do encenador e a sua forma tão simples de connosco conversar exprimem o sentimento de alguém que acredita veementemente no que faz e que a si agrega os colaboradores, actores e outros com quem divide esse prazer humano e artístico. É assim há muitas décadas.

Transcrevo do site da companhia:

«QUEM SOMOS: O que fazemos transcende o que pensamos.

Fundado em 1974 e constituindo-se como uma das mais antigas cooperativas culturais do país, o Teatro O Bando assume-se como um colectivo que elege a transfiguração estética enquanto modo de participação cívica e comunitária.

Na génese do Bando encontram-se o teatro de rua e as actividades de animação para a infância, em escolas e associações culturais, integradas em projectos de descentralização.

Realização do segundo teste de avaliação de conhecimentos com consulta.

 


Feriado religioso

8 Dezembro 2016, 16:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

Dia da Imaculada Conceição


O múltiplo e o singular

6 Dezembro 2016, 16:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

Conclusão do visionamento do CD dedicado a Community Theatre – Global Perspectives de Eugen van Erven.

Retomámos a observação, suspensa há uma semana, do episódio dedicado ao trabalho teatral de um grupo de mulheres que vivia numa aldeia do Quénia ocidental, Sigoti, e que aí trabalhava sob orientação do professor Ngûgî wa Thiong’o da Universidade de Nairobi. Aquilo a que assistimos tem um valor particular pois já não existe como expressão e referência de Teatro e Comunidade. O grupo de mulheres deixou de poder fazer teatro político. O professor e escritor Ngûgî wa Thiong’o foi obrigado a sair do Quénia e a refugiar-se no estrangeiro.

Este estudo de caso forneceu-nos a possibilidade de acompanharmos um teatro diferente. O espaço natural, em torno do qual as mulheres representavam tinha um particular significado para a comunidade local. O simbolismo da água e o seu arredondamento com a terra circundante criavam o cenário adequado para a ligação entre passado e presente, projectando ao mesmo tempo a acção que deveria trazer melhoria para a população aí sediada. A opção de filmagem proporcionou-nos um breve contacto com o quotidiano activo dessas mulheres, com a cumplicidade desenvolvida entre elas e de que os homens estavam arredados. Olhar para aquele tipo de representação não estimula o exótico mas a consciência de que populações em outras partes do planeta manifestam idênticas necessidades básicas em que se inserem a cultura e arte.

Seguiu-se o último exemplo situado geograficamente em relação a Portugal na outra ponta do mundo. O estudo de caso aconteceu na Austrália e foi conduzido por dois artistas que integram o Urban Theatre Projects que actua em Sidney. O espaço escolhido para a performance é o caminho-de-ferro e as suas carruagens.

Escutámos o contributo do aluno Tiago Silva, que tendo optado por substituir o 2º teste por um trabalho, aceitou partilhar com os colegas de turma as áreas da sua investigação.

Tiago Silva dissertou sobre a incapacidade de a linguagem poder socorrer o espectador de arte e de artes performativas quando este não encontra na linguagem a mediação eficaz para as suas sensações, emoções e juízos de valor.

 

Idêntico processo ocorrerá no dia 15 de Dezembro mas protagonizado pelo aluno Sério das Neves.

 

Leituras recomendadas:

- RANCIÈRE Jacques 2010, O espectador emancipado, tradução de José Miranda Justo, Lisboa: Orfeu Negro.

- RANCIÈRE, Jacques 2010, O Mestre Ignorante – Cinco lições sobre a emancipação intelectual, Ramada: Edições Pedago, pp. 7-24.

- ERVEN, Eugene van, Community Theatre – Global Perspectives, London and New York: Routledge, 2001, pp. 1-13 e 243-260. ESTA OBRA ENCONTRA-SE NA ÍNTEGRA DISPONÍVEL NA INTERNET

https://www.google.pt/search?tbm=bks&hl=pt-PT&q=COMMUNITY+THEATRE%3A+Global+Perspectives

 

Filme visionado:

ERVEN, Eugene van, Community Theatre – Global Perspectives, London and New York: Routledge, 2002, CD, 90’, narrado em inglês.

 

Referências complementares

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ng%C5%A9g%C4%A9_wa_Thiong'o

http://www.ngugiwathiongo.com/

https://books.google.pt/books?id=JVCMO2arc7gC&pg=PA168&lpg=PA168&dq=women%27s+theatre+in+Sigoti+village&source=bl&ots=Op2Y68YXPt&sig=Yxc4y2pjuDf5A1Jsma0h_xzTZ

https://en.wikipedia.org/wiki/Kamiriithu_Community_Education_and_Cultural_Centre