Relações euro-indígenas nos territórios fronteiriços: conflitos, negociações políticas e econômicas e as alianças com povos nativos (aula ministrada por Francieli Aparecida Marinato)

11 Fevereiro 2022, 12:30 Ângela Vieira Domingues

A fronteira (colonial) como um conceito em discussão, fundamental no entendimento da história do Brasil e na formação dos países americanos. As várias fronteiras: missionária, mineira, ganadeira, indígena, colonial, nacional. A importância dos tratados políticos e dos princípios jurídicos para o estudo da fronteira coexiste com outras perspectivas de análise; a violência, a guerra, a negociação na fronteira. Uma breve panorâmica sobre as novas formas de fazer a história indígena no entrecruzamento entre a História, a Antropologia e a Etno-História. As bandeiras vistas como mito heroico na formação das fronteiras brasileiras, ligadas ao branco colonizador europeu que teria dado origem à sociedade colonial paulista; como empreendimentos de desbravamento territorial na direção ao centro-oeste, sul e norte brasileiros; na fundação de povoados; como motores na descoberta de depósitos auríferos nas Minas Gerais e em Mato Grosso. As várias homenagem aos bandeirantes através de monumentos e topónimos que celebram a sua atividade. A desmistificação da figura do bandeirante na história colonial encontra-se associada à valorização da presença indígena. A presença de sociedades mestiças no terreno. A fronteira do rio Guaporé e de Mato Grosso: a fundação de Cuiabá, o estabelecimento da capitania de Mato Grosso (1748) a criação de Vila Bela da Santíssima Trindade (1752); as missões de Moxos e Chiquitos; o forte do Príncipe da Beira. A fronteira do Alto Paraguai: os fortes de Coimbra e de Miranda; o estabelecimento de povoados ao redor dos fortes e ao longo das fronteiras com a América Espanhola; o relacionamento com os povos Mbayá-Guaicuru e as movimentações destes povos do Chaco para o Pantanal; o uso do cavalo na locomoção e na guerra. Os documentos produzidos por autoridades militares e religiosas: cartas, relatórios, crónicas, ofícios, etc.


Historiadores e antropólogos: Tamar Herzog, Fernando Operé, Manuela Carneiro da Cunha, John M. Monteiro, Maria Regina Celestino de Almeida, Stuart Schwartz, Ronaldo Vainfas, Jonathan Hill, João Pacheco de Oliveira, Ângela Domingues, Francismar Alex Lopes de Carvalho, Claude Lévi-Strauss, Fredrick Barth, Darcy Ribeiro

Conceitos: fronteira, negociação, etnogénese, resistência, etnificação, territorialização e territorialidade, protagonismo, agenciamento, resistência adaptativa,