Comentário ao Programa da Disciplina.

16 Fevereiro 2016, 08:00 Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão

      O programa da disciplina visa abrir as vias de investigação histórico-artística e ao estudo das obras de arte particulares, desde a análise histórica, iconográfica, estética e iconológica da História da Arte e dos estilos e movimentos estéticos que se sucederam no tempo histórico, à ênfase aos exemplos da arte portuguesa, contribuindo para definir os conceitos e objectivos fundamentais desta disciplina, ramo científico da Ciência das Humanidades.

     A cadeira fornece ferramentas operativas de análise de investigação sobre obras de arte e abre interesses para outras tarefas inerentes à prática do historiador de arte, desde a gestão integrada de bens patrimoniais, à colaboração em equipas e laboratórios de conservação e restauro, à prática museológica, à inventariação de bens imóveis e móveis, à curadoria de exposições, ao controle e segurança das obras de arte, ao mercado de compra e venda, e à intervenção na área do turismo cultural. Dá-se enfoque à organização da chamada Fortuna Crítica e à Iconografia e da Iconologia, instrumentos operativos da ciência histórico-artística, lembrando o como foi posta em prática desde Aby Warburg e Erwin Panofsky, passando por E. H. Gombrich, Michael Baxandall, David Freedberg, George Didi-Huberman, Daniel Arasse, Arthur C. Danto, à Sociologia da Arte e à tradição recente de estudos iconológicos (Hans Belting), sem esquecer o conceito de aura defendido pelo filósofo Walter Benjkamin.

     A disciplina estuda a génese da História da Arte em atenção à problemática da construção de um discurso científico face da reivindicação de autonomia da arte, e as metodologias de abordagem com abertura a cruzamentos interdisciplinares. Urge formar profissionais aptos a assumir o estudo integrado da arte em perspectiva pluridisciplinar, numa visão alargada do fenómeno artístico com incidência no caso português e das artes do antigo império colonial.

Método de avaliação: Para além de um Trabalho Prático a apresentar no final do Semestre (chamado Ficha analítico-descritiva-crítica de uma obra de arte, com tema à escolha do aluno), a avaliação inclui um teste escrito, uma recensão crítica de texto comentado na aula e, de modo mais geral, uma apreciação ao grau de empenho e participação individual durante as aulas.