Georges Didi-Hubrermann e o pensamento iconológico actual.
17 Março 2022, 11:00 • Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão
Georges Didi-Huberman,
historiador de arte e filósofo, professor na École des Hautes Études en Sciences Sociales,
em Paris, é o herdeiro intelectual de Aby Warburg, de
Walter Benjamin e de Georges Bataille, e tem consagrado a
sua reflexão iconológica a uma leitura crítica da tradição
da História da Arte e do pensamento das imagens. Abrangendo
tanto as artes visuais como a História da Arte, a
Psicanálise, a Antropologia e as Ciências Humanas,
Didi-Huberman publicou mais de 40 títulos, traduzidos em várias línguas. a
sua obra recobre uma multiplicidade assombrosa de temas e artistas, da histeria
ao Holocausto, de Fra Angelico a Pasolini, entre outros. Nasceu
em Saint-Étienne em 1953 e é filósofo, historiador, crítico de arte,
professor da École de Hautes Études em Sciences Sociales,
em Paris e autor de títulos como La Peinture incarnée, suivi de Le chef-d’oeuvre inconnu par
Honoré de Balzac (Paris: Minuit, 1985), Devant l’image. Question posée aux fins
d’une histoire de l’art (Paris: Minuit,
1990), Ce que nous voyons, ce qui nous regarde (Paris: Minuit, 1992; trad. O
que vemos, o que nos olha, São Paulo, Editora 34,
1998; Porto, Dafne, 2011), La Ressemblance de l’informe,
ou le gai savoir visuel selon Georges Bataille (Paris: Macula,
1995), Devant le temps. Histoire de l’art et anachronisme des images (Paris: Minuit,
2000) e L’image survivante. Histoire de l’art et temps des fantômes selon Aby Warburg (Paris: Minuit,
2002).
A
HISTÓRIA DA ARTE É TAMBÉM UM EXERCÍCIO DE COMPAIXÃO. O trabalho do antropólogo
das imagens Georges Didi-Huberman (1953-) é, pois,
um desafio analítico-comparatista do saber ver.
Como
diz, as imagens tomam posição e, mais, coincidem num ponto:
exprimem a infinda compaixão pelos outros, os oprimidos
da História, as vítimas do mundo transfigurado em arena de cobiças, o mistério
vivencial dos deserdados. Sim, as
artes não se fazem ignorando a desordem do mundo mas podem consolar os que nela
(e com ela) vivem.