A emergência dum Estatuto de Historiar

28 Março 2019, 10:00 Luís Filipe Sousa Barreto

Aula 16

28-03-2019                                                                                       

 

O teorizar do espaço de conhecimento do Historiar: uma condição processual da mais longa duração. Processos de herança, repetição, transformação que fundam persistências e metamorfoses.

A História como (parcial) autonomia com dinamismo interior de campo/área e como interdependência exterior com outros domínios (dos mais próximos, literatura/filosofia aos mais distantes como medicina e astronomia). Para além destes dois dinamismos intelectuais forças institucionais de fomento, controle e acolhimento do Historiar (poderes de escrita, urbanos, políticos, económicos, etc.).

A História nasce como inquérito racional e empírico de perspetiva temporoespacial sobre atividades chave dos Humanos. O historiar nasce e desenvolve-se na ambivalência uno/múltiplo. Ao nascer, o centro/ponto nuclear do campo do historiar está na monografia militar, político-constitucional mas, logo a partir dos séculos V e IV a. C. surgem, também, histórias locais, biografias históricas, cronologias, geneaologias, livros de gentes e regiões, histórias da ciência, das artes, da literatura, etc. A História organiza-se e fragmenta-se/especializa-se por tempos e espaços de temas e de problemas, técnicas e categorias. Nascer e crescer entre e intra literatura e filosofia. Apre(e)ndendo com elas e também fornecendo elementos. Uma teoria da história objetiva tem de assentar na historiografia (história do historiar).

 

Bibliografia mencionada:

 

Betti, Emilio – Teoria Generale della Interpretazione, Milão, Guiffré, 1955, 2 vols (trad. Ing., CSIPP, 2015)

Fornana, C. W. – The Nature of History in Ancient Greece and Rome, Berkeley, U. of California Press, 1983

Grafton, Anthony – The footnote: A Curious History, Cambridge, Mass., Harvard U. Press, 1999

-       What Was History? The Art of History is Early Modern Europe, Cambridge, Cambridge U. Press, 2012