As categorias sintéticas de tempo histórico (passado, presente, futuro)

9 Abril 2019, 10:00 Luís Filipe Sousa Barreto

Aula 19

9-04-2019                                                      

 

Breves elementos sobre as Filosofias narrativistas da História. Metáforas e figuras estilísticas em todos os discursos de conhecimento/crítica. O caso da Astrofísica com a “grande explosão”, “sopa cósmica”, “buraco negro”, “cordas”, “seta do tempo”, etc., mas cujo saber científico não é redutível a estas figurações estilísticas/literárias (metáforas comunicativas).

Os programas mais avançados de História não são “um romance do verdadeiro” (Paul Veyne, 1971) e muito menos um verdadeiro romance/estilo figurativo – literário (H. White, 1973). São conhecimento crítico, plausível, protocolado de factos humanos: “A História é a análise descritiva e a teoria destas transformações…” (M. Foucault, 1968) situadas, perspetivadas, tematizadas, problematizadas, como ordem temporoespacial.

Um mero exemplo: a obra de Frank Ankersmit desde “Narrativ Logic”/1983 até “Sublime Historical Experience”/2005. Avanços, recuos e metamorfoses da Filosofia da História Narrativista.

O tempo plural e estratigráfico dos programas de historiar mais avançados nos séculos XX e XXI. A ordem temporoespacial no plano sintético, global, qualitativo: passado (anterior), presente (simultâneo), futuro (posterior). Diferenciar não é separar pois a implicação passado, presente, futuro é mútua e múltipla. A pluralidade dos tempos acompanha a variedade dos campos, extensões, espaços. O presente como uma existente fina camada de ligações/distinção de inextensos passados e infinitos futuros possíveis. O presente, como diz Leibniz em 1710, prenhe de futuros e de passados. O historiar como analítica explicativa dessas transformações e persistências passado, presente, futuro. Alguns exemplos concretos a propósito de ambiente, língua, micróbios, aparelho sensorial. O projeto do historiar como tensão racional-factual presente/passado. A pluralidade de passados em reprodução, herança, transformação no presente: do passado instante ao passado distante. A História como descrição explicativa das ordens fenomenais de transformações, “metamorfoses e persistências “ (B. Latour/2012)

 

Alguma Bibliografia mencionada:

 

Buchanan, Mark – Ubiquity: the Science of History… , N. Iorque, Crown, 2000

Crosby, Alfred – Ecological Imperialism: the Biological Expansion of Europe, 900-1900, Cambridge U. Press, 1996 (1. Ed., 1986)

Foucault, Michel – L´Archéologie du Savoir, Paris, Gallimard, 1969