As Leituras comuns

7 Abril 2020, 08:00 Luís Filipe Sousa Barreto

Vale a pena continuarmos o exercício   prático de leitura  em torno da obra de Lynn Hunt . A análise da primeira página feita na aula anterior pode ser também auxiliar para os Trabalhos de grupo e não apenas para o Relatório sintético e individual que substitui o teste individual-presencial.

Ao longo do semestre vimos que o conhecimento histórico interpreta os Traços-Sinais, qualquer tipo das denominadas Fontes-Documentos , a partir de quatro fundamentos operatórios (ou seja, teórico-práticos ) que são: Imanência,Autonomia,Conjunto,Interdependência. Para alcançar o significado de todo e qualquer traço documental é pois necessária uma primeira análise interna presa ao corpo do Traço . Nos  casos de trabalho , tanto o  mais analítico como o  mais sintético, estamos frente a corpos de escrita-enunciados em tipos como livros,artigos,etc.Também vimos que a interpretação do historiar exige conotação-cotextos-contextos ou seja exterioridade em relação ao  Traço-Documento buscando o Ambiente-Mundo da Vida que o fez nascer e viver como presença-Presente.Os três primeiros fundamentos operam para o plano mais interno  enquanto que o externo implica a Interdependência. 
Acordámos também que os trabalhos são sobre a dimensão mais interna porque não temos condições ,num breve semestre,  de elucidar com precisão as questões de implicação cultural,social,política,económica, etc  que sempre se colocam a propósito da interpretação de todo e qualquer Traço Documental.
Ao lerem L.Hunt encontram,  de forma muito clara , uma constante preocupação  em  situar os programas  académicos de conhecimento - investigação histórica  num ambiente sociocultural lato.Mais do que a análise exaustiva deste ou daquele programa vemos uma paisagem global ,até ás páginas 12-13 .Da hegemonia da História Nacional ,  essencialmente Política , vemos á medida que  decorre   o século passado o predomínio da História Económica e Social e em seguida o da História Cultural.
A " ... história nacional é ainda o pão e a manteiga do ensino da história em  todo o lado  ..." ( pag.3)  mas as transformações ocorridas na própria história política e nas especializações crescentes por  temas criaram uma pluralidade caótica ao longo da segunda metade do século passado. L.Hunt  aponta as crescentes relações da História com a Teoria Social,Sociologia,Antropologia,Linguística  ,etc como forças que vieram    questionar  a própria identidade do Historiar.