Escrita normal, Escrita elementar de base, de chancelaria

17 Outubro 2017, 16:00 Susana Tavares Pedro

4. Escrita normal

Alessandro Pratesi (1961) Paleografia, in Enciclopedia italiana, Terza Appendice, III, M-Z, Roma, 352-355

“um esquema abstracto, não documentado nas manifestações práticas de escrita e todavia real como letras-tipo dos abecedários coevos, caracterizado por uma relação precisa do número, sucessão, direcção e desenvolvimento dos traços de cada signo literal” outra definição de escrita «normal» em Alessandro Pratesi, Paleografia greca e paleografia latina o paleografia greco-latina?, in Studi in onore di Gabriele Pepe, Bari 1969: 167 («algo de comparável aos modelos alfabéticos apresentados nas páginas do abecedário da nossa infância, dos quais emanaram as transformações que conduziram à escrita individual de cada um de nós, tão diferentes uma da outra»)

5. Escrita elementar de base
Estes constituem, em cada sociedade de escreventes, um estrato homogéneo de modelos gráficos (logo, também uma «norma» a nível de abecedário, para usar um termo moderno), caracterizado praticamente em todas as circunstâncias pela identificação autónoma dos elementos individuais, pela consequente ausência de ligaduras cursivas ou de nexos entre eles, pelo parco ou nulo uso de abreviaturas, pela falta de elementos de enquadramento, separação e explicitação do discurso (uso de maiúsculas, pontuação, sinais diversos, etc.); tirando os quase sempre raros testemunhos didácticos directos (modelos dos mestres, exercícios escolares, etc.), apenas os testemunhos de escritas usuais de semialfabetizados podem fornecer exemplos mais ou menos directos da norma gráfica ensinada a nível elementar, porquanto reproduzem, embora frequentemente de maneira deformada pela imperícia pessoal e por influências externas, a suas características fundamentais.
6. escrita de chancelaria
Em documentos que manifestam a vontade do soberano ou de outra autoridade temporal ou esptiritual, a exigência de serem distintivos e de transmitirem autenticidade e solenidade reflecte-se na elaboração voluntária de escritas especiais, com características que favorecem a identificação com a chancelaria de origem e que por vezes sacrificam outros critérios como a legibilidade ou a estética. São mudanças rápidas porque pensadas e propositadas. Têm como resultado formas artificiosas, convencionais, sempre mais ou menos diferentes das usuais, frequentemente com traços acessórios supérfluos introduzidos não tanto com finalidade estética mas sim com o objectivo de assegurarem a caracterização e como garantia de autenticidade.