A figura do cosmopolita

18 Novembro 2021, 09:30 Marta Pacheco Pinto

O cosmopolitismo, enquanto ética fundada no respeito pelo valor e pela dignidade humanos, na curiosidade pela diferença e na acomodação à diversidade cultural, foi discutido à luz do capítulo “Making Conversation”, de Kwame Anthony Appiah, de Cosmopolitanism: Ethics in a World of Strangers (2006). A tradução, enquanto veículo para o estabelecimento de conversação/diálogo, no qual assenta a ética cosmopolita de Appiah, constitui-se como um modo de comunicação intercultural. 

Introduziu-se, assim, o quarto ponto do programa: o tradutor como agente de comunicação intercultural. Nesse sentido, debateu-se o microconto “With tongues” (2006), de David Gaffney, que ficcionaliza um evento de mediação intercultural protagonizado por um intérprete manipulador, que, através da sua manipulação, procura beneficiar um migrante. Este texto serviu de ponto de partida para a análise do artigo “Translation and intercultural communication” (2012), de Eirlys Davies.