16 Setembro 2025, 14:00
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Ricardo Gil Soeiro
Apresentação dos conteúdos programáticos. Sinopse do Programa da UC. Estruturando-se em duas secções que procuram fornecer distintos pontos de mira para a inquirição em torno do conceito de “cultura” (I. Pontos cardeais e II. Pontos luminosos, na formulação de Ezra Pound, punti luminosi), a presente Unidade Curricular visa familiarizar os alunos com os instrumentos conceptuais e metodológicos adequados ao estudo do polimórfico conceito de cultura. Promovendo uma abordagem interdisciplinar, a disciplina pretende proporcionar uma reflexão heteróclita sobre um amplo conjunto de questões, tendo em vista a promoção de um debate sobre os mais prementes temas desta área de estudo. Para o efeito, socorrer-nos-emos dos mais diversos instrumentos conceptuais, estabelecendo diálogo com a teoria crítica, a tradição cultural, a memória histórica e a experiência da contemporaneidade. Procurar-se-á ainda reflectir sobre a cultura numa perspectiva contra-hegemónica (dos estudos culturais aos estudos pós-coloniais), não deixando de se compulsar os novos horizontes culturais para os estudos humanísticos, auscultando a singularidade das artes e culturas pós-humanistas. A disciplina funciona em regime de avaliação contínua, de acordo com o Regulamento Geral de Avaliação da FLUL. A classificação final resulta da média ponderada dos seguintes elementos obrigatórios: Teste escrito I (20%); SEM CONSULTA; Teste escrito II (45%); SEM CONSULTA; Trabalho escrito final (30%).
É valorizada a participação activa dos estudantes nas aulas e o seu envolvimento na discussão crítica das leituras efectuadas (5%). Comentário sobre a bibliografia do programa:
ADORNO, Theodor (2003), Sobre a Indústria da Cultura, Coimbra, Angelus Novus.
AGUIAR E SILVA, Vítor (2010), As Humanidades, os Estudos Culturais, o Ensino da Literatura e a Política da Língua Portuguesa, Coimbra, Almedina.
ANTUNES, Manuel (1999), Teoria da Cultura, org. Maria Ivone de Andrade, Lisboa, Edições Colibri.
ARENDT, Hannah (2019), Pensar sem corrimão, Lisboa, Relógio D’Água.
BAUDRILLARD, Jean (2019), “Perspectiva insustentável ou a incerteza definitiva do pensamento”, O Paroxista Indiferente, Lisboa, Edições 70, pp. 137-140.
BAUDRILLARD, Jean (2007), “Da alienação contemporânea ao fim do pacto com o diabo”, A Sociedade do Consumo, Lisboa, Edições 70, pp. 199-210.
BENJAMIN, Walter (1992), Sobre Arte, Técnica Linguagem e Política, Lisboa, Relógio d’Água.
BHABHA, Homi (2007), “Ética e Estética do Globalismo: Uma Perspectiva Pós-Colonial”, in: A Urgência da Teoria, Lisboa, Tinta-da-china, pp. 21-44.
BOURDIEU, Pierre (2010), “Os «doutos» e os «mundanos»”, A distinção: uma crítica social da faculdade do juízo, Lisboa, Edições 70, pp. 132-140.
BROCH, Hermann (1955), “Das Böse im Wertsystem der Kunst”, Dichten und Erkennen, vol. I, Zürich, Rhein-Verlag, pp. 311-350.
CLIFFORD, James (1986), “Introduction: Partial Truths”, Writing Culture, Berkeley/LA/London, UCP, pp. 1-26.
CUCHE, Denys (2006), A Noção de Cultura nas Ciências Sociais, Lisboa, Fim de Século Edições.
ECO, Umberto (2015), Apocalípticos e Integrados, Lisboa, Relógio D’Água.
ELIOT, T. S. (1996), Notas para uma Definição de Cultura, Lisboa, Século XXI.
ELIOT, T. S. (2016), Poemas Escolhidos, Lisboa, Relógio D’Água.
EAGLETON, Terry (2003), A Ideia de Cultura, Lisboa, Temas & Debates.
FOUCAULT, Michel (1980), Nietzsche, Freud e Marx: Theatrum Philosophicum, Porto, Anagrama.
GEERTZ, Clifford (1973), “Thick Description: Toward an Interpretive Theory of Culture”, The Interpretation of Cultures, NY, Basic Books, pp. 3-30.
HALL, Stuart (2000), “O legado teórico dos Cultural Studies”, in: Revista de Comunicação e Linguagens, nº 28, pp. 65-81.
HALL, Stuart (2006), “Identidade Cultural e Diáspora”, in: Comunicação & Cultura, nº 1, pp. 21-35.
LIPOVETSKY, Gilles (1989), A Era do Vazio. Ensaio sobre o Individualismo Contemporâneo, Lisboa, Relógio D’Água.
LIPOVETSKY, Gilles/Hervé Juvin (2011), O Ocidente Mundializado. Controvérsia sobre a Cultura Planetária, Lisboa, Edições 70.
LLOSA, Mario Vargas (2012), A Civilização do Espectáculo, Lisboa, Quetzal.
ORDINE, Nuccio (2019), A Utilidade do Inútil. Manifesto, Matosinhos, Kalandraka.
MIRANDA, José Bragança de (2000), “A Cultura como Problema”, in: Revista de Comunicação e Linguagens, nº 28, pp. 13-42.
NIETZSCHE, Friedrich (1998), Ecce Homo, Lisboa, Relógio D’Água.
NUSSBAUM, Martha C. (2019), Sem Fins Lucrativos. Porque precisa a democracia das Humanidades, Lisboa, Edições 70.
PIRES, Maria Laura (2004), Teorias da Cultura, Lisboa, Universidade Católica Editora.
SAID, Edward (2004), Orientalismo: Representações Ocidentais no Oriente, Lisboa, Cotovia.
STEINER, George (1992), No Castelo do Barba Azul. Algumas Notas para a Redefinição da Cultura, Lisboa, Relógio D’Água.