Sumários

A discussão metodológica em torno dos limites e possibilidades das tradições orais para a História de África

10 Novembro 2017, 18:00 José Augusto Nunes da Silva Horta

A discussão metodológica em torno dos limites e possibilidades das tradições orais para a História de África: a contribuição de Jan Vansina e a sua revisão crítica pelo próprio e por outros historiadores, com destaque para David Henige; o caso emblemático da epopeia de Sunjata Keita — a quimera de uma transmissão literal; profundidade cronológica e marcas de diferentes tempos; da análise da tradição enquanto “texto” à explicação das diferentes versões pelo aprofundamento dos seus contextos sociais e rituais de origem — o contributo de Jan Jansen.  A necessidade de articulação de todas as fontes disponíveis para aferição recíproca. Posições contrastantes sobre as possibilidades das tradições orais em articulação com a linguística histórica e a arqueologia na ausência de fontes escritas.

Comentário a um artigo de David Henige: uma visão dos pontos de chegada da discussão sobre as precauções, exigências metodológicas e opções técnicas da recolha e interpretação das tradições orais. Início do comentário à síntese de Barbara Cooper sobre a prática da história oral. 


A extroversão da História de África: o exemplo das relações com a História Atlântica. A cobertura espacial da África Subsariana pelas fontes europeias

3 Novembro 2017, 18:00 José Augusto Nunes da Silva Horta

1. A extroversão da história de África em conexão com outras histórias: o exemplo da História Atlântica — diferentes abordagens do papel dos Africanos no contexto atlântico. Temas polémicos: Cristianização e Crioulização ou apropriações africanas de uma religião exógena? Continuidades culturais ou "sobrevivências" nas Américas? O peso excessivo da equação Africano-escravo. Comentário a partir das críticas de James Sweet em “Reimagining the African-Atlantic Archive: Method, Concept, Epistemology, Ontology” e exemplos históricos.


2. O problema da insuficiente cobertura espacial da África Subsariana pelas fontes europeias antes de 1880 e das possibilidades de outros tipos de fontes com maior profundidade cronológica, como a Arqueologia e a Linguística. Análise dos mapas de Adam Jones em "The Dark continent...".


Os desafios actuais da História de África construída a partir de uma perspectiva da complexidade dos processos históricos

27 Outubro 2017, 18:00 José Augusto Nunes da Silva Horta

Os desafios actuais da História de África construída a partir de uma perspectiva da complexidade dos processos históricos. Conclusão da análise do capítulo de Mudimbe e confronto com a proposta "franco-senegalesa" de Pierre Boilley e Ibrahima Thioub — da dicotomia Mesmo/Outro estruturante da episteme ocidental invasiva do discurso sobre a África à complexidade dos actores e relações sociais. A necessidade da distinção entre Memória e História e a consequente "descromatização" da História de África; crítica e exemplificação a partir de dois temas chave: o tráfico de escravos e o momento colonial. 

Um manifesto para uma história dos mundos africanos "antigos": comentário a um artigo de Bertrand Hirsch.
Para um manifesto equivalente, escrito na perspectiva de um arqueólogo, ver Richard Reid, "Past and Presentism: the "Precolonial" and the Foreshortening of African History", Journal of African History, vol. 52, nº 2, Julho de 2011, pp. 135-155 (a facultar aos alunos). Este autor vai mais longe no diagnóstico relativo ao foco na história recente, dominante na História de África, bem como na identificação dos problemas da África contemporânea para cuja explicação é fundamental ter em conta a longa duração africana.


As opções historiográficas: retrospectiva da génese, evolução e contradições da História de África

20 Outubro 2017, 18:00 José Augusto Nunes da Silva Horta

 As opções historiográficas: retrospectiva da génese, evolução e contradições  do campo de estudos da História de África. A superação do paradigma metodológico dominante na História e do pensamento ocidental "progressivo" sobre a África, no processo evolutivo da historiografia de África. Novos pontos de partida: o aprofundamento crítico das metodologias, nomeadamente a metodologia dos diferentes tipos de fontes indispensáveis à construção da História; o repensar crítico das relações interdisciplinares. Análise destes tópicos a partir da visão de Joseph Miller (em "History and Africa/Africa and History"), com destaque para as implicações do uso de alguns conceitos da antropologia pelos historiadores da África.


Conclusão da análise crítica à proposta de periodização de C. C.-Vidrovitch. Representações e "invenção" da África

13 Outubro 2017, 18:00 José Augusto Nunes da Silva Horta

1. Conclusão da análise crítica à proposta de periodização de C. C.-Vidrovitch. 


2. Representações e "invenção da África". A crítica de V. Y. Mudimbe (A Invenção da África) à ordem epistemológica ocidental que domina o conhecimento sobre a África. Análise da leitura do autor sobre a iconografia de Hans Burgkmair, partindo do ícone e da fonte escrita (de Baltazar Sprenger) que lhe subjaz: o ícone como revelador do imaginário ocidental e como fonte histórica.