Sumários
Continuação da matéria sobre noções de bruxaria nas sociedades africanas.
11 Março 2025, 09:30 • José Augusto Nunes da Silva Horta
Estudo de caso de Cabinda a partir da discussão de um artigo de João Milando (conclusão). Concepção da morte, parcial ou total, através da noção de “ser comido” ou de "comedura", correlata da acção do "ndoki" através dos "zindoki" (ir): a representação das suas vítimas e os agentes de contra-bruxaria. Da interpretação negativa da presença dos "Brancos" à necessidade destes, inseridos em projetos de desenvolvimento, valorizarem ou terem em consideração o "kindoki", e os agentes locais a ele associados, enquanto mecanismo de regulação, mas também de disrupção social.
Apresentação e discussão do texto de Ramon Sarró, “The Throat and the Belly”.
Concepções de pessoa com uma construção ou um processo relacional entre o indivíduo e a comunidade: o exemplo dos Bagas (norte da Guiné-Conacri). A noção de pessoa ou de ser humano, e de moral a ela associada. A complexidade dos sentidos das diferentes categorias usadas pelos Baga para classificar a pessoa na relação com uma comunidade moral: entre, por um lado, "fum", "wubaka" e "wan ka fum" e, por outro, "wuser". A oposição entre a pessoa e o bruxo como agentes morais. O “dabal” como mundo paralelo invisível em que actuam os bruxos. A morte como aniquilação — a morte pelos bruxos expressa no idioma do canibalismo — ou como "boa morte" — como uma transformação no ciclo da vida, este expresso no idioma do parentesco.
“Feitiçaria”, “Bruxaria”: os limites dos conceitos ocidentais na interpretação das percepções locais. O conceito de “kindoki” (em Cabinda).
7 Março 2025, 09:30 • José Augusto Nunes da Silva Horta
Conclusão da apresentação e do comentário capítulo de David Westerlund
“Feitiçaria”, Bruxaria, Witchcraft e Sorcery, Sorcellerie: designações plurais, significados ambíguos. As conotações negativas da noção de "feitiçaria" projectadas pelo Ocidente na caracterização das religiões africanas e a sua apropriação pelas sociedades africanas com diferentes significados. A distinção clássica da antropologia entre witch e sorcerer e os seus limites.
Bruxaria e anti-bruxaria. A centralidade do "kindoki" ("feitiçaria" ou bruxaria) no meio rural e nas periferias da cidade de Cabinda como regulador social. Concepção da morte, parcial ou total, através da noção de “ser comido” ou de "comedura", correlata da acção do "ndoki" através dos "zindoki" (bruxos): a representação das suas vítimas e os agentes de contra-feitiçaria. Da interpretação negativa da presença dos "Brancos" à necessidade destes, inseridos em projetos de desenvolvimento, valorizarem ou terem em consideração o "kindoki" enquanto mecanismo de regulação, mas também de disrupção social. Autor em discussão: João Milando.
Religiões africanas: a pluralidade de experiências religiosas na interacção com agentes ou forças sobre-humanos.
28 Fevereiro 2025, 09:30 • José Augusto Nunes da Silva Horta
1. Comunicação com os antepassados/mais velhos falecidos: comentário a propósito da conferência de Peter Mark.
2. Continuação da análise de excertos de uma fonte primária para o estudo das religiões africanas.
3. A tendência para alguns denominadores comuns nas religiões africanas. A existência de uma moral que norteia os comportamentos por referência à relação com seres sobre-humanos. Concepções da vida e da morte. Deus criador, deus distante. Mediadores sobre-humanos e humanos (especialistas religiosos dotados de saber e poder) na propiciação de poderes que vêm de Deus/divino/poder/força. Locais sagrados. A cadeia de relação com os antepassados ou "mais velhos" falecidos.
Comentário a Dominique ZAHAN, "Some Reflections on African Spirituality''
4. A pluralidade de experiências religiosas na interacção com agentes ou forças sobre-humanos. O exemplo da explicação da doença e mobilização dos meios sobre-humanos de cura — análise em três sociedades africanas: "San", Maasai e Sukuma. Da diversidade da interacção com seres sobre-humanos — bastante atípica no caso dos "San" e dos Maasai; mais próxima do que geralmente se presume ser o protótipo das religiões de origem africana no caso dos Sukuma — à concepção da doença e meios de terapêutica relacionada com causas não naturais. Comentário a um texto de David WESTERLUND, "Spiritual Beings as Agents of Illness".
Estrutura e fontes para o trabalho final
25 Fevereiro 2025, 09:30 • José Augusto Nunes da Silva Horta
Estrutura do trabalho final sobre fontes para a história das religiões em África e apresentação sumária das fontes para os trabalhos finais. Ver documentos publicados no E-Learning.
Análise de excertos de uma fonte primária.
Dos conceitos de religião aos modos de aprendizagem e transmissão.
21 Fevereiro 2025, 09:30 • José Augusto Nunes da Silva Horta
1. Matrizes fundadoras da teorização antropológico-sociológica das religiões (conclusão): a proposta de Robin Horton: explicação/previsão/controlo — uma tríade de um modelo de "manipulação" dos seres sobre-humanos (explicação /previsão /controlo) — e comunhão. Na verdade, formas complementares de viver a religião.
2. Como se aprende e se transmite uma religião? Os diferentes entendimentos do que é ser religioso. A abordagem cognitiva: modelos doutrinário e "imagístico" de religiosidade e os respectivos meios de aprendizagem e transmissão. A centralidade dos processos sociais de aprendizagem e transmissão da religião. — Comentário ao Texto 1 — BERLINER, David and SARRO, Ramon, "On Learning Religion: an Introduction", […] (eds.), Learning Religion ... , pp. 1-19.