Sumários

Avaliação final

19 Junho 2018, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

JUNHO                        3ª FEIRA                                        27ª Aula

 

 

19

 

 

Entrega e correcção do segundo teste de avaliação de conhecimentos. Apresentação da avaliação final ponderada a partir de todos os elementos disponibilizados pelos alunos.

 

 

Aulas previstas em Junho – 2

Aulas dadas em Junho – 2

Saídas culturais - 0

 

Total de aulas previstas entre Fevereiro e Junho - 27

Total de aulas dadas entre Fevereiro e Junho - 27

Total de saídas culturais e de campo entre Fevereiro e Junho – 7

 

 

"Be the change you want to see in the world" (M.K. Gandhi)


Teatro e Comunidade. Extensão a Rancière

1 Junho 2018, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

JUNHO                        6ª FEIRA                                        26ª Aula

 

 

1

 

Visualizámos um trabalho de campo realizado por Eugen van Erven, em 2001, sobre diversas formações de Teatro e Comunidade espalhadas pelo mundo. Sendo este documento videográfico o único disponível nos habituais circuitos, entendi que poderia ser útil como ligação ao pensamento de Jacques Rancière em O Mestre Ignorante e em O Espectador Emancipado. Cada um fará o uso que entender desta experiência local em vários países: Indonésia, Holanda, Estados Unidos da América, Quénia e Austrália.

Eugen van Erven é um dedicado professor e investigador sobre Teatro e Comunidade.

Entre nós foram publicadas as Actas de Congresso de Hugo Cruz (coord.) 2015, Arte e Comunidade, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

 

 

- ERVEN, Eugene van, Community Theatre – Global Perspectives, London and New York: Routledge, 2001, pp. 1-13 e 243-260. ESTA OBRA ENCONTRA-SE NA ÍNTEGRA DISPONÍVEL NA INTERNET.

https://www.google.pt/search?tbm=bks&hl=pt-PT&q=COMMUNITY+THEATRE%3A+Global+Perspectives

 

Filme visionado:

ERVEN, Eugene van, Community Theatre – Global Perspectives, London and New York: Routledge, 2002, CD, 90’, narrado em inglês.

 

Referências complementares

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ng%C5%A9g%C4%A9_wa_Thiong'o

http://www.ngugiwathiongo.com/

https://books.google.pt/books?id=JVCMO2arc7gC&pg=PA168&lpg=PA168&dq=women%27s+theatre+in+Sigoti+village&source=bl&ots=Op2Y68YXPt&sig=Yxc4y2pjuDf5A1Jsma0h_xzTZ

https://en.wikipedia.org/wiki/Kamiriithu_Community_Education_and_Cultural_Centre


Realização do segundo teste de avaliação de conhecimentos com consulta

29 Maio 2018, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

MAIO                                    3ª FEIRA                               25ª Aula

 

 

29

 

Realização do segundo teste de avaliação de conhecimentos com consulta

 

 

Aulas previstas em Maio – 8

Aulas dadas em Maio – 8

Saídas culturais - 0

Saídas cá dentro - 5


Práticas sobre e com o corpo em tempo real

25 Maio 2018, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

Aula conduzida pelo Prof. Mário Afonso

Práticas sobre e com o corpo em tempo real

 

Reuni para estas sessões um conjunto de exercícios práticos que por vezes utilizo em processos de construção coreográfica.

Neste caso, especificamente, e tendo em conta o contexto académico em que estas sessões se inserem – na cadeira de Sociologia das Artes do Espectáculo –, estão organizados de forma a explorar uma ideia de fazer, observar e interpretar, no contexto das artes performativas. Um conjunto de ferramentas que têm por objectivo potenciar o momento presente, no sentido da performatividade do aqui e agora, para uma eventual composição de materiais.

Um espaço de ressonância no qual nos possamos projectar e reflectir. E se possível prosseguir.

 

Continuação das propostas de exercícios lançados na primeira sessão, que serviram o conjunto de elementos a serem utilizados no trabalho do rectângulo – desenhado no chão da sala com fita-cola de papel – rectângulo esse que define o limite entre dentro e fora de cena.


Rancière, um mestre em artes performativas

22 Maio 2018, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

 

MAIO                                    3ª FEIRA                               23ª Aula

 

22

 

Recorremos a obra anterior de Jacques Rancière, O Mestre Ignorante – Cinco lições sobre a emancipação intelectual, a fim de melhor podermos fundamentar a sua teoria sobre a emancipação do espectador e de que modo este poderá agir na sua relação com o espaço de representação/apresentação. É nesse sentido que Rancière fomenta a ideia de um idioma comum no que a O Mestre Ignorante diz respeito, e decorrente da aventura intelectual e estética de Joseph Jacotot. Esse episódio na vida do professor francês é então transposta para o plano da relação entre espectadores e actores/performers, aos quais é dado criar um sentido comum naquilo que cada um faz em relação ao outro. Assim se espelha no espectáculo aquilo que conhecemos e não conhecemos. A actividade interpretativa do espectador, inspirada pela actividade interpretativa do actor/performer, deverá com ela combinar-se em nome de uma comunidade de intérpretes, sem fossos nem fronteiras, de tal modo que em conjunto possam desempenhar idêntica actividade de contadores e tradutores de «histórias» criando cada um a sua história.

 

As passagens disponibilizadas aos alunos de O Mestre Ignorante foram as seguintes:

•      Uma aventura intelectual.

•      Em 1818, Joseph Jacotot, professor de literatura francesa na universidade de Lovaina, viveu uma aventura intelectual.

•      ▪Uma carreira longa e agitada dever-lhe-ia ter dado a possibilidade de estar ao abrigo de surpresas: fizera dezanove anos em 1789. Ensinava en tão Retórica, em Dijon, e preparava-se para seguir a profissão de advogado. Em 1792, servira como artilheiro no exército da República. Depois, a Convenção viu-o sucessivamente como juiz de instrução, instrutor no Departamento da Pólvora, secretário do ministro da Guerra e substituto do director da Escola Politécnica.

 

•      Regressado a Dijon, ensinou Análise, Ideologia e as línguas antigas, Matemática pura e transcendental e Direito. Em Março de 1815, a estima dos seus compatriotas fizera dele um deputado. O regresso dos Bourbons obrigou-o ao exílio e obteve, através da generosidade do rei dos Países Baixos, o lugar de professor a meio salário. Joseph Jacotot conhecia as leis da hospitalidade e contava passar uns dias tranquilos em Lovaina.

 

•      O destino decidiria as coisas de outro modo. As aulas do humilde professor foram, com efeito, depressa apreciadas pelos estudantes. Entre os que as quiseram desfrutar, um bom número desconhecia a língua francesa. Joseph Jacotot, por seu lado, desconhecia completamente o holandês. Não existia portanto língua em que lhes pudesse ensinar aquilo que eles exigiam. Era necessário responder ao seu voto. Para tal, era necessário estabelecer, entre eles e ele, o elo mínimo de uma coisa comum. Ora publicara-se, por esa altura, em Bruxelas, uma edição bilingue do Telémaco. A coisa comum fora encontrada e o Telémaco entrou deste modo na vida de Joseph Jacotot. Mandou enviar o livro aos estudantes, e, através de um intérprete, pediu-lhes que aprendessem o texto em francês com a ajuda da tradução existente. Quando conseguiram compreender a metade do primeiro livro, fê-los repetir sem cessar o que haviam aprendido depois de lerem o resto para serem capazes de o contar. Foi uma solução dada pelo acaso mas, também, em pequena escala, uma experiência filosófica muito ao gosto do que se queria no século das Luzes. Joseph Jacotot, em 1818, continuava a ser um homem do século anterior.

 

•      Contudo a experiência ultrapassou as suas expectativas. Pediu aos estudantes assim preparados para escreverem em francês sobre o que pensavam de tudo o que haviam lido. «Esperavam-se barbarismos horríveis, de uma impotência talvez absoluta. Como, de facto, todos aqueles jovens, privados de explicações prévias, poderiam ter compreendido e resolvido as dificuldades de uma língua nova para eles? Que importa! Era preciso ver onde os teria conduzido esta rota aberta por acaso, quais seriam os resultados deste empirismo desesperado.

 

▪ Qual não foi o seu espanto ao descobrir que aqueles alunos, entregues a si próprios, se haviam saído desse passo difícil tão bem como se tivessem sabido muito francês. Não seria então preciso mais do que querer para poder? Seriam então todos os homens capazes de compreender virtualmente o que outros haviam feito e compreendido?» (Félix e Victor Ratier, 1818: 155)          

 

▪ Tal foi a revolução que esta experiência do acaso provocou no seu espírito. Até então, acreditara naquilo em que todos os professores conscienciosos acreditam: que o grande objectivo do mestre é o de transmitir os conhecimentos que tem aos alunos, a fim de os educar, por níveis, até à sua própria ciência. Sabia, como eles, que não se tratava de cumular os alunos de conhecimentos e de os fazer repetir como papagaios, mas também que era necessário procurar os caminhos do acaso, onde os espíritos se perdem, ainda incapazes de distinguir o essencial do acessório e o princípio da consequência. Rancière, 2010: 7-9)

 

•      (…) Assim raciocinavam todos os professores conscienciosos.

 

•      Contudo a experiência ultrapassou as suas expectativas. Pediu aos estudantes assim preparados para escreverem em francês sobre o que pensavam de tudo o que haviam lido. «Esperavam-se barbarismos horríveis, de uma impotência talvez absoluta. Como, de facto, todos aqueles jovens, privados de explicações prévias, poderiam ter compreendido e resolvido as dificuldades de uma língua nova para eles? Que importa! Era preciso ver onde os teria conduzido esta rota aberta por acaso, quais seriam os resultados deste empirismo desesperado.

 

Leituras recomendadas:

- RANCIÈRE Jacques 2010, O espectador emancipado, tradução de José Miranda Justo, Lisboa: Orfeu Negro.

- RANCIÈRE, Jacques 2010, O Mestre Ignorante – Cinco lições sobre a emancipação intelectual, Ramada: Edições Pedago, pp. 7-24.