Sumários

Ainda a Bauhaus

15 Dezembro 2020, 15:30 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

DEZEMBRO                                    3ª FEIRA                                          19ª Aula

 

15

 

AULA ZOOM

 

Inquirição aos alunos sobre o enunciado apresentado para o 2º teste. Relevância das distintas possibilidades de seguir esse documento, criado, aliás, com clareza e informação orientada.

Apesar do cuidado tido em relação ao tempo disponível para a realização deste teste, houve alunos que se manifestaram sobre a sua escassez.

 

Comentámos a seguir o ensaio da Professora Maria João Vicente dedicado à Bauhaus, intitulado Pedrada no charco, produzido no âmbito do seminário de doutoramento (2019-2020) Espectáculo e Cognição que orientei com a colaboração regular de convidados das áreas do cinema, história de arte e filosofia, e artes performativas.

 

As actuais condições de trabalho não permitiram a presença, agendada desde o início do semestre, desta Professora da Escola Superior de Teatro e Cinema nas nossas aulas.

 

Por ela fomos autorizados a usar o seu ensaio de fecho do seminário do passado ano lectivo.

 

Fomos particularmente sensíveis à transposição para Portugal dos princípios, das metodologias e práticas da Escola da Bauhaus, quer a nível do ensino superior, quer a nível do ensino básico.

 

Guardaremos da nossa disciplina a referência do que é estudar numa escola livre, comprometida com os seus alunos e professores, e sempre com perspectivas de integração nas comunidades para as quais trabalha.

Dedicámos todo um semestre à História da Bauhaus, às teorias e práticas de um ensino multidisciplinar e transversal. Dedicámos também particular atenção à oficina de teatro, que em nada se comparava com o tipo de experiências associadas à compreensão do teatro em moldes tradicionais. Outro teria sido o caminho experimental se tivessemos optado por estudar o teatro fora da Escola.

 

Como afirma Maria João Vicente no seu ensaio:

A Oficina de Teatro não pretendia formar atores, pretendia sim utilizar o teatro como espaço de síntese de conhecimentos, experimentação de novos caminhos e técnicas, num ambiente multidisciplinar privilegiado, onde o jogo promove a criatividade, como construção de liberdade. O teatro é, pois, simultaneamente, laboratório, estúdio e espaço lúdico de encontro transdisciplinar. A Oficina de Teatro, para além de um espaço de pesquisa, era também, como referido, uma estratégia pedagógica. Mais do que fazer teatro, tratava-se de reinventar esse espaço de “tensão”, à luz de novas e diversas abordagens. (p. 12)

 

A nossa perspectiva foi então seguir a dança e as suas modalidades. As escolhas foram as possíveis, insisto, dentro do quadro de limitações com que trabalhámos. Apesar disso, demos espaço a coreógrafos de dentro e de fora da Bauhaus que nela se inspiraram, a usaram para mostrar a sua arte, nela treinaram e ensinaram a dança com disciplina e rigor.

Fomos surpreendidos for fotografia de arquivo (Theodor Lux Feininger) que nos revelou gente feliz, divertida, explosiva que abraçava a vida numa proposta escolar, à época profundamente inovadora e cativante.

 

Sabemos hoje que os alunos e professores da Bauhaus, pelos testemunhos que nos revelaram e pelo material de arquivo hoje disponível, foram a união de gerações certa. E também sabemos que essas gerações atiraram ao charco as pedras certas em momentos certos. Tomo a imagem de MJV como inspiração.


Ainda a Bauhaus

14 Dezembro 2020, 15:30 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

DEZEMBRO                                    3ª FEIRA                                          19ª Aula

 

15

 

AULA ZOOM

 

Inquirição aos alunos sobre o enunciado apresentado para o 2º teste. Relevância das distintas possibilidades de seguir esse documento, criado, aliás, com clareza e informação orientada.

Apesar do cuidado tido em relação ao tempo disponível para a realização deste teste, houve alunos que se manifestaram sobre a sua escassez.

 

Comentámos a seguir o ensaio da Professora Maria João Vicente dedicado à Bauhaus, intitulado Pedrada no charco, produzido no âmbito do seminário de doutoramento (2019-2020) Espectáculo e Cognição que orientei com a colaboração regular de convidados das áreas do cinema, história de arte e filosofia, e artes performativas.

 

As actuais condições de trabalho não permitiram a presença, agendada desde o início do semestre, desta Professora da Escola Superior de Teatro e Cinema nas nossas aulas.

 

Por ela fomos autorizados a usar o seu ensaio de fecho do seminário do passado ano lectivo.

 

Fomos particularmente sensíveis à transposição para Portugal dos princípios, das metodologias e práticas da Escola da Bauhaus, quer a nível do ensino superior, quer a nível do ensino básico.

 

Guardaremos da nossa disciplina a referência do que é estudar numa escola livre, comprometida com os seus alunos e professores, e sempre com perspectivas de integração nas comunidades para as quais trabalha.

Dedicámos todo um semestre à História da Bauhaus, às teorias e práticas de um ensino multidisciplinar e transversal. Dedicámos também particular atenção à oficina de teatro, que em nada se comparava com o tipo de experiências associadas à compreensão do teatro em moldes tradicionais. Outro teria sido o caminho experimental se tivessemos optado por estudar o teatro fora da Escola.

 

Como afirma Maria João Vicente no seu ensaio:

A Oficina de Teatro não pretendia formar atores, pretendia sim utilizar o teatro como espaço de síntese de conhecimentos, experimentação de novos caminhos e técnicas, num ambiente multidisciplinar privilegiado, onde o jogo promove a criatividade, como construção de liberdade. O teatro é, pois, simultaneamente, laboratório, estúdio e espaço lúdico de encontro transdisciplinar. A Oficina de Teatro, para além de um espaço de pesquisa, era também, como referido, uma estratégia pedagógica. Mais do que fazer teatro, tratava-se de reinventar esse espaço de “tensão”, à luz de novas e diversas abordagens. (p. 12)

 

A nossa perspectiva foi então seguir a dança e as suas modalidades. As escolhas foram as possíveis, insisto, dentro do quadro de limitações com que trabalhámos. Apesar disso, demos espaço a coreógrafos de dentro e de fora da Bauhaus que nela se inspiraram, a usaram para mostrar a sua arte, nela treinaram e ensinaram a dança com disciplina e rigor.

Fomos surpreendidos for fotografia de arquivo (Theodor Lux Feininger) que nos revelou gente feliz, divertida, explosiva que abraçava a vida numa proposta escolar, à época profundamente inovadora e cativante.

 

Sabemos hoje que os alunos e professores da Bauhaus, pelos testemunhos que nos revelaram e pelo material de arquivo hoje disponível, foram a união de gerações certa. E também sabemos que essas gerações atiraram ao charco as pedras certas em momentos certos. Tomo a imagem de MJV como inspiração.

 

Aulas previstas em Dezembro – 3

Aulas dadas em Dezembro - 3

Saídas culturais - 0

Saídas cá dentro - 0

 

 

Local, data e hora para a realização do exame final de

 

Teoria e Estética das Artes do Espectáculo e Teoria e Estética do Teatro

 

sala 7.1

11 de Janeiro de 2021

TP1A – 14:00 às 15:30

TP1B – 15:30 às 17:00


Segundo teste de avaliação de conhecimentos

14 Dezembro 2020, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

 

AULAS PRESENCIAIS TP1A E TP1B

 

Realização do segundo teste de avaliação de conhecimentos.


Oskar Schlemmer, o trabalho político e a descendência

7 Dezembro 2020, 15:30 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

DEZEMBRO                      2ª FEIRA                              19ª Aula

 

7

 

Zoom

 

Os endereços electrónicos aconselhados para serem visualizados em casa permitiram alargar o âmbito do trabalho coreográfico posterior à vida de Oskar Schlemmer, mas baseado nas suas obras para dança.

Tivemos oportunidade de visualizar em imagem a relação geometricamente medida e desenhada através da qual o espaço circunscreve a figura humana criando com ela uma abrangência total. Seguindo a presença humana no centro do desenho, apercebemo-nos de um duplo movimento a realizar. Por um lado, o bailarino, na sua dimensão ínfima expande toda a sua actuação pelo espaço e em todas as direcções, permitindo-lhe essa característica fruir a distância a três dimensões e sem fronteiras. Por outro lado, porém, o bailarino tem a percepção de que o espaço geometricamente construído se torna numa limitação ao seu desempenho. Aparentemente perdendo a identidade artística, os bailarinos de Schlemmer ocupam-se de uma adaptação entre as duas leituras do espaço. A construção das partituras coreográficas torna salientes as movimentações de inspiração mecânica e repetitiva que obrigam a marcações de chão, também elas desenhadas geometricamente (Homem e Máscara). No caso desta coreografia, encontramos, porém, variações entre os elementos do trio em acção. Nessas variações é expressa a vertente de crítica social que é também apresentada pelos exercícios vocais. Apercebemo-nos assim de processos de evolução de exercício coreográfico para exercício coreográfico, se bem que os maillots almofadados e as máscaras promovam processos de identificação igualitária.

Esta coreografia-exercício é de uma simplicidade fenoménica e traduz claramente o espírito de crítica social à burguesia de época. Nem sempre Schlemmer se ocupa deste tema.

Deixámo-nos fascinar por uma Dança dos Paus contemporânea, quase esquecendo que a coreografia original tinha sido concebida para um trio e não para um solo. E mais havia a relembrar que os manipuladores das estruturas de paus desempenhavam a função de manipuladores-construtores como acontece com as marionetas de vara.

A composição de Gheorghe Iancu (2010) ganhou asas em relação à proposta do Mestre. O exercício só idêntico à Dança dos Paus de Schlemmer no rigor e na destreza e na precisão das mudanças de posição dos paus, joga com um elemento fundamental - a música de J. S. Bach. Também o efeito de luz abre espaço para outras interpretações. Tudo está à vista, questão que não se colocou a Schlemmer.

Apesar das diferenças é importante que não esqueçamos que as opções de Schlemmer inspiraram um bailarino contemporâneo. De certo modo o espírito da Bauhaus mantém-se vivo.

 

Vídeos aconselhados:

https://www.youtube.com/watch?v=mHQmnumnNgo&t=148s ( Ballet Triádico)

https://www.youtube.com/watch?v=wt4Hl8zcOt4 (versão inglesa de Homem e Máscara de 2019)

https://www.youtube.com/watch?v=m40jBghI0To (apenas a parte final de Homem e Máscara)

https://www.youtube.com/watch?v=0j0x325uR8s (dança dos paus)

https://www.youtube.com/watch?v=cjOXj0AVRk8 (recriação da dança dos paus de Oskar Schlemmer, com música de Johann Sebastian Bach, por Gheorghe Iancu, 2010)

https://www.youtube.com/watch?v=lSpowyovAwo ( momento do teatro total)

https://www.youtube.com/watch?v=lSpowyovAwo (espaço, movimento e o corpo tecnológico – um tributo à Bauhaus e a Oskar Schlemmer)

https://www.youtube.com/watch?v=m40jBghI0To


Oskar Schlemmer, o trabalho político e a descendência

7 Dezembro 2020, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

DEZEMBRO                      2ª FEIRA                              19ª Aula

 

7

 

Zoom

 

Os endereços electrónicos aconselhados para serem visualizados em casa permitiram alargar o âmbito do trabalho coreográfico posterior à vida de Oskar Schlemmer, mas baseado nas suas obras para dança.

Tivemos oportunidade de visualizar em imagem a relação geometricamente medida e desenhada através da qual o espaço circunscreve a figura humana criando com ela uma abrangência total. Seguindo a presença humana no centro do desenho, apercebemo-nos de um duplo movimento a realizar. Por um lado, o bailarino, na sua dimensão ínfima expande toda a sua actuação pelo espaço e em todas as direcções, permitindo-lhe essa característica fruir a distância a três dimensões e sem fronteiras. Por outro lado, porém, o bailarino tem a percepção de que o espaço geometricamente construído se torna numa limitação ao seu desempenho. Aparentemente perdendo a identidade artística, os bailarinos de Schlemmer ocupam-se de uma adaptação entre as duas leituras do espaço. A construção das partituras coreográficas torna salientes as movimentações de inspiração mecânica e repetitiva que obrigam a marcações de chão, também elas desenhadas geometricamente (Homem e Máscara). No caso desta coreografia, encontramos, porém, variações entre os elementos do trio em acção. Nessas variações é expressa a vertente de crítica social que é também apresentada pelos exercícios vocais. Apercebemo-nos assim de processos de evolução de exercício coreográfico para exercício coreográfico, se bem que os maillots almofadados e as máscaras promovam processos de identificação igualitária.

Esta coreografia-exercício é de uma simplicidade fenoménica e traduz claramente o espírito de crítica social à burguesia de época. Nem sempre Schlemmer se ocupa deste tema.

Deixámo-nos fascinar por uma Dança dos Paus contemporânea, quase esquecendo que a coreografia original tinha sido concebida para um trio e não para um solo. E mais havia a relembrar que os manipuladores das estruturas de paus desempenhavam a função de manipuladores-construtores como acontece com as marionetas de vara.

A composição de Gheorghe Iancu (2010) ganhou asas em relação à proposta do Mestre. O exercício só idêntico à Dança dos Paus de Schlemmer no rigor e na destreza e na precisão das mudanças de posição dos paus, joga com um elemento fundamental - a música de J. S. Bach. Também o efeito de luz abre espaço para outras interpretações. Tudo está à vista, questão que não se colocou a Schlemmer.

Apesar das diferenças é importante que não esqueçamos que as opções de Schlemmer inspiraram um bailarino contemporâneo. De certo modo o espírito da Bauhaus mantém-se vivo.

 

Vídeos aconselhados:

https://www.youtube.com/watch?v=mHQmnumnNgo&t=148s ( Ballet Triádico)

https://www.youtube.com/watch?v=wt4Hl8zcOt4 (versão inglesa de Homem e Máscara de 2019)

https://www.youtube.com/watch?v=m40jBghI0To (apenas a parte final de Homem e Máscara)

https://www.youtube.com/watch?v=0j0x325uR8s (dança dos paus)

https://www.youtube.com/watch?v=cjOXj0AVRk8 (recriação da dança dos paus de Oskar Schlemmer, com música de Johann Sebastian Bach, por Gheorghe Iancu, 2010)

https://www.youtube.com/watch?v=lSpowyovAwo ( momento do teatro total)

https://www.youtube.com/watch?v=lSpowyovAwo (espaço, movimento e o corpo tecnológico – um tributo à Bauhaus e a Oskar Schlemmer)

https://www.youtube.com/watch?v=m40jBghI0To