Sumários

Uma máquina para a eternidade: uma nova estrutura político-administrativa para um novo império?

15 Fevereiro 2024, 15:30 Rodrigo Furtado


I.        Porquê uma máquina?

1.      O orçamento militar e administrativo e as necessidades fiscais.

2.      O sistema fiscal.

a.  Iugatio-capitatio;

b. Os pagamentos em género e em trabalho e a sua substituição por moeda;

c.  A criação de uma administração fiscal e o desaparecimento dos publicanos.

d. Principado: ca. 11% em média do rendimento de subsistência anual de um cidadão fora de Itália ia para impostos; talvez 5% da média de rendimento de um cidadão “médio”.

e.  Antiguidade tardia: ca. 10-20% dependendo da região.

f.  O orçamento: ca. 50% era gasto em despesas militares (incluindo abastecimento)

3.      A importância da comunicação: o sistema de abastecimento+correio; as estradas; as mansiones.

 

II.      Máquina para a eternidade: Notitia omnium dignitatum et administrationum tam ciuilium quam militarium.

1.   A hierarquia da administração civil do império:

1.1   Os prefeitos do pretório: um poder civil quase absoluto. Tetrarquia: um por cada Augusto; Constantino: entre 2 e 5, um por cada Augusto+Césares; depois: 4 perfeituras regionais.

1.2   Os vigários (uicarius agens praefectorum praetorio): a geometria das doze dioceses.

1.3   Os consulares, correctores e praesides. Os três proconsules.

1.4   Ca. 20 mil funcionários administrativos+ 10 mil militares.

 

undefined

 

2    A hierarquia da administração militar.

2.1   Magister peditum e magister equitum/magister militum: o comando militar do império.

2.2   Os comites rei militaris e os duces;

 

3    A corte imperial e o consistorium.

3.1   O magister officiorum: o ‘primeiro ministro’; a supervisão dos sacra scrinia.

3.1.1        Scrinium memoriae: anotações imperiais; resposta às petições;

3.1.2        Scrinium epistolarum: apelos de tribunais menores;

3.1.3        Scrinium libellorum: “negócios estrangeiros”; relação com dioceses/províncias/cidades.

3.1.4        Os agentes in rebus e o controlo da administração.

3.2   O quaestor sacri palatii: ministro para os assuntos legais; respostas às petições.

3.3   O comes sacrarum largitionum e o comes rei priuatae: os ministros das finanças.

3.4   O praepositus sacri cubiculi e os castrenses/cubicularii.

 

III.             Uma sociedade de estatutos e títulos.

1.     Os Senados

1.1   A exclusão dos cargos civis e militares ca. 260. A recuperação com Constantino.

1.2   Roma: características. Relevância e irrelevância. O cursus honorum: a morte dos edis e dos tribunos.

1.3   Constantinopla: o segundo senado. As diferenças iniciais de estatuto.

1.4   Senador e estatuto senatorial: hereditariedade; cerca três mil cargos que passam a ter estatuto senatorial.

1.5   A titulatura: Vir clarissimus; uir claris. Uma nova hierarquia: uir illustris; uir spectabilis; uir clarissimus.

Rodrigo Furtado

Bibliografia Sumária                                                                                                                                                         

Mitchell, S. (2014), A History of the Later Roman Empire, AD 284-641. The Transformation of the Ancient World, Malden, MA, Oxford, Chichester, West Sussex, 242-324

..………………………………………

Delmaire, R. (1995), Les institutions du Bas-Empire romain de Constantin à Justinien, Paris.

Demandt, A. (1989), Die Spätantike. Römische Geschichte von Diocletian bis Justinian. 284.565 n.Chr., Berlin.

Gwynn. D. N., ed. (2008), A. H. M. Jones and the Later Roman Empire, Leiden-Boston.

Haldon, J. F. (2006), ‘Economy and administration: how did the Empire work?’, Tne Cambridge Companion to the age of Justinian, Cambridge, 28-59.

Jones, A. H. M. (1964), The Later Roman Empire: a social, economic and administrative survey, 2 vol., Oxford.

Kelly, C. M. (2004), Ruling the Later Roman Empire, Cambridge, MA.

Kelly, Ch. (2006), ‘Bureaucracy and government’, The Cambridge Companion to Constantine, Cambridge, 183-204.

Löhken, H. (1982), Ordines Dignitatum, Köln..

Mitchell, S. (2015), A History of the Later Roman Empire, AD 284-641, Malden, MA, Oxford, Chichester, West Sussex.

Porena, P. (2003), Le origini della prefettura del pretorio tardoantico, Roma.

Slootjes, D. (2006), The governor and his subjects in the later Roman empire, Leiden-Boston.

CAH 13, 189.

CAH 13, 205.

 

 

 

Uma imagem com mesa

Descrição gerada automaticamente

Mitchell, 2015: 177

 

Uma imagem com mesa

Descrição gerada automaticamente

Mitchell, 2015: 186

 

 

 

 

Uma imagem com mesa

Descrição gerada automaticamente

 

Mitchell, 2015: 187

 

 

 

 

Haldon, 2006: 42

 

 

 

 

 

Haldon, 2006: 43

 

 

Haldon, 2006: 46

 

 

Haldon, 2006: 47

 

 

 

 

Uma imagem com mesa

Descrição gerada automaticamente

 

 

Mitchell, 2015: 195

 

 

 

Agostinho: Confissões, Livro Arbítrio e Cidade de Deus. A revolução do pensamento: Deus e o homem.

8 Fevereiro 2024, 15:30 Rodrigo Furtado


  1. Um homem do seu tempo (354-430):
    1. De Tagaste a Milão: aristocracia local; região densamente cristianizada; professor de retórica: Tagaste (373-4), Cartago (374-84), Roma (384-6), Milão (386-7). O baptismo: 387. Bispo de Hipona: 397.
    2. Dois problemas da Filosofia Antiga: a procura da sabedoria=felicidade/ a origem do mal na história.

 

2.     O Cristianismo e a procura da sabedoria=felicidade.

a.       Como é que o Cristianismo e a Sabedoria se podem identificar? Fundamental para compreender mais de 1500 euros de História da Cultura;

b.     Confissões (396-7):

                                               i.     Ser feliz é ser sábio: primeiro princípio. Deus é sabedoria (Logos). Logo ser sábio é conhecer Deus. Como se atinge a sabedoria? Através da Filosofia. Logo, o cristianismo é a verdadeira filosofia.

                                              ii.     O Cristianismo neo-platónico: o mundo visível é apenas parte da realidade, transitório, subjectivo, corruptível, passageiro vs. Deus. A alma com capacidade para chegar perto de Deus.

                                             iii.     O processo de conversão: a ascensão do intelecto: As confissões pretendem mostrar a ascensão da alma até à contemplação da verdadeira Sabedoria.

 

3.     Repensar a escatologia: o sentido da história para lá da morte: a resposta a 410 e a Cidade de Deus.

a.      A cidade de Deus e a cidade do Homem: duas comunidades não necessariamente materializadas em termos institucionais (e.g. a pertença à Igreja não é condição de salvação; o papel do império na cidade de Deus).

b.     História de duas cidades: sobrepõem-se e misturam-se; todos pertencem à cidade da terra durante a vida na terra; cidade da terra: amor de si; desejo de domínio.

c.      Cidade de Deus: amor de Deus e dos mandamentos. Diferente da Igreja.

d.     Eventualmente, a história levará depois da Parúsia à separação entre as duas cidades. A maioria: condenada; minoria será salva pela Graça.

Ciceronianus e/ou Christianus? ‘Onde estiver o teu tesouro, aí está também o teu coração’.

6 Fevereiro 2024, 15:30 Rodrigo Furtado


1.     A educação clássica e a doctrina christiana.

1.1   Educação e novos desafios.

                                               i.     A educação clássica ao serviço da vida política: o triuium.

                                              ii.     Saberes úteis e inúteis : em função da cidade.

1.2   As ‘escolas’ cristãs de Alexandria e de Antioquia no século III; o direito dos Cristãos poderem aceder à educação;

‘Quero pedir-te que extraias da filosofia dos Gregos o que pode servir como um plano de estudo ou uma preparação para o cristianismo, e da geometria e astronomia o que servirá para explicar as Sagradas Escrituras, para que o que todos os filhos dos filósofos costumam dizer sobre geometria e música, gramática, retórica e astronomia, como companheiros auxiliares da filosofia, possamos dizer nós, sobre a própria filosofia, em relação ao cristianismo. Talvez algo deste tipo esteja suposto no que está escrito no Êxodo, da boca de Deus: que ele ordenou aos filhos de Israel que pedissem aos seus vizinhos e àqueles que habitavam com eles, vasos de prata e ouro e vestes, de modo a que, ao espoliarem os egípcios, eles pudessem ter material para a preparação das coisas que pertencem ao serviço de Deus’. (Orígenes, Carta a Gregório)

‘Não devemos errar em defender que todas as coisas necessárias e proveitosas para a vida nos vieram de Deus, e que a filosofia foi mais especialmente dada aos Gregos, como uma aliança especial com eles - sendo, como é, um degrau para a filosofia que existe de acordo com Cristo’. (Clemente de Alexandria, Stromata 8)

‘Apresentarei os melhores contributos dos filósofos dos Gregos, porque tudo o que há de bom foi dado aos homens de cima por Deus’ (João Crisóstomo, Capítulos Filosóficos, Prefácio).

1.3   A Doctrina Christiana de Agostinho de Hipona.

1.4   Claudiano : um poeta egípcio em Roma ao serviço de Estilicão. O maravilhoso pagão como adereço.

1.5   A recuperação do passado.

i.       As edições de luxo autores antigos:

1.     Tito Lívio patrocinada por Símaco e por Nicómaco Flaviano em 401;

2.     As edições de luxo de Vergílio: o Virgilius Mediceus (Firenze, Laur. 39.1 + Vaticano, lat. 3225) – a subscrição de Túrcio Rufo Aproniano Astério (f. 76).

3.     Os comentários: Sérvio, Tibério e Élio Donato.

ii.     Os Saturnalia de Macróbio: ambiente simposiástico que pretende recuperar os modelos clássicos: discussão em torno de Vergílio;

1.6   As bases de uma cultura de segunda mão: manuais, breviários e comentários. O triunfo de uma visão enciclopédica da cultura clássica, de segunda mão, baseada em manuais e em repertórios de exemplos.

 

2.     Roma: uma cidade que deixou de ser capital.

2.1   O círculo feminino de Jerónimo.

2.2   A tradução da Vulgata.

2.3   Ciceronianus, non Christianus

Jerónimo, Epístola XXII a Eustóquio, 30: ‘Há já muitos anos, embora tivesse, por causa do Reino dos Céus, cortado todas as relações com a minha casa, os meus pais, irmã, parentes e, o que é mais penoso do que isto, com o hábito dos lautos banquetes [...], não podia passar sem a biblioteca que coligira para mim, em Roma, com grande zelo e trabalho. Assim eu, infeliz, antes de ler Cícero, jejuava. Depois das ininterruptas vigílias nocturnas [...], tomava Plauto nas minhas mãos. Se porventura, caindo em mim, começava a ler um profeta, a linguagem rude horrorizava-me [...].

Quase a meio da Quaresma, uma febre, infundida nas minhas entranhas mais recônditas, invadiu o meu corpo esgotado e, sem qualquer descanso [...], devorou os meus infelizes membros ao ponto de eu mal permanecer preso aos meus ossos. [...] De repente, arrebatado em espírito, sou arrastado até ao tribunal do Juiz, onde era tanta a luz e tanto o brilho oriundos do esplendor dos que se encontravam de pé ao meu redor, que, lançado por terra, não ousava olhar para cima. Interrogado acerca da minha condição, respondi que era Cristão. Mas aquele que presidia disse: «Mentes. És Ciceroniano, não Cristão; «onde estiver o teu tesouro, aí está também o teu coração» [Mat. 6, 21].

                  Calei-me de imediato e, entre vergastadas – efectivamente, tinha ordenado que eu fosse flagelado – era ainda mais torturado pelo fogo da minha consciência, reflectindo para comigo naquele versículo, ‘no inferno porém, quem te louvará?’ [Ps. 6, 6b]. Comecei então a gritar e a dizer entre lamentos: ‘Tem piedade de mim, Senhor, tem piedade de mim’ [Ps. 56, 2]. [...] Fui libertado, voltei à superfície e, perante a admiração de todos, abro os olhos, inundados por uma tamanha chuva de lágrimas que convenciam da minha dor os incrédulos. [...] A partir de então li os livros divinos com um empenho maior do que aquele com que antes tinha lido os livros dos mortais.

 

3.     Tradição literária e novos conteúdos : pseudomorfose cultural.

3.1   Juvenco e os Euangelii libri.

3.2   Proba e o centão de Vergílio In laude Christi.

Rodrigo furtado

Bibliografia sumária:

 Brown, P. (1971), The world of Late Antiquity from Marcus Aurelius to Muhammad, London, 49-68.

Humphries, M. (2018), Christianity and paganism in the Roman Empire, 250–450 ce’, A companion to religion in Late Antiquity, Malden, MA, 61-80.  

………………………………………

Brown, P. R. L. (1961), ‘Aspects of the Christianization of the Roman Aristocracy’, Journal of Roman Studies 51, 1-11.

Browning, R. (2000), ‘Education in the Roman empire’, The Cambridge Ancient History. 14. The Late Antiquity: Empire and Sucessors, A.D. 425-600, Cambridge, 855-883.

Cameron, A. (1970), Claudian: Poetry and Propaganda in the Court of Honorius, Oxford.

Chuvin, P. (1990), Chronique des derniers païens, Paris.

Fox, R. L. (1987) Pagans and Christians, New York.

Kaster, R. A. (1988), Guardians of Language: The Grammarian and Society in Late Antiquity, Berkeley – Los Angeles – London.

Lavan, L. A.-Mulryan, M., eds. (2011), The Archaeology of Late Antique ‘Paganism’, Leuven.

MacMullen, R. (1997), Christianity and Paganism in the Fourth to Eighth Centuries, New Haven. 

Marrou, H.-I. (1977), Décadence romaine ou antiquité tardive?: IIIe-VIe siècle, Paris.

Maxwell, J. (2012), ‘Paganism and christianization’, The Oxford handbook of Late Antiquity, Oxford.

Miles, R. (1999), Constructing Identities in Late Antiquity, London, 1999

Momigliano, A., ed. (1963), The conflict between Paganism and Christianity in the Fourth Century, Oxford.

Pelikan, J. J. (1993), Christianity and classical culture: the metamorphosis of natural theology in the Christian encounter with Hellenism, New Haven.

Reynolds, L. D. – Wilson, N. G. (20134), Scribes and scholars. A Guide to the Transmission of Greek and Latin Literature, Oxford.

Riché, P. (1962), Éducation et Culture dans l’Occident Barbare, VIe-VIIIe siècles, Paris.

Smith, J. M. H. (2005), Europe after Rome: a new cultural History 500–1000, Oxford.

Pagãos vs. Cristãos: incompreensões, confrontos, adptações e pseudomorfose. O futuro da antiguidade.

1 Fevereiro 2024, 15:30 Rodrigo Furtado


         I.         O prólogo do Evangelho de João.

‘No princípio (archê) existia o Logos; o Logos estava em Deus; e o Logos era Deus. No princípio (archê) ele estava em Deus. Por ele é que tudo começou a existir; e sem ele nada do que existiu existiria. Nele é que estava a Vida. E a Vida era a Luz dos homens. A Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a comprenderam. [...] [O Logos] era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, ilumina todo o ser humano. Ele estava no mundo e por ele o mundo veio à existência’ (Jo. 1.1-5; 9-10a).

 

     II.         A Helenização do Mediterrâneo Oriental: o Judaísmo helenizante

            1.         Crioulização do Judaismo;

            2.         Debates em torno da helenização dos Hebreus: sábado; restrições da dieta; circuncisão; Templo; teologia; prosélitos.

 

      III.         O Cristianismo como religião de mistérios filosófica ou uma filosofia de mistérios religiosa.

1.      Características:

a)     morte e ressurreição;

b)     a ligação às estações;

c)     a salvação

2.      A diversidade do cristianismo primitivo.

 

       IV.         O crescimento do Cristianismo (ss. I-III d.C.).

1.      Números:

a)     100 d.C.: ca. 7000 | 0,01%

b)     200 d.C.: ca. 200000 | 0,33%

c)     300 d.C.: ca. 6000000 | 10%

2.      Onde?

a)     Cidades: ca. 2000 cidades; ca. 12 milhões de pessoas em cidades; 48 milhões no campo.

b)     Cristãos “urbanos”? Talvez 3 milhões = 25% dos habitantes de cidades.

c)     Cristãos “rurais”? Talvez 3 milhões = 6,25% dos habitantes do campo.

 

       V.         A negligência: A decadência da religiosidade cívica.

“Imaginei na minha cabeça o tipo de procissão que seria, com um homem a ter visões sonho: animais para sacrifícios, libações, refrões em honra do deus, incenso e os jovens da cidade a rodear o santuário, com as suas almas adornadas com toda a santidade e eles próprios vestidos com vestes brancas e esplêndidas. Mas quando entrei no santuário, não encontrei incenso, nem um bolo, nem um animal para sacrifício. Nesse momento fiquei espantado e pensei que ainda estava fora do santuário e que estavam à espera de um sinal meu, dando-me essa honra por eu ser o sumo pontífice. Mas quando comecei a indagar que sacrifício a cidade pretendia oferecer para celebrar a festa anual em honra do deus, o sacerdote respondeu: 'Trouxe comigo da minha casa um ganso como uma oferenda ao deus, mas a cidade desta vez não fez preparativos.” Juliano, Misopogon (sobre o santuário de Apolo em Dafne, perto de Antioquia).

 

      VI.         O combate ao paganismo?

            1.         Constantino: um homem entre dois mundos.

a)     a manutenção dos rios cívicos;

b)     os templos da deusa Tiquê (Thychê) e dos Dióscuros em Constantinopla;

c)     Roma: uma cidade pagã. O contraste com Milão ou Constantinopla.

 

 

            2.         A violência anti-cristã no século IV.

a)     O caso do Serapeum de Alexandria.

b)     “[Ao longo do século IV], na Trácia, um cristão foi queimado vivo pelo governador da província. Na Síria, a tortura de um bispo incluiu ser espetado pelos estiletes dos estudantes. Se forem verdade, estes foram factos terríveis, mas seria enganador tomá-los pelo seu valor facial ou vê-los como representativos do modo como pagãos e cristãos interagiram neste período” (J. Maxwell, 2012, ‘Paganism and christianization’, The Oxford handbook of Late Antiquity, Oxford.).

 

            3.         A violência anti-pagã no século IV.

a)     a proibição aos cristãos de participarem nos ritos e sacrifícios cívicos (321 d.C.);

b)     Edicto de Constante (ou Constâncio II) (341): que acabe a superstição e que a irracionalidade dos sacrifício seja abolida (cod. Theod. 16.10.2): a proibição dos rituais da religio pagã.

c)     A proibição constante dos sacrifícios em Roma ao longo do século IV;

d)     Visita de Constâncio II a Roma (357): respeito pelos templos da cidade: ao ponto de ser ele próprio apresentado por Símaco como modelo para Valentiniano II;

e)     Notícias esporádicas de conflito; mas ausência de uma política consequente até à época de Teodósio; mesmo depois, não há uma perseguição massiva;

f)      Teodósio e o edicto de 391.

o   De novo: proibição dos sacrifícios.

o   A extinção do fogo do Templo de Vesta e a proibição das Vestais. O de uirginitate de Ambrósio de Milão;

o   A proibição da religião familiar;

o   O abandono/destruição dos templos?

                       4.         Números

o   Gália: 2,4% templos destruídos;

o   Norte de África: apenas destruições em Cirene;

o   Ásia Menor: apenas um exemplo de destruição;

o   Grécia: apenas um exemplo de destruição (pelos Godos de Alarico);

o   Itália: apenas um exemplo de destruição;

o   Britânia: três exemplos de destruição;

o   Egipto: sete exemplos de destruição;

o   Síria-Palestina: vinte e um exemplos de destruição

o   TOTAL: 43 destruições.

Rodrigo furtado

Bibliografia sumária:

Humphries, M. (2018), ‘Christianity and paganism in the Roman Empire, 250–450 CE’, A companion to religion in Late Antiquity, Malden, MA, 61-80.  

………………………………………

Athanassiadi, P, Frede, M., ed. (2002), Pagan monotheism in Late Antiquity, Oxford.

Beard, M., North, J. North, Price, S. (1998), Religions of Rome, 2 vol., Cambridge, 1998

Bingham, D. J., ed. (2010), The Routledge companion to Early Christian thought, London, New York.

Clark, G. (2004), Christianity and Roman Society, Cambridge.

Harvey, S. A.-Hunter, D. G., ed. (2008), The Oxford Handbook of Early Christian Studies, Oxford.

MacMullen, R., Lane, P. (1992), Paganism and Christianity 100-425 CE: A Sourcebook, Minneapolis.

Mitchell, M. M.-Young, F. M., ed. (2006), The Cambridge History of Christianity. 1. Origins to Constantine, Cambridge.

Mitchell, S.-Van Nuffelen, P., ed. (2010), One God: Pagan Monotheism in the Roman Empire, Cambridge.

North, J.A. and Price S.R.F., eds. (2011), The Religious History of the Roman Empire: Pagans, Jews and Christians, Oxford.

Rüpke, J. (2007), Religion of the Romans, Malden, MA.

Rüpke, J., ed. (2008), A Companion to Roman Religion, Malden, MA.

Constantino e a construção da máquina imperial.

30 Janeiro 2024, 15:30 Rodrigo Furtado


I.                O caos depois da abdicação (305-313)

1.     A abdicação de Diocleciano  e Maximiano (305): quando tudo parecia ainda correr bem.

1.1  Novos Augustos: Constâncio I (Ocidente) e Galério (Oriente); novos Césares: Severo e Maximino Daia. A oposição de Diocleciano à sucessão hereditária e a eliminação dos filhos biológicos.

1.2  A rápida morte de Constâncio (306): espoleta-se a crise – as revoltas de Constantino e de Maxêncio.

1.3  Os confusos anos 306-312: o colapso da tetrarquia.

1.4  O nomen: Flauius (depois de 312). As potencialidades de um apelido (a relação com Vespasiano e Tito).

 

2.     O problema da conversão de Constantino.

2.1  O sonho da véspera da ponte Mílvia: o . A visão: Ἐν τούτ νίκα/in hoc signo uinces.

 

3.     Um imperador cristão?

3.1  O edicto conjunto “de Milão” e a tolerância do Cristianismo (313).

3.2  O favorecimento do Cristianismo: a devolução da propriedade; a isenção de impostos; a isenção do serviço decurial; a construção de basílicas: São Pedro; São Paulo; Santo Sepulcro; os primeiros apelos ao imperador como árbitro (317); a intervenção nas discussões doutrinais: o concílio de Niceia (325).

3.3  A tolerância para com os cultos pagãos. As maiores resistências: o mundo rural; as legiões; os filósofos.

 

4.     A fundação de Constantinopla (330)

4.1  A derrota de Licínio em Crisópolis (324).

4.2  A localização estratégica de Bizâncio: defesa, economia e estratégia.

4.3  Qual o problema de Roma? O deslocamento do eixo do império para fora de Itália.

4.4  A ‘nova Roma’: uma cidade planeada para ter tudo o que Roma deveria ter.

Rodrigo furtado

 

Bibliografia Sumária                                                                                                                                                         

D. S. Potter, ‘The transformation of the Empire: 235-337 CE’ (2006).

..………………………………………

Barnes, T. D. (1981), Eusebius and Constantine, Cambridge, MA, London.

Barnes, T. D. (1982), The new empire of Diocletian and Constantine, Cambridge, MA, London.

Drake, H. A. (2000), Constantine and the bishops: the politics of intolerance, Baltimore.

Jones, A. H. M. (1948), Constantine and the conversion of Europe, London.

Lenski, N. (2006), ‘The reign of Constantine’, The Cambridge Companion to Constantine, Cambridge, 59-90.

Lieu, S. N. C., Montserrat, D. (1996), ed., From Constantine to Julian: pagan and Byzantine views on Constantine, London.

Lieu, S. N. C., Montserrat, D., ed. (1998), Constantine: history, historiography and legend, London-New York.

Potter, D. S. (2004), The Roman Empire at Bay. AD 180-395, London, New York.

Van Dam, R. (2007), The Roman revolution of Constantine, Cambridge, 283-316.

Van Dam, R. (2011), Remembering Constantine at the Milvian bridge, Cambridge.