Sumários

Houve alguma crise no século III? Cinquenta anos alucinantes e a solução (?) da tetrarquia.

25 Janeiro 2024, 15:30 Rodrigo Furtado


I.                O que caracteriza a ‘crise do século III’?

1.     As ameaças externas:

1.1   Os Sassânidas:

1.1.1        A dinastia sassânida: Ardashir I (224-242) – o ataque à Mesopotâmia e à Arménia e os raides pela Síria.

1.1.2        A incapacidade de resposta romana: a humilhante derrota de Valeriano na batalha de Edessa (260).

 Uma imagem com mapa, texto, atlas

Descrição gerada automaticamente

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1.2   A pressão germânica no Reno-Danúbio. A incapacidade da resposta romana: a derrota de Décio em Abrito (Mésia Inferior). O abandono da Dácia (Aureliano).

 

Uma imagem com mapa, texto, atlas

Descrição gerada automaticamente

 

2.     O problema sucessório.

2.1   Como? Quem sanciona? Quem pode ser escolhido? Onde?

2.2   Pelo menos 30 imperadores entre 235 e 285. Apenas um não foi assassinado.

2.2.1        Pela guarda pretoriana; por inimigos; por rivais; pelos seus legionários;

2.2.2        O papel dos exércitos: perante a instabilidade militar e a irrelevância de Roma.

2.2.3        Os imperadores gálicos: Póstumo e sucessores;

2.2.4        Zenóbia e Vabalato: o reino de Palmira?

2.3   Imperadores que não são estritamente romanos: líderes militares de origens diversas; a incapacidade do Senado – a resistência a Maximino e a irrelevância de Pupieno e Balbino (235-238);

Uma imagem com mapa, texto, atlas

Descrição gerada automaticamente

Uma imagem com mapa, texto, atlas

Descrição gerada automaticamente

 

II.              Diocleciano (244-311).

1.     Uma personagem obscura.

1.1  Um imperador de origem obscura: o filho de um liberto; da Dalmácia.

1.2 A vitória sobre Carino na batalha de Margo (284).

 

2.     A preeminência ideológica do imperador: a vitória da ideologia monárquica de raiz oriental.

2.1 A sacralização da figura imperial em vida: Iouius; Herculius;

2.2 A criação de uma etiqueta de distanciamento de matriz oriental. A influência persa - a púrpura e o diadema;  a distância protocolar (e.g. entradas nas cidades); o cerimonial de corte.

2.3 O afastamento de Roma;

 

3.     O sistema da tetrarquia.

3.1 Dois Augustos e dois Césares: Diocleciano e Maximiano; Galério e Constâncio. Os casamentos com Valéria e com Teodora.

3.2 Nicomédia-Antioquia; Milão-Trier.

3.3 A primeira vista de Diocleciano a Roma: os uicennalia de 303.

Uma imagem com texto, mapa, atlas

Descrição gerada automaticamente

Rodrigo Furtado

 

Bibliografia Sumária                                                                                                                                                    

D. S. Potter, ‘The transformation of the Empire: 235-337 CE’ (2006).

..………………………………………

Barnes, T. D. (1981), Eusebius and Constantine, Cambridge, MA, London.

Barnes, T. D. (1982), The new empire of Diocletian and Constantine, Cambridge, MA, London.

Blois, L. de (2001), ‘The crisis of the third century A.D. in the Roman empire: a modern myth?’, The transformation of economic life under the Roman empire, Amsterdam, 204-217.

Corcoran, S. (20002), The empire of the tetrarchs: imperial pronouncements and government. AD 284-324, Oxford.

Corcoran, S. (2006), ‘Before Constantine’, The Cambridge Companion to Constantine, Cambridge, 35-58.

Drake, H. A. (2000), Constantine and the bishops: the politics of intolerance, Baltimore.

Hekster, O. (2008), Rome and its Empire, AD 193-284, Edinburgh.

Jones, A. H. M. (1948), Constantine and the conversion of Europe, London.

Le Bohec, Y. (2009), L’armée romain dans la tourmente : une nouvelle approche de la «crise du siècle III», Monaco.

Lieu, S. N. C., Montserrat, D. (1996), ed., From Constantine to Julian: pagan and Byzantine views on Constantine, London.

Lieu, S. N. C., Montserrat, D., ed. (1998), Constantine: history, historiography and legend, London-New York.

Van Dam, R. (2007), The Roman revolution of Constantine, Cambridge.

Van Dam, R. (2011), Remembering Constantine at the Milvian bridge, Cambridge.

White, J. F. (2005), Restorer of the World: the Roman Emperor Aurelian, Spellmount.

Williams, S. (1985), Diocletian and the Roman Recovery, London, New York.

 

TRABALHO CURTO 1

ENUNCIADO

 

I.               TEMA.

 

Escrever a entrada de um Companion ou de uma enciclopédia com o título: Antiguidade tardia: história e cultura.

 

II.  ESPECIFICAÇÕES DE CONTEÚDO.

1.     Deverá constituir uma síntese dos elementos fundamentais que caracterizaram a história política e a sociedade romanas.

2.     Balizas cronológicas: meados do s. III (crise do s. III) - final do século VII d.C. (advento do Islão).

3.     Não deverá ser uma síntese das aulas. Serão tanto mais valorizados quanto procurarem apresentar uma perspectiva própria, inovadora no modo como tratam o tema.

4.     Deverão usar bibliografia e notas de rodapé.

5.     Modelos do tipo de texto pedido (não é obviamente para copiar; é para ver que género de trabalho é para fazer):

a.      Ch. Bruun (2006), ‘Rome’, A companion to ancient history, Malden-MA, Oxford, Chcicester-West Sussex, 236-247.

b.     R. Lim (2009), ‘Late Antiquity’, The Edinburgh companion to ancient Greece and Rome, Edinburgh, 114-120.

c.      https://en.wikipedia.org/wiki/Ancient_Rome

 

III. ESPECIFICAÇÕES FORMAIS.

1.     Cerca 5000 palavras, excluindo bibliografia.

2.     Entregar em Word, para o mail: rodrigo.furtado@campus.ul.pt.

3.     Data de entrega: até 12 de Março de 2024.

 

 

Apresentação. Programa. Avaliação. Bibliografia.

23 Janeiro 2024, 15:30 Rodrigo Furtado


1. Programa


Esta UC destina-se a alunos de qualquer licenciatura que queiram saber mais sobre a história e cultura do Mediterrâneo e Médio Oriente entre Diocleciano e o século VII d.C. O curso está organizado em duas partes: na primeira, apresentar-se-ão doze temas que procurarão caracterizar o período; na segunda, discutiremos dois problemas: por que razão caiu o Império Romano no Ocidente? A Hispânia dos séculos VI-VII: romanos ou bárbaros?

 

PARTE I

História da Antiguidade tardia: uma diacronia.

 

1.       Houve alguma crise no século III? Cinquenta anos alucinantes e a solução (?) da tetrarquia.

2.       Constantino e a máquina imperial: um homem, um colosso, mais distante, maior, mais santo.

3.       Pagãos vs. Cristãos: incompreensões, confrontos e pseudomorfose. O futuro da antiguidade.

4.       Ciceronianus e/ou Christianus? ‘Onde estiver o teu tesouro, está também o teu coração’.

5.       Agostinho: Confissões e Cidade de Deus. A revolução do pensamento: Deus e o homem.

6.       Uma máquina para a eternidade: uma nova estrutura político-administrativa para um novo império.

7.       Perspectivas locais e regionais: transformações e continuidades urbanismo, sociedade e economia.

8.       O Império no Oriente nos séculos V-VI: a separação em relação ao Ocidente.

9.       O Oriente bizantino: Justiniano e a tentativa de reconquista do ocidente.

10.    Explicar a crise: a “praga de Justiniano” e as “alterações climáticas”.

11.    Os atacantes vindos do deserto: as origens do Islão e o desafio ao monoteísmo cristão

12.    O colapso político bizantino e sassânida: o fim do mundo antigo?

 

LEITURAS:

a)    D. S. Potter, (2006), ‘The transformation of the Empire: 235-337 CE’, A Companion to the Roman Empire, Malden, Oxford, Victoria, 153-173.

b)    M. Humphries (2018), ‘Christianity and paganism in the Roman Empire, 250–450 CE’, A companion to religion in Late Antiquity, Malden, MA, 61-80.

c)     S. Mitchell (2014), A History of the Later Roman Empire, AD 284-641. The Transformation of the Ancient World,

Malden, MA, Oxford, Chichester, West Sussex, 242-324

d)    C. Kelly (2006), ‘Bureaucracy and government’, The Cambridge companion to Constantine, Cambridge, 183-204

e)    A. D. Lee (2013), ‘Urban continuity and change’, From Rome to Byzantium AD 363 565, Edinburgh, 199-222.

f)     G. Greatrex (2005), ‘Byzantium and the East in the Sixth Century’, Cambridge companion to Justinian, Cambridge, 477-509

g)    Av. Cameron (2012), The Mediterranean World in Late Antiquity AD 395-700, London, 168-207.

h)    Peter Sarris (2020), ‘Climate and Disease,” A Companion to the Global Middle Ages, 511-538.


PARTE II

 

I.          Por que razão caiu o Império Romano no Ocidente?

13.    Entre Alarico e Estilicão: quem são os bárbaros na Antiguidade tardia?

14.    Catastrofistas: invasões, recessão económica; atrofiamento demográfico; colapso urbano; iliteracia.

15.    Continuistas: migrações; integrações; pseudomorfose; libertação fiscal. O triunfo da Local Romanness.

16.    476: uma viagem pelo Ocidente Braga, Lisboa, Trier, Arles, Milão/Ravena, Roma, Cartago.

 


Leituras:


i.     G. Halsall (2012), The Barbarian migrations and the Roman West, Cambridge 165-283.

ii.     B. Ward-Perkins (2005), The fall of Rome and the end of civilization, Oxford, 87-168.

iii.     M. Kulikowski (2012), ‘The Western kingdoms’, The Oxford Handbook of Late Antiquity, Oxford.

iv.     R. McKitterick (2003r), ‘Politics’, The Early Middle Ages. Europe. 400-1000, Oxford, 21-28.

v.     Ch. Wickham (2003r), ‘Society’, The Early Middle Ages. Europe. 400-1000, Oxford, 59-75.


 

II.             A Hispânia dos séculos VI-VII: romanos ou bárbaros?

17.    O difícil domínio da Hispânia: romanos, suevos e visigodos. 150 anos de incerteza (410-560).

18.    O reino católico de Toledo: a unificação de Leovigildo-Recaredo e a consolidação da monarquia.

19.    Vrbs regia Toletana: territorialização e institucionalização do reino visigodo. Os concílios.

20.    A morte de Vergílio? Educação e cultura na Hispânia visigoda. O caso de Isidoro de Sevilha.

Leituras:

i.           M. Kulikowski (2011), Late Roman Spain and its cities, Baltimore, 256-286.

ii.           P. Díaz, M. R. Valverde Castro (2000), ‘The theoretical strength and practical weakness of the Visigothic monarchy of Toledo’, Rituals of Power: From Late Antiquity to the Early Middle Ages, Leiden, 59–93.

iii.           R. Collins (2004), Visigothic Spain, 409-711, Oxford, 197-246.

iv.           M. C. Díaz y Díaz (1976), ‘Introducción general’, San Isidoro. Etimologías, Madrid



2. Avaliação

 

3 ELEMENTOS

TESTE 1 OU TRABALHO CURTO 1: 50%

Matéria: Ponto I do Programa

Teste: 12 de Março de 2024, à hora da aula, presencial. Inclui:

-  perguntas de resposta curta (variável: entre 1 e 10 linhas)

-  perguntas de escolha múltipla

-  uma pergunta de desenvolvimento médio (ca. 1-1 ½ página A4)

Trabalho:

i.     enunciado do trabalho é entregue na Aula n.º 1.

ii.     cerca 5000 palavras, excluindo bibliografia.

iii.     Entregar em Word, para o mail: rodrigo.furtado@campus.ul.pt.

iv.     Data de entrega: até 12 de Março de 2024.

 

TESTE 2 OU TRABALHO CURTO 2: 25%

Matéria: Ponto II.1 do Programa

Teste: 9 de Abril de 2024, à hora da aula, presencial.

- uma pergunta única de desenvolvimento (ca. 2-4 páginas)

Trabalho:

i.     enunciado do trabalho é entregue na Aula n.º 13.

ii.   cerca 2500 palavras, excluindo bibliografia.

iii.  Entregar em Word, para o mail: rodrigo.furtado@campus.ul.pt.

iv.  Data de entrega: até 9 de Abril de 2024.

 

TESTE 3 OU TRABALHO CURTO 3: 25%

Matéria: Ponto II.2 do Programa

Teste: 9 de Maio de 2024, à hora da aula, presencial.

- uma pergunta única de desenvolvimento (ca. 2-4 páginas)

Trabalho:

i.     enunciado do trabalho é entregue na Aula n.º 17.

ii.     cerca 2500 palavras, excluindo bibliografia.

iii.     Entregar em Word, para o mail: rodrigo.furtado@campus.ul.pt.

iv.     Data de entrega: até 9 de Maio de 2024.

 

Atenção:

- pelo menos um dos elementos de avaliação TEM DE SER um teste;

- pelo menos um dos elementos de avaliação TEM DE SER um trabalho curto.

Cada estudante decide qual o elemento de avaliação que vai fazer, em cada momento, como entender. Não precisa de me avisar; basta aparecer no teste na data marcada ou enviar o trabalho correspondente para o meu e-mail até à data marcada.