Sumários

O que estudamos na História de África? Os espaços dos mundos africanos enquanto cadeias de sociedades

29 Outubro 2019, 10:00 José Augusto Nunes da Silva Horta

O que estudamos na História de África? 

1. Os espaços dos mundos africanos enquanto espaços socializados, construídos pelas relações entre sociedades. Comentário à segunda parte do capítulo de Jean-Loup Amselle, "Etnias e espaços: para uma antropologia topológica".  As cadeias de sociedades englobantes e englobadas e os espaços socializados dos mundos africanos:

- Os espaços de trocas — espaços hierarquizados de apropriação da produção, controle da circulação e de consumo (conclusão); lógicas comerciais africanas e signos monetários. 

- Espaços estatais, políticos e guerreiros — a natureza do poder político, poder sobre pessoas e não sobre terra sujeita a fronteiras; a dinâmica histórica de agregação, desagregação e nova agregação sucessivas entre estados, chefados e sociedades linhageiras (semelhante a fenómenos de diástole e sístole); relações tributárias, predatórias e deslocações de população. 

- Espaços linguísticos —tipos de línguas e  tipologia de áreas linguísticas; relação dessas áreas com a composição e decomposição de espaços políticos, de trocas e 

- Espaços religiosos. 

- Mutações étnicas e os sistemas de classificação identitária "pré-coloniais" — escolhas identitárias e grupos categoriais relacionados com as cadeias de sociedades: a classificação identitária e a sua apropriação pelos actores sociais como o resultado de um jogo de forças; o valor performativo do "etnónimo" e a pluralidade dos seus significados; a identidade: um estado, consoante os contextos, e não uma essência.


2. Apreensão de uma singularidade Kuvale (povos Herero do Sul de Angola) — feita de várias singularidades — a partir do trabalho de Ruy Duarte de Carvalho Aviso à Navegação, Olhar sucinto e preliminar sobre os pastores Kuvale da província do Namibe com um relance sobre as outras sociedades agro-pastoris do Sudoeste de Angola. A singularidade geográfico-ecológica dos Kuvale.


Conclusão da matéria da aula anterior. Os mundos africanos construídos pelas relações entre sociedades

24 Outubro 2019, 10:00 José Augusto Nunes da Silva Horta

1. Conclusão da matéria da aula anterior: modelos de organização familiar definidos a partir do capítulo de Maria Groz-Ngaté e da discussão de exemplos dados pelo professor e pelos alunos, relativos a realidades diversas no seio de cada país (da Guiné-Bissau, Angola, Cabo verde e São Tomé e Príncipe). Para além da família: outras formas de associação/organização de uma comunidade para além da família. 

2. Os espaços dos mundos africanos enquanto espaços socializados, construídos pelas relações entre sociedades.  As cadeias de sociedades, englobantes e englobadas, e os espaços socializados dos mundos africanos. Início do comentário à segunda parte do capítulo de Jean-Loup Amselle, "Etnias e espaços: para uma antropologia tipológica".


Para além da "etnia": como definir e conceptualizar as relações sociais e as suas transformações no continente africano?

22 Outubro 2019, 10:00 José Augusto Nunes da Silva Horta

Para além da "etnia": como definir e conceptualizar as relações sociais e as suas transformações no continente africano?

Uma vertente fundamental dessas relações sociais, vividas através do parentesco (kinship) e do casamento. Uma abordagem antropológica sensível à pluralidade de contextos, aos dinamismos e às mudanças históricas. Comentário a um texto de Maria Groz-Ngaté.



As novas exigência teóricas da historiografia de África. O exemplo da a erosão das dicotomias e da descontrução do objecto étnico

17 Outubro 2019, 10:00 José Augusto Nunes da Silva Horta

Novas exigências teóricas da historiografia de África: o exemplo da a erosão das dicotomias e da descontrução do objecto étnico .

Os conceitos herdados de outras disciplinas interpelados na sua operatividade para a História de África (conclusão):  a desconstrução do objecto étnico da Antropologia e da História de África    Conclusão da discussão da Introdução da obra Pelos Meandros da Etnia e da primeira parte do capítulo de Jean-Loup Amselle, "Etnias e espaços: para uma antropologia topológica".  


Evolução da historiografia de África (2) — A "Pirâmide invertida" ou a "superioridade africana". Dos anos 80-90 à actualidade

15 Outubro 2019, 10:00 José Augusto Nunes da Silva Horta

A evolução da historiografia de África (2):

1. A "Pirâmide invertida" ou a "superioridade africana": a primeira reacção dos historiadores africanos à perspectiva (europeia e colonial) da "Inferioridade africana" — a armadilha em que caíram os historiadores desta corrente ao aterem-se aos parâmetros de "civilização" e de avaliação da historicidade próprio da corrente da "inferioridade africana". Comentário ao artigo de Carlos Lopes. 

2. Os anos 80-90 (e sua sequência até hoje): a complexificação da abordagem dos historiadores rompendo com a visão dicotómica anterior e repensando os conceitos operatórios fundamentais, transformação do pensar da História de África em que se insere a contribuição de Jean-Loup Amselle e Elikia  M'Bokolo  (início da análise da "Introdução" destes autores ao livro por eles coordenado: Pelos meandros da etnia...


Ver pontos 4 e 5 do esquema da evolução da historiografia de África, relativos aos anos 50 a 80 do século XX