Sumários
J. Conrad
30 Novembro 2017, 12:00 • Amândio Reis
O relatório de Mr. Kurtz para a "Sociedade Internacional para a Abolição de Costumes Selvagens" e o paradoxo ético da personagem.
Apresentação oral de Andreia Capelo.
O motivo do texto inacessível, em Coração das Trevas, como mais uma configuração do enigma que marca a novela como seu elemento central, em associação, ainda, com a figura do ajudante russo de Kurtz, figura "inconcebível, inexplicável e absolutamente desconcertante" (V. p. 103).
O ponto de vista de Marlow, enquanto "investigador", e a evolução do Coração das Trevas como narrativa que é, em última instância, sobre o problema do (des)conhecimento.
A conclusão da novela e a forma como, nesta, esse mesmo problema é explorado: entre a incompreensibilidade e a falta de sentido das últimas palavras de Mr. Kurtz, e a mentira piedosa do narrador, Marlow, à personagem da Prometida.
Existe algum tipo de conhecimento certo e absoluto no universo do Coração das Trevas?
J. Conrad
23 Novembro 2017, 12:00 • Amândio Reis
Marlow e os caminhos da obsessão: dos mapas de África na sua infância à figura de Kurtz durante a sua viagem.
Existe um discurso "anti-colonial" no Coração das Trevas?; reflexão sobre as dificuldades em descrever a posição do narrador, entre a defesa de uma versão ideal de colonialismo e a denúncia dos horrores dessa empresa, entre a "missão civilizacional" e o "lucro" desmedido.
O mistério e o endeusamento associados à figura de Kurtz, agente colonial, filósofo, pintor e poeta.
Visionamento da sequência de abertura de Apocalipse Now (1979), de Francis Ford Coppola.
J. Conrad
21 Novembro 2017, 12:00 • Amândio Reis
Coração das Trevas: o texto ficcional e o seu substrato histórico; algumas considerações acerca da experiência exílica do próprio Joseph Conrad.
Apresentação oral de José Carinhas.
O narrador não-identificado, na terceira pessoa, o narrador Marlow e a narrativa encaixada; algumas questões de mediação do discurso.
O "coração das trevas" e os muitos sentidos dessa expressão: da Inglaterra "primitiva", no tempo da invasão romana, ao Congo contemporâneo (da narrativa), no tempo da exploração colonial belga.
Um terceiro sentido para o "coração das trevas"?: leitura do episódio da consulta médica de Marlow antes da sua partida para África.
Galin Tihanov
16 Novembro 2017, 12:00 • Amândio Reis
"Narratives of Exile: Cosmopolitanism beyond the Liberal Imagination", de Galin Tihanov, em articulação e em confronto com "Reflections on Exile", de Edward Said.
O exílio como tópico literário: entre o dado histórico, concreto, e o traço cultural, generalizável, sinónimo de desenraizamento e deslocalização (V. Hannah Arendt, p. 143 e Zigmunt Bauman, p. 152).
O exílio como experiência associada à criatividade e/ou ao sofrimento: a argumentação utilizada por Tihanov e a proposta de "des-romantização" e "des-liberalização" do conceito actual de exílio como forma de conceber um novo cosmopolitismo, liberto tanto da "ideologia romântica" como também do "consenso liberal".
Apresentações orais de Maria Kopke e Francisca Portugal.