Sumários

S. T. Coleridge

26 Outubro 2017, 12:00 Amândio Reis

Considerações acerca da dimensão visual da "Rima do Velho Marinheiro"; a pintura e o imaginário Românticos: os exemplos de Théodore Géricault, William Turner e Caspar David Friedrich, à luz do conceito de sublime (v. "pintura_romântica_naufrágios", Moodle).
O naufrágio como motivo tipicamente romântico e a tradição épica em que o poema de Coleridge se pode inserir através do "Argumento": uma história em que confluem terror e nostos.
Conhecimento e ignorância: a epígrafe do poema, sobre os "seres invisíveis" que habitam o mundo, e a sua importância enquanto porta de entrada filosófica do texto.
Apresentações orais de Catarina Conde e Leonor Bica.


M. H. Abrams

24 Outubro 2017, 12:00 Amândio Reis

"The Poem as Heterocosm": as metáforas do espelho e da lâmpada, e o Romantismo como revolução estética e crítica.
O Romantismo em sentido histórico, como movimento artístico e cultural que se pode enquadrar entre as duas últimas décadas do séc. XVIII (a partir da Revolução Francesa) e meados do séc. XIX (até ao grande surto industrial).
O Romantismo em sentido lato, como uma constante do espírito humano (disposição dionisíaca), com predominância da imaginação, da sensibilidade e da "irregularidade" sobre a razão, a pureza formal e o equilíbrio.
A analogia heterocósmica (M. H. Abrams) e as alterações radicais que ela implica na concepção da obra de arte (tida como segunda natureza, auto-contida e congruente apenas consigo mesma) e da figura do artista (tido como deus criador, "poeta", que reivindica a sua própria subjectividade e a liberdade do "fazer" estético).
Apresentações orais de Margarida Fialho Morais e Mariana Vicente.


Maupassant

19 Outubro 2017, 12:00 Amândio Reis

O flashback inicial e estrutura analéptica na composição de "Tombouctou"; relações entre a introdução do narrador extradiegético, na terceira pessoa, e a história encaixada do Tenente Vedié (narrador intradiegético), segundo os conceitos paradoxais de verosimilhança e subjectividade. Um relato objectivo ou o produto de um olhar colonial?
Tombouctou, herói e grand enfant; a adopção de estereótipos coloniais na representação do Outro e a sua simultânea desconstrução por meio da (improvável) prosperidade do protagonista.
Articulações entre o riso de Tombouctou, a sua imagem literária e a iconografia imperial: o negro Banania.
O substrato histórico, factual, e a ficção: relações e tensões, à luz de E. Said e W. Benjamin.
Apresentações orais de Diogo Almeida, Catarina Ferreira e Joana Silva.


Maupassant

17 Outubro 2017, 12:00 Amândio Reis

Guy de Maupassant e o conto oitocentista: algumas coordenadas histórico-literárias.
O ciclo do "Horla" como modelo narrativo; reflexões sobre os conceitos de narrativa encaixada (frame story) e de narração na primeira pessoa, em articulação com a figura do narrador não-confiável (unreliable narrator, Wayne C. Booth, 1961).
"Tombouctou" e o pano de fundo da Guerra Franco-Prussiana (1870-1871).
A abertura do conto e a descrição inverosímil de Paris enquanto estratégia de desestabilização simbólica das categorias espaciais da narrativa (Paris/Tombouctou); a narrativa colonial e o papel de Maupassant como correspondente no Norte de África; leitura contrastante da abertura do conto e de uma crónica da viagem do autor à Argélia ("Alger à vol d'oiseau", 1884).
Apresentação oral de Sara Dâmaso.


Edward Said

12 Outubro 2017, 12:00 Amândio Reis

O exílio e o multiculturalismo como lugares de fala: E. Said, palestiniano, árabe, cristão, norte-americano.
O sincretismo metodológico de "Reflections on Exile", entre história, política, filosofia, crítica literária e testemunho. Do exemplo biográfico (poetas Faiz Ahmad Faiz e Rashid Hussein, pp. 174-175) ao exemplo literário ("From: A Lover from Palestine", poema de Mahmoud Darwish, e "Amy Foster", conto de Joseph Conrad, pp. 179-180).
Participação oral programada de Cristina López Lumbreras.
A progressão argumentativa do ensaio de Said: da relação antinómica entre exílio e nacionalismo à interdependência destes dois fenómenos (pp. 176-178); da taxonomia da deslocação (exilados, refugiados, expatriados e emigrantes, p. 181) ao exílio como atitude, mentalidade, "estado de espírito" cultural e intelectual (pp. 185-186).