Sumários

O lugar de Carlos de Oliveira

9 Fevereiro 2022, 11:00 Joana Matos Frias

Breve confronto entre poemas de Manuel da Fonseca e Mário Dionísio e um poema de Carlos de Oliveira incluído em Turismo (col. Novo Cancioneiro, 1942): leitura e comentário dos poemas "Os olhos do poeta" (Manuel da Fonseca) e "Arte poética" (Mário Dionísio), com vista à percepção de alguns traços característicos das tendências tópico-temáticas e de dicção próprias da poesia neo-realista do início dos anos 40. Chamada de atenção para a imediata diferença da configuração poemática do texto de Oliveira: da carência referencial à prática da escassez da expressão.


A ficção narrativa neo-realista: um exemplo

7 Fevereiro 2022, 11:00 Joana Matos Frias

Comentário detalhado do conto "O largo", de Manuel da Fonseca, a partir da leitura de alguns excertos: 

- o equilíbrio entre as preocupações ideológicas e estético-literárias;
- a subtracção dos elementos especificamente referenciais da circunstância histórica, com base no valor simbólico dos espaços "Largo" e "Vila";
- as classes em cena, com destaque para as classes trabalhadoras e marginalizadas;
- a ambiguidade das marcas da enunciação, entre a ironia e o cinismo, em particular no que respeita ao lugar e à função social das mulheres;
- a articulação entre o cenário local e o internacional.


O que é uma obra neo-realista?

2 Fevereiro 2022, 11:00 Joana Matos Frias

A partir do comentário dos títulos Gaibéus (1939) e Esteiros (1941), breve enquadramento de algumas das preocupações fundamentais dos escritores neo-realistas nos anos decisivos da sua actuação cultural e literária: o tratamento de personagens colectivas das classes trabalhadoras, os aspectos específicos do aparecimento da Natureza e da paisagem nas obras, relativamente às suas anteriores expressões romântica (a paisagem enquanto estado de alma) e realista (o cuidado descritivista de ambição objectiva).

Leitura detalhada de passagens da Introdução à reedição de 1966 de Gaibéus, por Alves Redol, e da abertura de Esteiros, por Soeiro Pereira Gomes. A complexidade intrínseca à tentativa de articulação de preocupações ideológicas de alcance sócio-político com os cuidados estético-literários.  


O que foi o Neo-realismo?

31 Janeiro 2022, 11:00 Joana Matos Frias

Tentativa de sistematização das dualidades em cena no contexto literário português do final da década de 30, com especial destaque para o debate entre presencistas e neo-realistas: tema e expressão, substância e forma do conteúdo, utilidade e inu­tilidade da arte e da literatura, psicologismo e sociedade, indivíduo e colec­ti­vidade, espaço interior e espaço exterior, ideologia e história.

A importância decisiva do pensamento marxista e da ascensão dos fascismos na elaboração do programa neo-realista: a tematização da luta de classes, o problema das injustiças sócio-económicas e a resistência aos regimes ditatoriais.


Sobre a dualidade fundamental dos períodos literários

26 Janeiro 2022, 11:00 Joana Matos Frias

Conversa com os alunos com base nas suas preferências literárias e nas expectativas relativamente aos autores e obras a estudar no âmbito da disciplina de Literatura Portuguesa Contemporânea.

Considerações gerais sobre o cânone da literatura portuguesa moderna e contemporânea, sobre sistemas nacionais e aspectos supra-nacionais.

Enunciação de alguns princípios metodológicos fundamentais, a partir do comen­tário de passagens do ensaio de Jorge de Sena «Sobre a dualidade fundamental dos períodos literários», com vista a uma problematização crítica da complexidade do panorama literário português na passagem dos anos 30 para os anos 40 do século XX: os aspectos decisivos das periodizações aproximadas, a importância das relações internacionais, o dinamismo das tensões em cena. Breve chamada de atenção para o cenário histórico e histórico-literário europeu no final da década de 30: as ideologias políticas e artísticas em confronto.