Sumários
V. Paradoxos Práticos - 2
9 Maio 2025, 15:00 • António José Teiga Zilhão
V.2. O Problema de Newcomb
V.2.1. Apresentação do problema de Newcomb, tal como originalmente exposto por R. Nozick em 1969.
V.2.2. Como escolher nas circunstâncias definidas pelo problema de Newcomb? A solução 'monocaixista' e a solução 'bicaixista'. O rationale subjacente a cada uma das duas soluções rivais.
V.2.3. Desenvolvimento do rationale 'monocaixista' - Evidencialismo e noção de escolha auspiciosa.
V.2.4. Desenvolvimento do rationale 'bicaixista' - Causalismo e noção de escolha eficaz.
V. Paradoxos Práticos - 1
6 Maio 2025, 15:00 • António José Teiga Zilhão
V.1. O Dilema do Prisioneiro
1. O Dilema do Prisioneiro
1.1. Exposição do Dilema do Prisioneiro.
1.2. O problema teórico-decisional colocado pelo Dilema do Prisioneiro: como é possível que a opção dominante, e, portanto, aquela que constitui a escolha racional de um ponto de vista teórico-decisional, não seja aquela opção que parece ser intuitivamente a melhor?
1.3. Discussão sobre se este problema constitui ou não um verdadeiro paradoxo.
2. Distinção entre Dilema do Prisioneiro singular e Dilema do Prisioneiro reiterado.
2.1.Demonstração de como, no caso do Dilema do Prisioneiro reiterado, os agentes têm que escolher estratégias em vez de terem que tomar uma decisão única.
2.2. Demonstração de como, num Dilema do Prisioneiro reiterado, uma estratégia cooperativa (do género de uma estratégia Tit-for-Tat) pode tornar-se dominante, e, ser portanto, a estratégia pela qual é racional optar, desde que o futuro seja aberto.
IV. Paradoxos Indutivos - 4
2 Maio 2025, 15:00 • António José Teiga Zilhão
3. O Paradoxo dos Corvos - 2
3.5. A Teoria Bayesiana da Confirmação (TBC) como teoria da confirmação alternativa à Teoria Lógica da Confirmação (TLC).
3.5.1. Os princípios básicos da TBC - a confirmação (ou desconfirmação) como uma medida incremental do quanto a submissão à evidência contribui para aumentar (ou diminuir) o grau de crença na verdade (a probabilidade) de uma hipótese. A importância do Teorema de Bayes para a TBC. Modos probabilísticos de medir a confirmação (desconfirmação) de uma hipótese pela evidência (e.g., o factor de probabilidade, i.e., a razão entre a probabilidade posterior e a probabilidade prévia de uma hipótese).
3.6. Crítica ao carácter insatisfatório da resposta de Hempel às objecções legítimas de contra-intuitividade (a objecção da ornitologia dentro de portas) levantadas contra a sua proposta de dissolução do Paradoxo dos Corvos por meio do abandono da CNC.
3.7. A proposta bayesiana para a dissolução do paradoxo.
3.7.1. Construção de um pequeno mundo adequado à análise do paradoxo. Definição dos diferentes relatórios observacionais que a recolha de evidência pode nele originar. Atribuição de probabilidades prévias sensatas a cada um deles. Introdução da hipótese de carácter geral nesse pequeno mundo. Determinação das probabilidades posteriores dos relatórios observacionais, dada a suposição da verdade dessa hipótese. Comparação entre as probabilidades posteriores dos relatos observacionais e as probabilidades prévias dos mesmos.
3.7.2. A igualdade entre p(e|h)/p(e) e p(h|e)/p(h) - demonstração. Os factores de probabilidade (p(h|e)/p(h)) associados à confrontação da hipótese com cada um dos relatórios observacionais. Constatação de que dois deles confirmam a hipótese, enquanto que os outros dois a desconfirmam, mas não da mesma forma. O relatório evidencial confirmatório em acordo com CN confirma em muito maior grau a hipótese do que o relatório evidencial que viola CNC (no caso deste último, o incremento de confirmação da hipótese é quase nulo); o relatório evidencial desconfirmatório em acordo com CN desconfirma em muito maior grau a hipótese do que o relatório evidencial que viola CNC (enquanto que o primeiro constitui uma refutação da hipótese, o segundo apenas a desconfirma ligeiramente). Neste sentido, a intuição que nos leva a aceitar CNC como verdadeira reflecte o carácter negligenciável, de um ponto de vista prático, para a confirmação/desconfirmação dos relatos observacionais que violam CNC.
3.7.3. Conclusão: tal como a TLC, a TBC também advoga o abandono da Condição de Não Confirmação (CNC). Mas o aparato metodológico da TBC permite acolher as objecções de contra-intuitividade levantadas contra o abandono de CNC pela TLC e, nesse sentido, responder-lhes de forma satisfatória, o que não está ao alcance da TLC.
IV. Paradoxos Indutivos - 3
29 Abril 2025, 15:00 • António José Teiga Zilhão
IV. Paradoxos Indutivos - 3
3. O Paradoxo dos Corvos
3.1. O conceito de uma Teoria da Confirmação.
3.2. A Teoria Lógica da Confirmação (TLC) de C.G. Hempel.
3.2.1. Os três princípios elementares da TLC: 1) a Condição de Nicod (CN); 2) a Condição de Não Confirmação (CNC); 3) a Condição de Equivalência (CE). Caracterização de cada uma destas condições e constatação do carácter intuitivo de todas elas.
3.3. Demonstração de como derivar uma contradição a partir destes três princípios elementares da TLC e de regras lógicas muito básicas.
3.3.1. Exemplificação do problema a partir da confrontação da proposição universal afirmativa 'Todos os corvos são negros' com os quatro tipos de proposições evidenciais susceptíveis de a confirmar ('isto é um corvo e é negro'), de a desconfirmar ('isto é um corvo e não é negro'), e de nem a confirmar nem desconfirmar ('isto não é um corvo e é negro' ou 'isto não é um corvo e não é negro').
3.4. A proposta de Hempel para dissolver o paradoxo e preservar a TLC: deixar cair a condição ii) - CNC, mantendo em vigor apenas as condições i) - CN e iii) CE. Demonstração de que, sem o apelo a CNC, o paradoxo não é derivável.
3.4.1. As consequências contra-intuitivas do abandono de CNC - a objecção da "ornitologia dentro de portas", de N. Goodman (seria absurdo querer confirmar a proposição universal afirmativa 'Todos os corvos são negros' através da observação de sapatos brancos, gatos pretos, barretes verdes, etc.)
3.4.2. A resposta de Hempel à objecção de Goodman: a sensação de contra-intuitividade associada ao abandono de CNC resulta de uma incompreensão da natureza lógica da TLC; uma vez que essa compreensão tenha sido integrada no processo de raciocínio, o conhecimento de fundo deverá ser suprimido na avaliação de um qualquer caso de confirmação/desconfirmação e nada sobrará que possa sobrepor-se aos aspectos sintácticos, semânticos e lógicos das proposições envolvidas e gerar no agente uma qualquer sugestão de contra-intuitividade.
IV. Paradoxos Indutivos - 2
22 Abril 2025, 15:00 • António José Teiga Zilhão
IV. Paradoxos Indutivos - 2
2. O Novo Enigma da Indução (ou Paradoxo de Goodman)
2.1. Caracterização do Novo Enigma da Indução (NEI), tal como exposto por Nelson Goodman em Fact, Fiction and Forecast.
2.1.1. A concepção de um sistema de predicados cromáticos alternativo ao nosso e as consequências que daí decorreriam para a definição do modo correcto de interpretar o Princípio da Uniformidade da Natureza (PUN) de Hume.
2.2. O NEI como um modo de pôr em evidência o problema da descrição (deixado em aberto por Hume) associado à formulação do seu PUN. Ao contrário do problema da justificação do PUN, o problema da descrição do PUN foi bastante menos discutido na literatura filosófica subsequente, mas não é,por isso, menos importante.
2.3. A conclusão intermédia do NEI: as regularidades que encontramos na Natureza dependem dos sistemas de classificação que usamos para a descrever; diferentes sistemas de classificação podem gerar diferentes regularidades (diferentes critérios de mesmidade (de um curso ou processo) e de semelhança (entre instâncias)) podendo, por isso, dar origem a previsões contraditórias, igualmente justificáveis de acordo com a base de dados observacional disponível e com as regras de indução standard como, por exemplo, a regra da indução por enumeração.
2.4. A conclusão final do NEI: a Natureza não pode ser uniforme a respeito de todos os sistemas de classificação, uma vez que isso seria contraditório.
2.5. O novo problema introduzido pelo NEI: como escolher entre diferentes sistemas de classificação alternativos?
2.6. A resposta tentativa de Goodman: introdução das noções de projectabilidade e improjectabilidade de um sistema de classificação (i.e., de um sistema de predicados). Um sistema de predicados bom (de um ponto de vista epistémico) seria um sistema de predicados projectáveis; um sistema de predicados mau (de um ponto de vista epistémico) seria um sistema de predicados improjectáveis.
2.7. Como identificar sistemas de predicados projectáveis? A introdução por Goodman do conceito de entrincheiramento. Um bom sistema de predicados (projectáveis) seria um sistema de predicados bem entrincheirados.
2.8. Algumas dificuldades associadas ao uso do conceito de entrincheiramento por Goodman como critério de escolha entre sistemas alternativos de predicados.