Sumários

Avaliação - 2

11 Abril 2025, 15:00 António José Teiga Zilhão

Esclarecimento de dúvidas e dificuldades sobre os pontos do programa já introduzidos.


IV. Paradoxos Indutivos - 1

8 Abril 2025, 15:00 António José Teiga Zilhão

Paradoxos Indutivos - 1

1. O Problema da Indução, 
1.1. O Problema da Indução, tal como exposto originalmente por David Hume. 
1.1.1. Apresentação dos modos combinatoriamente adequados por meio dos quais é possível adquirir conhecimento incerto: i) o silogismo estatístico; ii) a generalização estatística. 
1.1.2. Conceito de uma indução humeana: induções ou generalizações que projectam para o futuro, ou para partes do mundo acerca das quais não há experiência, o conhecimento adquirido em observações presentes ou passadas. 
1.1.3. Demonstração de que as induções humeanas, apesar de ubíquas, nem são dedutivamente válidas nem respeitam tanto os critérios que permitem validar um silogismo estatístico como os critérios que permitem validar uma generalização estatística. 
1.1.4. O problema: Como então justificar racionalmente uma indução humeana? 
1.1.4.1. O argumento de Hume que mostra que qualquer tentativa de justificação racional da indução revela-se ser circular. 
1.1.4.2. O apelo feito por Hume para o Princípio da Uniformidade da Natureza (PUN) como forma de contornar a conclusão do seu próprio argumento: efectivamente, as induções humeanas complementadas com o PUN são válidas. 
1.1.4.3. Reemersão do Problema: mas como poderá o PUN, ele próprio, ser racionalmente justificado? 
1.1.4.4. O argumento de Hume que mostra que, não sendo o PUN uma verdade conceptual, qualquer tentativa de o justificar racionalmente se revela, também ela, ser circular. 
1.1.5. As conclusões "cépticas" de Hume. 
1.1.5.1. Não há qualquer forma racional de justificar as inferências indutivas humeanas;
1.1.5.2. Não obstante, o recurso às mesmas constitui um (bom) hábito de raciocínio que adquirimos a partir da Natureza e que permanece connosco em virtude da sua manifesta utilidade prática. 


III. Paradoxos Semânticos - 6

4 Abril 2025, 15:00 António José Teiga Zilhão

Paradoxos Semânticos - 6

5. O Problema de Moore - 2
5.5. Solução para o problema de Moore apresentada no âmbito da Teoria dos Actos de Fala (Speech-Acts Theory).
5.5.1. A Teoria dos Actos de Fala de Austin e Searle - alguns princípios básicos.
5.5.2. Exemplos de alguns actos de fala; a asserção como também um acto de fala. 
5.5.3. As condições constitutivas que um acto de fala de que p tem que satisfazer para poder ser considerado como uma asserção de que p: a prolação de p tem que ser acompanhada por i) uma intenção do falante de providenciar informação à audiência de que p e ii) um reconhecimento por parte da audiência de que essa é a intenção do falante. 
5.5.4. É uma condição necessária para que a audiência reconheça que a intenção do falante é a de providenciar à audiência informação de que p que, na sequência da prolação do falante, a audiência possa formar a crença de que o falante crê que p. 
5.5.5. Logo, para ser uma asserção de que p, uma determinada prolação de p tem que ser tal que seja susceptível de gerar na audiência a seguinte conjunção de crenças: a crença de que p e a crença de que o falante crê que p.     
5.5.6. Ora, tomar um acto de fala com o conteúdo 'p e não creio que p' como uma asserção verdadeira significaria que seria então suposto que, em consequência do mesmo, a audiência deveria gerar a seguinte conjunção de crenças: 'p e o falante não crê que p' e 'o falante crê que: p e o falante não crê que p'.  
5.5.7. Partindo do princípio de que a crença distribui sobre a conjunção, segue-se, do par de crenças acima, que a audiência deveria, na sequência da suposta asserção de 'p e não creio que p', formar um conjunto de crenças com os seguintes quatro conteúdos: i) 'p'; ii) 'o falante não crê que p'; iii) 'o falante crê que p'; iv) 'o falante crê que o falante não crê que p'. Mas ii) e iii) são contraditórias entre si. 
5.5.8. Dada a geração desta contradição, a audiência nunca poderia encontrar-se em condições de reconhecer ao falante a intenção de lhe providenciar informação de que p; logo, nestas circunstâncias, uma das condições constitutivas da asserção não se encontraria satisfeita, pelo que a prolação em causa não poderia ter constituído, de facto, uma asserção, apesar de ter sido proferida com o aspecto externo desse acto de fala.
5.5.9. Por seu lado, tomar um acto de fala com o conteúdo 'p e creio que não p' como uma asserção verdadeira significaria que seria então suposto que, em consequência do mesmo, a audiência deveria gerar a seguinte conjunção de crenças: 'p e o falante crê que não p' e 'o falante crê que: p e o falante crê que não p'.  
5.5.10. Partindo, mais uma vez, do princípio de que a crença distribui sobre a conjunção, segue-se, do par de crenças acima, que a audiência deveria, na sequência da suposta asserção de 'p e creio que não p', formar um conjunto de crenças com os seguintes quatro conteúdos: i) 'p'; ii) 'o falante crê que não p'; iii) 'o falante crê que p'; iv) 'o falante crê que o falante crê que não p'. Mas ii) e iii), não sendo contraditórias entre si, constituem todavia a atribuição ao falante de um par de crenças inconsistentes.  
5.5.11. Dada esta auto-atribuição de inconsistência por parte do falante, a audiência nunca poderia encontrar-se em condições de reconhecer ao falante a intenção de lhe providenciar informação de que p; logo, nestas circunstâncias, tão-pouco se encontraria satisfeita uma das condições constitutivas do acto de fala da asserção, pelo que a prolação de 'p e creio que não p' tão-pouco poderia ter constituído, de facto, uma asserção, apesar de ter sido proferida com o aspecto externo desse acto de fala.
5.5.12. Logo, do ponto de vista da Teoria dos Actos de Fala, a nossa sensação de absurdo resultaria do facto de que, no caso das frases de Moore, nos veríamos confrontados com uma prolação que se apresenta a si própria como uma asserção, mas cujo conteúdo viola, precisamente, as condições constitutivas que um acto de fala tem que satisfazer para poder ser considerado uma asserção.  


III. Paradoxos Semânticos - 5

1 Abril 2025, 15:00 António José Teiga Zilhão

Paradoxos Semânticos - 5
5. O Problema de Moore - 1
5.1. Os tipos de frases assertivas cuja asserção compõe, segundo G.E. Moore, o problema com contornos paradoxais que ele identificou (em 1942): i) 'P e não creio que P'; ii)  'P e creio que não P'.
5.2. A origem do contorno paradoxal subjacente à asserção de frases destes tipos por um falante: por um lado, a asserção das mesmas surge-nos como absurda; mas, por outro lado, é difícil entender que possa ser absurda a asserção de uma frase conjuntiva com sentido, cujos termos são frases assertivas não contraditórias que podem ser simultaneamente verdadeiras em múltiplas ocasiões. 
5.3. Análise mooreana do problema de Moore: a asserção implica a crença. Problema: a implicação referida neste princípio não pode ser a implicação material da lógica proposicional; se esse fosse o caso, o princípio seria falso. Resposta: a prolação por um falante de uma asserção acerca de um qualquer aspecto do mundo, do género de 'P', descreve implicitamente a crença desse sujeito acerca desse aspecto do mundo; neste sentido, as frases problemáticas seriam semanticamente equivalentes às frases 'Creio que P e não creio que P' e 'Creio que P e creio que não P', a primeira das quais seria uma contradição e a segunda seria uma auto-atribuição da crença em proposições contraditórias, isto é, de uma inconsistência. O diagnóstico de absurdo ficaria assim justificado e nada mais haveria para explicar. 
5.4. Análise wittgensteiniana do problema de Moore: a asserção de 'Creio que P' é, em geral, apenas uma variação semântica da asserção de que P; do mesmo modo, a asserção de 'Creio que não P' é, em geral, apenas uma variação semântica da asserção de que não P. Isto é, numa asserção do género de 'Creio que ...' o sujeito exprime a sua crença (acerca do mundo), não a descreve. Neste sentido, tanto 'P' como 'Creio que P' seriam formas de exprimir crenças acerca do mundo, não sendo nenhuma delas uma descrição de um estado cognitivo do sujeito. Nestas circunstâncias, as frases problemáticas seriam semanticamente equivalentes à frase obviamente contraditória 'P e não P'. O diagnóstico de absurdo ficaria assim justificado e nada mais haveria para explicar. 


Avaliação - 1

28 Março 2025, 15:00 António José Teiga Zilhão

Discussão com cada um dos estudantes dos seus planos de trabalho para a redacção do ensaio final. Definição dos títulos e âmbito de cada um deles e indicação de bibliografia relevante.