A acentuação de Peter Burke é colocada nas partilhas,cruzamentos,passagens de e entre estas perspectivas-programas no século XX , algum final de século XIX ,  mas sabemos , pelas aulas ao longo do semestre , que tópicos de abordagem como Comparação ou Micro são  Fundamentos   do/ ao próprio Historiar como vemos, por exemplo no mero     enunciar de Passado,Presente,Futuro . Para diferenciar esses três estados , faces, configurações temporais tenho de comparar entre si os mesmos,tenho de comparar as persistências e as mudanças.A Comparação Temporal , a perspectiva temporal , é a razão que possibilita diferenciar Passado,Presente,Futuro.Comparar  modos,modalidades,temporalidades  de fazer instituições políticas , religiosas , cidades e impérios é algo que vemos em Heródoto e Tucídides  e o mesmo para a questão Micro/Macro .O desafio,  como enuncia P.Burke/pag.43  , é o de provar/explicitar , é usado o termo " ..demonstrar ..", as ligações entre Micro e Macro ou entre Acontecimento e Estruturação   em  Época ou Processo.

O cap.3 vai, através de " Conceitos Centrais " como ,por exemplo, Classe,Género,Poder,Identidade,etc continuar a provar-atestar esta circulação interdisciplinar  e pluridisciplinar .Os conceitos chave com que opera a investigação em Ciências Sociais e Humanidades não possuem uso de  propriedade privada e muito menos de monopólio  disciplinar.Circulam nas mais diversas direcções, são recebidos , transformados  , reenviados, abandonados,retomados,etc.  

Boa Leitura -Trabalho e muita saúde .Não esqueçam a entrega do Relatório até dia 8 de Maio. 

O  capítulo primeiro ,ocupando as primeiras 21 páginas, acerca de " Teóricos e Historiadores " é um  sintético panorama histórico , do século XVIII aos finais do século passado,  da complexa e  problemática questão  das relações entre Teorias Sociais- Culturais, História,Ciências Sociais.

P.Burke começa pelos distanciamentos quer entre Teoria e História quer entre Sociologia e História.Afirma, nas três primeiras páginas,  que a História tem e usa conceitos e modelos mas poucos historiadores "...  utilizam  teoria no estrito sentido do termo ...". Pelo contrário ,  Sociologia,Antropologia,Geografia,  Economia,  fazem um uso mais explicito e aprofundado de conceitos e  de teorias . As relações entre historiadores e sociólogos surgem como  Diálogo de Surdos apontando o padrão diferencial entre História e Sociologia como a busca da Diferença frente á busca da Generalização .Nas páginas seguintes acompanhamos em panorama cronológico sintético não apenas o emergir desse distanciamentos como o posterior surgimento de afinidades , proximidades e  cruzamentos como a convergência História/Teoria e a  Sociologia Histórica/ pag.18 .O final deste primeiro andamento/pag.21 proclama a situação existente nos finais do século XX como de abertura das linhas de fronteira disciplinar e de  partilha de modelos e de métodos .   Uma   Casa Comum onde programas de História,Sociologia,Antropologia,Teoria Semiótica,etc  trocam  de   forma ao mesmo tempo   Excitante e Confusa  propostas .

Não falámos  das formulações em língua portuguesa de  sociologia histórica  mas, na página 17,  P.Burke menciona  a figura maior, Gilberto Freyre ,e os seus estudos Casa Grande e Senzala,1933 , Sobrados e Mucambos,1936  .  Ordem e Progresso,1955 , como obras de , ao mesmo tempo, Sociologia e História Social. Continuação de bom trabalho e muita saúde .