Sumários
26 Março 2020, 16:00
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Luís Filipe Sousa Barreto
A situação que vivemos é também uma constante chave da mais longa duração .Sabemos que as grandes ondas epidémicas nascem na Ásia , devido ao peso demográfico e á concentração urbana ,e que em seguida alcançam o todo da Eurásia e uma escala global.Sabemos que as tecnologias e as economias de transporte e de comunicação acelararam e encurtaram tempos e espaços.O que no século XIV demorava quatro anos a chegar á Europa demorou agora tão só quatro meses .O transporte,na altura também a comunicação, que no século XVI demorava por mar 12 a 15 meses entre a Europa e a Ásia Oriental demora hoje, pelo ar, 12 a 15 horas.
Tudo isto para dizer que é possível uma racionalidade histórica para o Caos que todos estamos a viver.Que existem constantes fenomenais da mais longa duração com relevantes índices de repetição para além da metamorfose .Que existe um Historiar da epidemologia e por isso também uma historiografia , História desse Historiar .Um dos clássicos dessa historiografia é
Plagues and Peoples,N.York,Penguin,1976 de William H. McNeill .
Vale a pena olharem para o Programa,Bibliografia,Sumários,Apontamentos das nossas sessões e pensar num breve Relatório , em implicação , como acordado, com os trabalhos-interesses mais relevantes e da vossa escolha .Vamos continuar a trabalhar até ao final do semestre e estou á vossa disposição sempre que queiram dialogar . Bom trabalho e muita saúde para todos.
19 Março 2020, 16:00
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Luís Filipe Sousa Barreto
A História do Historiar, produção do conhecimento histórico,pode ser uma epistemologia histórica.Para isso a Historiografia tem de ser uma história objectiva sobre a formação do campo do Historiar e não um Conto Narrativo e fabuloso de uma " Ilha "/ conhecimento isolado -internalista. A História emergiu e emerge sempre numa constelação multipolar de sabedoria (s) e de conhecimentos .Num intra e entre que tem como constantes , na mais longa duração multi-milenar, a Literatura e a Filosofia.Sem Homero e Hesíodo , sem a Medicina de Hipócrates, sem as teorias de Anaximandro de Mileto ,em especial a da Culpa e Castigo,e as de Heráclito de Éfeso, em especial a da Discórdia-Concórdia,não seria possível o termo História, nem a ideia de Inquérito factual da acção humana pelas coordenadas de Tempo-Espaço, que são criadoras e criaturas dos Homens e das Coisas. Não seria possível o descrever e o explicitar Históricos.
Ao mesmo tempo que o Campo do Historiar se vai fazendo por Fronteiras , de proximidade e de distanciamento, frente a Outros, gerando a identidade do Historiar ( e toda a Identidade é um processo de Diferenças ) vai-se fazendo também , no interior, uma Identidade de Campo gerando marcas de diferenciação e de hierarquia .Os enunciados, provas e projecto, os modos e as razões do conhecimento de Heródoto implicam afinidades de Geohistória com Hecateu de Mileto mas, também, conflitualidades e críticas a Cadmo de Mileto e Helânico de Lesbos , autores de inquéritos Locais e acerca das Origens , remetidos para a condição de meros logógrafos e não historiadores.
Desde a emergência o Historiar é um Uno-Múltiplo .Um Campo controversial de Fronteiras instáveis e de conflitos-polémicas no seu seio .A Multiplicidade de Programas de Historiar é uma regra-constante da mais longa duração.O Historiar não tem uma Teoria-Prática Una e muito menos ÚNICA . Tende a ser um Macro Campo difuso e instável .Historiar e racionalidades históricas de investigação , como as da Astrofísica , da Biologia Evolutiva, d a Paleontologia,da Psicologia Evolutiva, etc marcam hoje, no século XXI , esse labirinto da Lógica Temporal do Humano.A Historiografia tem de ser capaz de descrever e explicar esta realidade de conhecimento.
12 Março 2020, 16:00
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Luís Filipe Sousa Barreto
A situação existente traz também possibilidades de mais e de melhor trabalho e reflexão.A minha sugestão é a de se pensar o duplo movimento de constituição-formação do Historiar que já vimos ser uma constante da Historiografia . Existe , por um lado , a formação de um campo próprio, autónomo em parte ( como em toda a autonomia ) ,com busca de regras de razão e de exposição , de descrição e de explicação , que se vem formando na mais longa duração a partir do surgimento do substantivo História como inquérito racional-empírico acerca do significante e significativo na acção humana . Existe, por outro lado uma constante de abertura e de interdependência a outros campos , " exteriores ", que alimentam a própria formação e formulação do campo do Historiar.
A TENSÃO de Centro / Fronteira , de Interior / Exterior , de Campo Inextenso / Dialogal será uma singularidade do Historiar ou é bem pelo contrário uma constante própria ás Ciências Sociais ?
Estou á vossa inteira disposição por email para o que for conveniente.
5 Março 2020, 16:00
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Luís Filipe Sousa Barreto
Em diálogo com os alunos abordar de temas e de problemas sobre História e Memória. Em termos historiográficos estamos frente a uma questão da mais longa duração pois desde o século V a.c. que a História quer ser um conhecimento que transcende / corrige os limites da Memória-Esquecimento.A História surge como Razão Crítica do memorial tanto individual como institucional , grupal, colectivo.A Memória como fonte-dado para o Historiar .
Os desenvolvimentos da Psicologia, das Neurociências , da Inteligência Artificial e as novas questões em torno dos limites e das funções da Memória.A necessidade de investigação interdisciplinar por parte do Historiar para abordar a questão pelo menos desde os finais do século passado.A complexidade da memória de curta e de longa duração , da memória explícita e implícita,das memórias sensitiva , olfactiva,visual ,etc.
indicações bibliográficas :
Assmann , Jan -
Cultural Memory and Early Civilization:Writing,Remembrance,and Political Imagination, Cambridge,Cambridge U. Press, 2011
Baddeley,Alan,M.W. Eysenck, M.C. Anderson-
Memory,N.York,P. Press, 2015
Cubbit,G.-
History and Memory , Manchester,Manchester U. Press, 2007
27 Fevereiro 2020, 16:00
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Luís Filipe Sousa Barreto
Diálogos com os alunos sobre questões de investigação em História nos nossos dias.A condição internacional e global do historiar académico e as suas implicações nas escolhas a fazer.
A bibliografia de padrão internacional , de pluralidade programática e actualizada que deve regular as leituras.A escolha de um tema-problema implica, hoje , conhecer as escolhas no mesmo tipo de assunto que estão a ser feitas bem como os seus resultados em mundos académicos de referência nos E.Unidos,Alemanha,Japão,etc.
A investigação é hoje global e multilinguística .É também pluridisciplinar e interdisciplinar obrigando a uma atenção cuidada ás consequências nos planos documental ,problemático,de afirmação de prova. O alargamento dos dados cria exigências de escolha e de hierarquização cuidada das " fontes ".A escala mais aberta e global das perspectivas cria exigências de comparação e relação,