Sumários

A História da História -Desafios a Vencer

7 Maio 2020, 16:00 Luís Filipe Sousa Barreto

As Sequências Temporais são Integrativas e/ou Dissipativas ,Acumulativas e/ou Transformativas. Todo o Presente é também Passados e Futuros possíveis .Uma parte do outrora Presente e Futuro e hoje Passado não deixou Marcas/Traços.Outra parte existe e tem múltipla  presença Presente.O Presente é o único ponto de Observação do Passado.Mas, o hoje Passado a no essencial descrever e explicar tem múltiplos obstáculos   e desafios a descobrir,vencer,analisar,diferenciar.

O Ideal seria observar directamente o Fazer Conhecimento Histórico , por exemplo,em Grego nas Sequências  Essenciais dos  S V a.c. a III a.c..Mas elas chegam-nos  através do Cone Temporal de Ligação/Diferenciação.   Das  luzes e sombras temporais que os integraram no Historiar Romano,que os esbateram,que os de novo reintegraram,editaram em Grego,Latim,Línguas Nacionais a partir dos séc.XV e XVI , que os interpretaram como Fontes e Cultura de Antiguidade Clássica a partir dos finais do Séc. XVIII e Séc.XIX,que os seriaram nas Historiografias do século passado e no nosso,etc.
A História do Historiar , qualquer história do conhecimento,obriga a um trabalho arqueológico de identificação, diferenciação,seriação,descrição,explicitação,explicação  destas camadas de Passado  que nos chegam pelo  Futuro  Passado e que nos aproximam e afastam dessas sequências essenciais  procuradas.E   sabemos , que apenas em Parte vamos conseguir  fazer esse Trabalho    de Retrospecção porque , Passado,   Presente ,         Futuro  não são apenas  Espaços de Fases  Sucessivas em Integração mas ,também , partes de Contínuo-Descontínuo  no qual o Passado é ainda Presente num Futuro que  potencialmente  já luta pela passagem de Possibilidade a Realidade.Ou seja, o Tempo Histórico  Humano é  Constituinte/ Integrativo , Orientativo  e Configurativo  e não uma mera  Sucessão Causal ou Casual  . Vemos Heródoto   ,Tucídides, Polibio , com Olhos e Lentes  de Historiar que  , consciente ou inconscientemente , já  em parte os conteem .O   mesmo se passa quando observamos o Fazer de Conhecimento Histórico de Lucien Febvre , Braudel, Foucault,etc.O Passado tem Presença no Presente e por isso o Passado que observamos é um Enigma de Identidade e Diferença. O  Tempo Histórico-Humano Possibilita e Limita.O Passado está mais Presente do que pressentimos mas não tem Endereço Electrónico , é um Estranho Entranhado .
Muita saúde para Todos e continuamos em contacto    


A História da História e a História das Ciências

30 Abril 2020, 16:00 Luís Filipe Sousa Barreto

Em qualquer tipo de História de Conhecimentos Disciplinares (de  Humanidades ou Ciências Factuais  e  Formais ) vimos que " ... é muito difícil , senão mesmo impossível , descrever correctamente a história de um campo de saber ..." ( Ludwik Fleck,1935 ).Os obstáculos desta quase impossibilidade são múltiplos e os instrumentos á nossa disposição limitados.

O primeiro obstáculo a superar tem que ver com a fundamentação do Tempo Histórico quer a nível sincrónico quer   diacrónico. O que é uma Formação-Configuração de Espaço-Tempo  de Humanos Fazendo(-se ) ?Ou seja, como é que o Ordenamento de Localização e de Relação a que chamamos Espaço e o Ordenamento de Sucessão e de Duração a que chamamos  Tempo operam como Constituinte Fenomenal do Ser/Sendo Humano no Fazer  ? A CONSISTÊNCIA ou  não de uma Lógica de Tempo - Espaço vai conduzir-nos á capacidade ou não de Historiar.
O segundo grande obstáculo tem a ver com os Espaços de Fases da substância que queremos historiar , neste caso um Campo Disciplinar Profissional de Saber  Especializado . O grande problema aqui é o da Identidade Temporal .Esse Campo de Temas e de Problemas,de Práticas e de Teorias, que, por exemplo denominamos de Historiar / Conhecimento Histórico é o Mesmo entre o século V a.c. e o século XXI ?  Não sendo Igual porque é o  Mesmo o termo de Designação/Identificação ?Que permanências e transformações aconteceram nesse Campo / Espaço de Fases que levam á Identidade /Identificação de História ? Porque leio, por  exemplo , Heródoto e sei que a sua obra não é Filosofia,nem Literatura,nem Mitologia e leio Lucien Febvre e sei que a sua obra não é Literatura,nem Filosofia, nem Sociologia e identifico e denomino ambas as obras de História embora feitas . respectivamente, nos   séculos V a.c. e XX ?  É apenas uma Ilusão Temporal dada por uma mesma palavra História para duas obras sem qualquer tipo de Mesmo,Comum,Identidade Temporal ? Acreditamos que não , que existe um Campo de Fases que para além das Descontinuidades possui algumas Continuidades  que possibilitam a correcta designação de História / Conhecimento Histórico para Obras, Operações de Prática e de Teoria de um Especifico  Conhecimento , separadas e ligadas por dois mil e quinhentos anos de distância temporal.  Mas quais as provas e razões que fundamentam este meu acreditar ?Onde um saber sobre a Lógica Temporal de Identidade ? 


Para um Modelo da Historiografia Europeia

23 Abril 2020, 16:00 Luís Filipe Sousa Barreto

O problema e obstáculo de uma fundamentada história do Historiar/Conhecimento Histórico a que chamamos Historiografia tem antes de mais a ver com as limitações de prova e de razão do próprio  Tempo Histórico.Sem um Tempo Histórico aprofundado e elucidado nas  suas lógicas  temporais- situacionais ,   de permanência e de  mutação , de transmissão e  de  grande transformação,de acumulação e de progressão ,  torna-se muito difícil traçar Identidades e Diferenças Temporais- Processuais .Daí que , em vez de uma História da História  tenhamos  uma  História de Historiadores,  muitas vezes, tão só uma sucessão cronológica    dos mesmos.

A mero título de hipótese olhemos para um primeiro panorama ,  na mais longa duração,  da Historiografia Europeia .Regra geral,  o que a investigação produz são estudos de caso ,  internalistas e individuais/grupais,  neste ou naquele momento.Sinal de que a História  descreve e explicita melhor o sincrónico- estabelecido   que o diacrónico- transformativo ,o pontual-situacional que o transformativo-processual na mais longa duração.
Uma primeira aproximação-hipótese a um modelo deste tipo tem de definir  e seriar grandes constantes tipológicas  de Historiar criadas pelos resultados-resultantes dos  consensos e controvérsias, afinidades e distanciamentos, transmissões e  desaparecimentos ,   entre programas e projectos de Historiar e os seus produtores / fazedores , os Historiadores.
A nossa hipótese passa por quatro  Grandes Transformações-Idades do Historiar Europeu .A  Idade da  Fundação , séculos V a II a.c. em língua grega até á presente Idade Transdisciplinar , séculos XX e XXI , em     múltiplas  línguas ,  não só europeias , dado que a partir dos finais do século XIX e ao longo do século passado o historiar europeu tornou-se a norma -padrão do historiar mundial académico- profissional. e tal não tanto pelo Historiar mas sim pelo padronizar mundial do Tempo e do Espaço,dos pesos,medidas,normas de relacionamento nacional e internacional. 
Fundamentar esta hipótese de Lógica Temporal da Historiografia  implica resolver o Enigma do Tempo Histórico,  ser capaz de dar prova e razão do   Acontecimento ao   Processo, da Emergência á Permanência.
Muita saúde ,bom trabalho  e sempre em diálogo escrito á vossa disposição.  


Pluralidade do Historiar

16 Abril 2020, 16:00 Luís Filipe Sousa Barreto

Um dos problemas fundamentais para uma História da História, um conhecimento temporal , do conhecimento temporal , a que chamamos Historiografia é  obviamente a questão do Tempo Histórico . Do que estamos a falar quando dizemos que a História é conhecimento do Humano e do seu Meio-Ambiente , das suas " coisas ",actos-pensamentos ,línguas ,instituições,etc pelo vector-factor Temporal ? Estamos a falar de uma Lógica e Ordenamento da realidade humana por  Sucessão e  Duração . Fazer conhecimento histórico é descrever,interpretar,explicar  dados-factos humanos através de categorias temporais, lógicas e fundamentadas empiricamente .Categorias Temporais de Acontecimento,Situação,Época,Processo,etc , Presente,Passado,Futuro, etc que descrevem e explicitam a condição constituinte da sucessão e da  duração em todo e qualquer existente humano , um Ser Sendo nesta perspectiva temporal.  

Já sabemos que Tempo pede Espaço e que a  Configuração Temporal mesmo tão só de um acontecimento pede aqui e agora , pede localização ,área, rede,etc .O CONHECIMENTO Histórico é pois temporoespacial.
A Historiografia na sua busca pela LÓGICA-Ordem Temporal do fazer Conhecimento Histórico tem pois de operar com a também constituinte dimensão  Espacial .  Quer isto dizer que  hoje,  no século  XXI , temos um Historiar Académico comum ,não em todos mas  em  muitos e  fundamentais  aspectos de investigação , com Conceitos, Temas,Problemas,Métodos,Teorias,etc  que encontramos nas mais diferentes Universidades e Línguas do Mundo .Mas esse hoje em parte partilhado é um fenómeno que em termos temporais começa a formar-se apenas na segunda metade/ finais   do século XIX , acelera e dissemina  no século passado  e continua hoje em formação crescente.Mas como foi até aos meados do século XIX antes do processo de convergência ? 
Uma Historiografia fundamentada parte da Pluralidade de Formas,Tempos e Modos de Historiar .Pluralidade que nalguns casos se cruzou e noutros não, que nalguns casos se unificou e noutros não ,etc.Existe uma necessária Historiografia do Historiar Grego,Romano,Hebraico,Cristão,Europeu que se tornou  ,em parte , norma académica global  e cujo processo de constituição estamos longe de explicar satisfatoriamente mas existem outras Historiografias ,Chinesa,Persa,Indiana,Japonesa,Islâmica,para não falar das do Mediterrâneo Antigo Afro-Asiático .A Pluralidade das Formações de Historiar enquanto Tempo e Espaço é o ponto de partida.   Bom trabalho e muita saúde .Não esqueçam a data de 8 de Maio com o final   do semestre.  


As Lógicas e Limites    da Historiografia

2 Abril 2020, 16:00 Luís Filipe Sousa Barreto

Uma Historiografia fundamentada e crítica,uma história do Historiar , necessita pois de  traçar o perfil do Campo de formação ,alcançar as zonas nucleares e periféricas desse mesmo campo ,seriar as vizinhanças,concorrências  ,transferências,   Conseguir formular as então operantes e praticadas   regras,temas,procedimentos,problemas , dominantes.Conseguir provar   a existência ou não de cumulatividade e/ou progressão no Historiar e em que épocas.Conseguir provar continuidades , dissipações, bloqueamentos,   descontinuidades,etc  Já    sabemos que, regra geral , tal não é feito e que a Historiografia está manifestamente atrasada frente a outras áreas de    Histórias das Ciências e  de História  dos Conhecimentos / Saberes.

As manifestas  limitações da Historiografia   existente  assentam e muito numa não elucidada racionalidade crítica do Historiar.O Situado Tempo e Espaço , duração e localização,são  ambientes, marcos e marcas,      configurações,possibilidades e limites Tecidos e Tecedores  pelos e dos   humanos e coisas daquela Lógica de Situação.Os humanos e as suas "coisas" fazem e são feitos pelos seus Tempos e Espaços. 
Em Historiografia   estamos numa idade em que "... o  Porquê pode ser misterioso durante muito tempo...mas o que se pode descobrir é o  Como...", Benjamim Lee  Whorf,1941.
Não se esqueçam que o semestre termina em 8 de Maio .Convém avançar no trabalho.
Bom trabalho e muita saúde.