Sumários

Geografias literárias: síntese e balanço

19 Dezembro 2017, 15:00 Ângela Fernandes

Conclusão do estudo do romance Mongólia à luz das problemáticas tratadas ao longo do semestre: as noções de espaço, fronteira e movimento geográfico discutidas enquanto problemas de representação e de interpretação literária. Breve referência às afirmações de Abel Barros Baptista numa entrevista de Setembro de 2011: “Os bons livros tornam-nos estrangeiros”.

Apresentação oral, pelos estudantes, dos seus tópicos de ensaio final; breve discussão em grupo e sugestões de aperfeiçoamento.

Apreciação das actividades lectivas e do funcionamento do seminário: preenchimento pelos alunos de um inquérito individual e anónimo.

Confirmação da data de entrega do ensaio final: 23 de Janeiro de 2018.


Bernardo Carvalho, Mongólia

12 Dezembro 2017, 15:00 Ângela Fernandes

Comentário do romance Mongólia, de Bernardo Carvalho, a partir de exposições orais preparadas pelas estudantes: o universo das personagens, e a teia de relações entre si; os movimentos paralelos de escrita de viagens e de memórias; a descrição dos rituais e dos conceitos do Budismo, e a centralidade do mistério de dimensão político-religiosa no desenrolar da intriga.

Esclarecimento de dúvidas sobre os trabalhos individuais em curso.


Viagens e ficções

5 Dezembro 2017, 15:00 Ângela Fernandes

A propósito da noção de “narrativa de viagens”, breve consideração do romance Lettres Persanes, de Montesquieu (1721). Leitura e comentário das primeiras cartas: a descrição do viajante persa, do seu mundo de origem, e dos motivos da sua viagem; a importância do cruzamento de fronteiras e da busca de conhecimento; encenação do olhar alheio como estratégia de crítica social, política e cultural. A viagem e o procedimento conceptual fundado na alusão ao Outro com vista à reflexão sobre questões próprias.

Início do estudo do romance Mongólia, de Bernardo Carvalho (2003): a estrutura narrativa complexa e a articulação das diferentes vozes e perspectivas; a importância, para a construção da intriga, dos espaços geográficos e dos percursos de busca e conhecimento; a reflexão das personagens sobre a estranheza de paisagens, ambientes e práticas socio-culturais, e sobre a dificuldade de entender e representar a diferença.


Kavafis e Coetzee: a definição de fronteiras e de identidades

28 Novembro 2017, 15:00 Ângela Fernandes

Leitura e comentário do poema “À espera dos bárbaros”, de Konstandinos Kavafis: a autodescrição dos que esperam, e a alusão contrastiva aos que são esperados; a prefiguração do bárbaro como “solução” na definição da identidade própria.

Comentário do romance Waiting for the Barbarians, de J.M. Coetzee, a partir de exposições orais preparadas pelos estudantes: a jovem mulher bárbara e a viagem do protagonista para a “devolver a casa”, e a explicitação da dificuldade de “interpretar” o mundo exterior às fronteiras da cidade; a descrição vívida do caos social e do estado de excepção, em que a violência e a tortura se tornam espectáculo público; a questão da escrita da vida e do registo da História, e a permanência da dúvida a propósito do valor das artes e do triunfo da memória.


Coetzee, Waiting for the Barbarians

21 Novembro 2017, 15:00 Ângela Fernandes

Ainda o ensaio Pyrene, de Fidelino de Figueiredo:  leitura e comentário da “Conclusão” e apreciação dos argumentos a favor de um estudo relacional das literaturas nacionais, em especial a literatura portuguesa com a sua “raiz ibérica” conexa de uma “voluntária tendência desiberizante”.

Introdução ao estudo do romance Waiting for the Barbarians, de J.M. Coetzee (1980): identificação das linhas gerais da intriga e do modelo de construção discursiva, assente na narração na primeira pessoa; a confluência de uma história individual e uma situação de perturbação colectiva, aliada a específicas formas de percepção e apropriação do espaço; comentário sobre os espaços geográficos e sociais representados – a indeterminação do contexto geo-político visado, e o jogo com os binómios centro/periferia, cidade/campo, civilização/barbárie.

Conversas individuais com os estudantes sobre o seu primeiro trabalho escrito: esclarecimento de dúvidas sobre a pesquisa em curso e a preparação do ensaio final.