Sumários

Moderno, modernismo e modernidade. A pintura moderna de Manet.

20 Setembro 2019, 10:00 Pedro Lapa

As diferenças entre moderno, modernismo e modernidade.

Introdução a Manet. O   Déjeuner sur l'herbe, 1863, análise das características da pintura. Realismo e pintura moderna. O primado da mancha pictórica e a rutura com a espacialidade naturalista da renascença. 

Bibliografia: 
Robert Rosenblum, "The 1860's: Manet and Painting in Paris" in   Nineteenth Century Art. New York: Abrams, 1984 


Apresentação

18 Setembro 2019, 10:00 Pedro Lapa

Apresentação do programa e objetivos da cadeira. Informações sobre a bibliografia a consultar. Marcação dos momentos de avaliação. 



PROGRAMA 

 

Introdução

 

A modernidade, o moderno e o modernismo.

 

Uma revisão sintética do final de século XIX:

— Manet, o primeiro moderno. A consciência da superfície e a destituição da representação mimética naturalista. A suspensão da narrativa.

— O Impressionismo. A reconfiguração da pintura de ar livre. A luz e a cor.

Monet e a dissociação cromática da luz. A percepção e a diluição do desenho. O informal e a cor na série Nympheas.

— O pós-impressionismo. Cézanne e a reconstrução do espaço. A pincelada como sensação e a sua relação com o plano pictórico.

 

I

Picasso e o “primitivismo”. As demoiselles d’Avignon, uma pintura manifesto do modernismo emergente. A radicalização do primado construtivo sobre a conceção mimética.

1910, a emergência do Cubismo Analítico na obra de Picasso e Braque. O primado bidimensional do plano pictórico. A tese de Metzinger e Gleizes sobre a síntese dos dados perceptivos e a tese de Kanweiller sobre a dicotomia entre perceção e plano bidimensional.

1912, o Cubismo sintético. Braque, Picasso e a colagem. A revolução semiótica da linguagem do Cubismo Sintético e a destituição do valor icónico.

 

II

O Futurismo. Relação entre vanguarda e cultura popular. Sinestesia e cinestesia. Analogia entre a significação pictórica e as novas tecnologias da visão como a cronofotografia e o cinema. A condenação do passado e o desejo de rotura. Os limites do Futurismo.

 

III

Brancusi e a escultura moderna. Uma dialética entre o talhe direto da escultura e a produção industrial. A síntese e abastração da forma. A autonomia da escultura no espaço.

 

IV

As características da Abstração no quadro das primeiras vanguardas modernistas.

Os vários contextos de emergência da abstração na Europa. A dialética entre as posições materialistas e idealistas.

 

O Simultaneísmo de Robert e Sonia Delaunay: simultaneidade entre pintura e perceção.

Kandinsky: a herança simbolista e o gesto expressivo.

Malevich e o Suprematismo: a pintura como marca denotativa.

O Construtivismo Russo: Tatlin e a construção; factura e factografia em Rodchenko e El Lissitsky. 

Mondrian: a grelha como ícone do modernismo.

  

V

Marcel Duchamp e o Dadaísmo. Da pintura cubista para uma pintura diagramática.

O readymade e as questões ontológicas, epistemológicas e institucionais. O primado nominativo da obra de arte.

O acaso e o índice. A destituição dos limites autorais e a revolução indiciária da discursividade artística em Duchamp.

A emergência do Dadaísmo em Zurich, 1916. Os desenvolvimentos de Berlin: a fotomontagem como discursividade crítica.

 

VI

O Surrealismo. Os Manifestos do Surrealismo e a Révolution surréaliste de André Breton.

O primado do inconsciente e a relação com a psicanálise. O automatismo e os processos pictóricos surrealistas. O “acaso objetivo” e  o “estranho inquietante”. A pintura de Giorgio Chirico, Max Ernst, Joan Miro, René Magritte e Salvador Dalí. A fotografia de Man Ray. 

  

VII

A situação do modernismo no pós-guerra.

 

Depois do Surrealismo: Matta e Arshile Gorky, em Nova Iorque.

Os novos desenvolvimentos da espacialidade pós-cubista: 

a) Do automático ao autográfico, a emergência do expressionismo abstrato norte-americano (Hans Hofmann, Jackson Pollock, Willem de Kooning, Robert Motherwell, Clyfford Still, Mark Rothko, Barnett Newman);

 

b) A arte informal define uma nova tendência escatológica na arte francesa: Jean Dubuffet, Wols e Fautrier

 

 

 

BIBLIOGRAFIA GERAL:

Hal Foster, Rosalind Krauss, Yve-Alain Bois, Benjamin Buchloh, David Joselit — Art Since 1900. London: Thames & Hudson, 2012. 

Nikos Stangos (ed.) — Conceitos da arte moderna. Rio de Janeiro: Zahar Ed. , 2006. 

Stephen S. Eisenman et al.  — Nineteenth Century Art: A Critical History. London: Thames & Hudson, 201.

Robert Rosenblum, Nineteenth Century Art. New York: Abrams, 1984.

Charles Harrison and Paul Wood (ed.).— Art in Theory 1900-2000 .Oxford & Cambridge: Blackwell, 2003. 

 

 

BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA:


I 

Charles Harrison, Francis Frascina, Gill Perry, Primitivism, Cubism, Abstraction, The Early Twentieth Century. New Haven, London: Yale University Press, 1993.

David Cottington, Cubism and its histories. Manchester: Manchester University Press, 2004

— Cubism in the Shadow of War. New Haven & London: Yale University Press, 1998

Leo Steinberg, “The Philosophical Brothel”(1972) in October nº 44, Spring, 1988

Rosalind Krauss, The Picasso Papers. London: Thames & Hudson, 1998.

— “In the Name of Picasso” in The Originality of the Avant-garde and other Modernist Myths. Cambridge, Mass., London: MIT Press, 1985.

Yve-Alain Bois, “Kahnweiler’s Lesson” in Painting as Model. Cambridge, Mass., London: MIT Press,1990.

William Rubin, ‘Primitivism’ in 20th Century Art. New York : The Museum of Modern Art, 1984.

 

II

Pontus Hulten (ed.), Futurism and Futurisms. New York: Abbeville Press, London: Thames & Hudson, 1986.

Marjorie Perloff, The Futurist Moment. Chicago & London: The University of Chicago Press, 2003

  

III

Friedrich Teja Bach, Margit Rowell, Ann Temkin, Brancusi. Paris: Gallimard, Centre Pompidou, 1995.

 

IV

Briony Fer, David Batchelor, Paul Wood, Realismo, Racionalismo, Surrealismo, A arte no entre-guerras (Trad. Port). São Paulo: Cosac & Naify Edições, 1998. 

Charles Harrison, Francis Frascina, Gill Perry, Primitivism, Cubism, Abstraction, The Early Twentieth Century. New Haven, London: Yale University Press, 1993. 

Roman Jakobson, My Futurist Years. New York: Marsilio Publishers, 1997. 

Gordon Hughes, Resisting Abstraction. Robert Delaunay and Vision in the Face of Modernism. Chicago & London: The Chicago University Press, 2014.

Wassily Kandinsky, Do espiritual na arte. (Trad. Port.) Lisboa: Dom Quixote, 1987. 

Rosalind Krauss, “Grids”, The Originality of the Avant-garde and other Modernist Myths. Cambridge, Mass., London: MIT Press, 1985.

—    “One” in The Optical Unconscious. Cambridge, Mass., London: MIT Press, 1993.

Yve-Alain Bois, “The Stijl Idea”, “Piet Mondrian, New York City” in Painting as Model. Cambridge, Mass., London: MIT Press,1990.

Benjamin Buchloh, « From Faktura to Factography » in Formalism and Historicity. Cambridge, Mass., London: MIT Press, 2015.

 

V

Marcel Duchamp, Engenheiro do tempo perdido. Lisboa: Assírio e Alvim, 1990.

Thierry de Duve, Nominalisme Pictural. Paris: Les Éditions de Minuit, 1984.

—    Resonances du Readymade. Nîmes: Éditions Jacqueline Chambon, 1989.

—    Kant after Duchamp. Cambridge, Mass., London: MIT Press, 1996.

AAVV. Thierry de Duve (ed.) The Definitively Unfinished Marcel Duchamp. Cambridge, Mass., London: MIT Press, 1991.

Lea Dickerman (ed.) “ Dada », October, nº 105, Summer 2003

 

VI

André Breton, Manifestos do Surrealismo. Lisboa: Edições Salamandra, 1993.

Hal Foster, Compulsive Beauty. Cambridge, Mass., London: MIT Press, 1993.

Michel Foucault,  Ceci n’est pás une pipe. Paris: Fata Morgana, 1973.

Rosalind Krauss, « Two», « Four » in The Optical Unconscious. Cambridge, Mass., London: MIT Press, 1993. 

—    , “The Photographic Conditions of Surrealism” in The Originality of the Avant-garde and other Modernist Myths. Cambridge, Mass., London: MIT Press, 1985.

Yves-Alain Bois, Rosalind Krauss, ‘Non à l’informel’ in l’informe, mode d’emploi. Paris: Centre Georges Pompidou, 1996.

 

VII

 a)

Clement Greenberg, ‘Towards a Newer Laocoon’ (1940); ‘American-Type Painting’ (1955) in The Collected Essays and Criticism, vol.1 e 3. Chicago and London: University of Chicago Press, 1993.

Harold Rosenberg, ‘The fall of Paris’ (1940) in Art in Theory 1900 – 2000 (Ed. Charles Harrison and Paul Wood). Oxford & Cambridge: Blackwell, 2003.

Kirk Varnedoe, Jackson Pollock. New York: Museum of Modern Art, 1998.

Rosalind Krauss, ‘six’ in The Optical Unconscious. Cambridge, Mass., London: MIT Press, 1993.

T. J. Clark, ‘In Defense of Abstract Expressionism’, October, nº69, Summer 1994.

 

b)

Francis Ponge, L’Atelier contemporain. Paris: Gallimard, 1977.

Hubert Damisch, ‘The Real Robinson’, October, nº85, Summer 1998.

Jean Dubuffet, Prospectus et tous écrits suivants. Paris: Gallimard, 1967-91.

Jean Fautrier (ed. Curtius L. Carter e Karen L. Butler). New Haven and London: Yale University Press, 2002.

Yves-Alain Bois, Rosalind Krauss, ‘Non à l’informel’ in l’informe, mode d’emploi. Paris: Centre Georges Pompidou, 1996.