Sumários
Iconologia comparada - Warburg e o Atlas Mnemosyne
9 Março 2018, 10:00 • Luís Urbano Afonso
Aby Warburg (1866-1929) e a apologia da análise integrada das imagens numa perspetiva diacrónica e interdisciplinar (política, cultura, ciência, magia, literatura). Os objetivos e as caraterísticas do projeto Atlas Mnemosyne, verdadeiro laboratório de imagens. O atlas como um arquivo visual das Pathosformeln (fórmulas de pathos, i.e., “fórmulas emotivas” - poder expressivo que certas fórmulas ou modelos figurativos tradicionais têm para exprimir sentimentos humanos básicos) e a sua articulação com o conceito de engrama. O atlas como análise do processo histórico da criação artística do Renascimento, na sua articulação com a Antiguidade (Nachleben der Antike - i.e., o conceito de herança / sobrevivência ou “vida póstuma” das imagens da Antiguidade) e como expressão da dialética racional/irracional (Apolo-Dioniso). O atlas e a análise dos processos de migração e circulação das imagens no tempo e no espaço.
O Cânone chinês.
6 Março 2018, 10:00 • Luís Urbano Afonso
O método comparativo na prática. Exemplo de uma abordagem comparativa macro (4ª parte): cânones artísticos em
três grandes unidades geoculturais, c.1550-c.1650 (Europa Ocidental, Ásia
Ocidental, Ásia Oriental). O cânone chinês.
A influência do confucionismo sobre a teoria da arte na China.
A crítica do mimetismo da realidade (imperfeita e óbvia) e a procura da essência ideal do motivo artístico.
A valorização da caligrafia e da pintura como criações mentais (mais do que resultados de uma mão hábil). Artistas profissionais e artistas aristocratas/“amadores”. O bom letrado: caligrafia, pintura, poesia.
A história da arte chinesa, a cultura do antiquariato e a construção das convenções: Gu Kaizhi (c.345-406); Xie He (séc. VI); Zhang Yanyuan (c.815-pós-875); Guo Ruoxu (act.1070-1080); Su Shi (1037-1101).
O impacto da literatura de etiqueta e a questão do bom gosto no domínio das artes e das antiguidades durante a dinastia Ming. A difusão de modelos e cânones através do livro impresso ilustrado. O impacto das obras de Cao Zhao (1388), Gao Lian (1591), Zhang Yingwen (1595), Wen Zhenheng (1615-20) e o “Álbum pictórico do Mestre Gu”, de 1603, com gravuras referentes às obras do cânone chinês na pintura.
O cânone islâmico
2 Março 2018, 10:00 • Luís Urbano Afonso
O método comparativo na prática. Exemplo de uma abordagem comparativa macro (3ª parte): cânones artísticos em
três grandes unidades geoculturais, c.1550-c.1650 (Europa Ocidental, Ásia
Ocidental, Ásia Oriental). Cânone islâmico.
As duas grandes unidades geoculturais do Islão pré-contemporâneo: a árabe; a turco-persa. A diferenciação das duas grandes vertentes estéticas do mundo islâmico, entre o aniconismo (árabes e magrebinos) e a figuração não-mimética (persas, otomanos e mogóis). A rejeição dos princípios da mimetização da realidade, ilusória e falsa, no mundo islâmico em geral. A preeminência da caligrafia, da decoração do livro manuscrito e das “artes decorativas”. Os inícios e o desenvolvimento da historiografia da arte islâmica no mundo persa-otomano. O aparecimento dos primeiros álbuns (muraqqas) no século XV e o desenvolvimento do colecionismo entre as elites do mundo islâmico. A importância cultural, historiográfica e teórica dos prefácios dos álbuns.
O cânon ocidental do renascimento (Europa)
27 Fevereiro 2018, 10:00 • Luís Urbano Afonso
O método comparativo na prática. Exemplo de uma abordagem comparativa macro (2ª parte): cânones artísticos em
três grandes unidades geoculturais, c.1550-c.1650 (Europa Ocidental, Ásia
Ocidental, Ásia Oriental). Cânon da Europa ocidental renascentista.
O cânon ocidental renascentista: dependência face à
tradição clássica; estudo exaustivo da arte clássica; mimetização da natureza;
tratamento do nu; perspetiva linear; a centralidade da magnum
opus de Giorgio Vasari (1511-74), Le vite de più eccelenti
architetti, pittori et sculptori italiani (teoria
da rinascita da cultura antiga;
modelo organicista; sequência mestre-discípulo). Análise de obras de arte: a redescoberta
do Laocoonte em 1506; o Julgamento de Páris de Marcantonio
Raimondi (1480-1534) e a estatuária antiga; a Primavera
e o Nascimento de Vénus de Botticelli (1445-1510);
a descoberta da perspetiva linear e as utópicas vistas urbanas de Urbino.
Cânon: definição. Cânones comparados. Cânon ocidental da antiguidade clássica
23 Fevereiro 2018, 10:00 • Luís Urbano Afonso
O método comparativo na prática. Exemplo de uma abordagem comparativa macro (1ª parte): cânones artísticos em
três grandes unidades geoculturais, c.1550-c.1650 (Europa Ocidental, Ásia
Ocidental, Ásia Oriental).
Cânon: definição (1. regra; 2. tradição seletiva). Cânones:
excelência e perfeição; por género artístico e época; princípios estéticos gerais;
acumulação de convenções; listas.
O cânon ocidental da antiguidade clássica,
base do cânon renascentista. O "Cânon" do escultor Policleto. A
invenção da história da arte como género literário na Grécia antiga. Periodizações
estilísticas. Colecionismo de arte na antiguidade (exs. Atálidas, Lausos).