Sumários

Trabalhos em Grupo

6 Maio 2020, 12:00 Silvia Valencich Frota

Apresentação dos trabalhos em grupo, via Zoom. Conclusão da disciplina.

Obs.: Aula ministrada na modalidade de ensino à distância. Número de utilizadores da plataforma Moodle: 59.


Nas origens do sensacionalismo

29 Abril 2020, 16:00 Ernesto José Rodrigues

FAIT DIVERS

       Os exemplos seriam muitos, pelo que indicamos, tão-só, o Memorial de Pero Roiz Soares, manuscrito (contido na Biblioteca Nacional, com primeira impressão em 1953) sobre os acontecimentos vividos e contados em Lisboa entre 1565 e 1628.

       A grande e pequena política sebástica ou filipina margina uma série infindável de eventos assumidos como verdadeiros, quase sempre vistos: cataclismos, peste, sinais no céu (aparecimento de cometas), freiras chagadas, os falsos D. Sebastião, ruídos no túmulo coimbrão de D. Afonso Henriques, nascimento de siameses, etc.

       É desta diversidade que também se faz a História e daí a importância crescente que obras deste género vêm assumindo, como serão nucleares os incidentes do nosso quotidiano que, de modo mais ou menos sensacional, decoram as hodiernas folhas.

       O século XVIIII será, ainda, mais tentado por feitos sobrenaturais, narrados em folhas volantes que os cegos capelistas anunciam ou dependuradas pelo célebre cordel que deu título à literatura desse nome.

       Era, já, a paixão pela anedota, cedo renovada, com ingredientes e leves variantes que relançassem o fenómeno, em boa hora aproveitado pelos que reduziram o folheto de cordel ao folhetim em entregas diárias, com que aumentaram o negócio – antes de outros apostarem, então, em textos mais longos sob forma de fascículos.

       O fait divers caminha, assim, a par dos iniciais caracteres impressos (na ficção medieval, coexistem o charro e o sobrenatural ou estranho); disputa, em Setecentos, à monarquia absoluta, a capacidade de dirigir as fantasias dos cidadãos; um século decorrido, constitui-se a matéria-prima de imaginosos ficcionistas, de que, aos poucos, os localistas mais sérios e tecnicamente informados se apropriaram, ora destacando a sua raridade em páginas nobres, ora remetendo-o para as últimas páginas pares, onde só um curioso se demora. Alicerce da Imprensa sensacionalista de Oitocentos, de destinação popular, invadiu a televisão nacional, quando nascem as privadas (1991). À cabeça do alinhamento de muita informação, pelo dramático e insólito que veicula, o seu particularismo adormece as consciências, inibindo projectos de destinação colectiva, mais grave em canais de serviço público. Manipula e inventa, se necessário: quando assim é, notícia é, afinal, o jornal ou quem assina.



A globalização dos média e os média globais

29 Abril 2020, 12:00 Silvia Valencich Frota

Os média globais: do global ao local. Globalização e glocalização: “Jihad versus McWorld” (estudo de caso). Conclusão do quarto e último módulo do programa.


Obs.: Aula ministrada na modalidade de ensino à distância. Número de utilizadores da plataforma Moodle: 59.


Entrevista (2)

24 Abril 2020, 16:00 Ernesto José Rodrigues

Da vintena de conselhos que nos dá Mário L. Erbolato (Técnicas de Codificação em Jornalismo, 1979, p. 148), gostaríamos de salientar os pontos de 6 a 20, com leves acrescentos entre rectos:

       «6 - Faça as perguntas de modo concreto [e sem considerandos], para obter informações seguras e completas.

       7 - Não corte as respostas. Espere que cada uma delas termine, antes de formular a próxima pergunta. [Evite silêncios.]

       8 - Se o entrevistado divagar e fugir do assunto, recoloque-o no roteiro previsto, na pergunta seguinte. [Os monólogos em nada ajudam; as respostas longas, de resto, terão de ser cindidas, o que pede respostas desdobradas aquando da redacção final.]

       9 - Não discuta com a pessoa, se ela emitir uma opinião contrária ao seu ponto de vista. [A discordância mostra-se, serenamente, através de outra pergunta encadeada. Não deve, também, corrigir os erros linguísticos ou de estrutura frásica, o que fará, depois, na redacção. Sobretudo em texto corrido, qualquer erro significativo pede, imediatamente a seguir, entre parêntesis curvos, a partícula sic.]

       10 - Procure mostrar interesse real em tudo quanto for dito. Se o entrevistado verificar que o repórter não está atento, abreviará a exposição e colocará ponto final na entrevista.

       11 - Não emita a sua opinião, a menos que ela seja solicitada, e assim mesmo com modéstia e humildade.

       12 - Ao fazer uma pergunta, tenha em vista a riqueza da resposta e não apenas uma afirmativa, ou negativa, ou um talvez. [Não deixe pairar as meias verdades e contradições.]

       13 - Não seja agressivo. Demonstre franqueza e não astúcia. [Note-se que não está a tratar ninguém por tu ou, pelo menos, essa forma será excluída no produto final.]

       14 - Faça as perguntas no mesmo nível de quem responde. Pode acontecer que a entrevista seja importante, por ter sido procurada uma pessoa que saiba bastante sobre algo que ocorreu, embora humilde. Se ela ficar amedrontada, negar-se-á a dar esclarecimentos preciosos para o jornal.

       15 - Esgote cada área do assunto, antes de passar para outra.

       16 - Se necessário, faça alguma pausa, para evitar que o entrevistado se canse. Procure imprimir um pouco de humor ao diálogo.

       17 - Não se mostre superentusiasmado se ouvir uma resposta-bomba, porque o entrevistado, diante da sua reacção, poderá pedir-lhe que suprima o que disse, temeroso pelas consequências.

       18 - Prepare o terreno para cada pergunta. As coisas mais cruéis e indiscretas podem ser indagadas se o jornalista tiver o cuidado de se ir conduzindo com habilidade.

       19 - Se estiver a entrevistar uma senhora não lhe pergunte a idade e o estado civil, a não ser que a matéria se relacione com esses esclarecimentos. [A mesma discrição é devida com as profissões de fé, religiosas, políticas, clubísticas e outras, se desnecessárias ao fulcro da conversa.]

       20 - [...] Se a entrevista for feita na Redacção, as interrupções e chamadas ao telefone devem ser reduzidas ao mínimo.» [Aconselha-se, aliás, uma sala completamente à parte ou um espaço exterior.]     

       As explicações do como e porquê (eventualmente, os demais elementos noticiosos) da entrevista, e um retrato abreviado, seja da matéria nos pontos mais fortes, seja do interlocutor, comparecem no limiar da peça, antes de se proceder à transcrição do diálogo com apresentação dos interlocutores (nome do jornal ou do entrevistador e entrevistado) por extenso e em corpo destacado, passando, logo, às iniciais, ainda separadas por ponto ou travessão. A frequência dos bons modelos de jornalismo (porque não o pingue-pongue de P. e R.?) aconselha a forma certa.

       Do que todos comungam é da indispensável exactidão e autenticidade na reprodução do dito.

       Se a entrevista vem em texto corrido, essas declarações, entre aspas e/ou em itálico, não devem ir muito além dos 200 caracteres, havendo o máximo cuidado em quebrar a monotonia dos verbos declarativos, cujo sentido varia muito: disse/precisou/acentuou, etc. ao Telégrafo, e menos: ao nosso jornal.

       Incluirmos numa citação frase ou vocábulo da nossa lavra exige corpo distinto (redondo, p. ex.) e dentro de parêntesis rectos.


A globalização dos média e os média globais

24 Abril 2020, 12:00 Silvia Valencich Frota

Os média globais: do global ao local. Globalização e glocalização: “Jihad versus McWorld” (estudo de caso). Conclusão do quarto e último módulo do programa.


Obs.: Aula ministrada na modalidade de ensino à distância. Número de utilizadores da plataforma Moodle: 59.