Sumários
O “realismo” machadiano
2 Março 2018, 08:00 • ALVA MARTINEZ TEIXEIRO
Análise (continuação) do capítulo XXIV “Curto mas alegre”.
A configuração do modo narrativo alternativo das Memórias póstumas.
A ousadia e o sentido da escolha de um narrador defunto.
A diferença existente entre o autorretrato e a autobiografia no discurso narrativo de "Memórias póstumas de Brás Cubas" (segundo a análise do professor Abel Barros Baptista).
O problema da ‘franqueza’ na textualidade da obra.
A autobiografia e as memórias: a importância da ‘platéia’ para o defunto autor.
Bibliografia: AA.VV. (2009): Lembrar Machado de Assis. Org. V. Pinheiro Chaves, L. Moreira, S. Cardoso (Lisboa: CLEPUL).
BAPTISTA, Abel Barros (1991): Em nome do apelo do nome (Lisboa: Litoral).
A subversão do cânone romântico e dos preceitos realistas na obra de Machado de Assis
28 Fevereiro 2018, 08:00 • ALVA MARTINEZ TEIXEIRO
Uma tentativa de solução pacífica: a obra machadiana interpretada como uma crónica complexa e original do II Império.
Panorama das diferentes fases e obras do percurso literário de Machado de Assis: a fase romântica, a fase de maturidade e uma certa fase de 'dissecação', em que o autor escreveria Essaú e Jacó e Memorial de Aires.
A evolução do romance machadiano. Exame e discussão da classificação convencional dos romances de Machado de Assis em duas fases e da denominação "realismo machadiano".
A divergência de uma certa poética da vaguidade machadiana e o Realismo/Naturalismo.
Análise inicial do prólogo de Memórias póstumas de Brás Cubas. A ousadia do prólogo e os elementos principais desse modo narrativo alternativo: a vaguidão, a ironia.
Bibliografia:
MURICY, Katia (1988): A razão cética (Machado de Assis e as questões do seu tempo) (São Paulo: Companhia das Letras).
PASSOS, José Luiz (2000): "Realism and moral reasoning: an analysis of Machado de Assis criticism of Eça de Queiróz", "Estudos portugueses e africanos", 36: 5-20.
A Literatura Brasileira do Romantismo
23 Fevereiro 2018, 08:00 • ALVA MARTINEZ TEIXEIRO
Quadro geral da produção literária no Brasil no século XIX. Caraterísticas gerais do Romantismo poético brasileiro. A poesia da primeira geração e o indianismo, a paisagem e a identidade nacional.
A evolução do género romanesco no Romantismo. O romance romântico: os mitos sentimentais e heróicos. O sucesso de A moreninha de Joaquim Manuel de Macedo: o romance sentimental e a projeção das aspirações pequeno-burguesas do público leitor urbano brasileiro. A revisão irónica do romance sentimental apresentada por Manuel António de Almeida nas Memórias de um sargento de milícias: a primeira revolta anti-sentimental no romance brasileiro.
O projeto romanesco de José de Alencar: os romances indianistas, históricos, urbanos e regionalistas. A formação e autoridade do cânone literário brasileiro no Romantismo.
A natureza problemática da escrita machadiana a respeito da ideia de literatura nacional desenvolvida pelos escritores românticos.
Bibliografia:
BOSI, Alfredo (1994): História concisa da literatura brasileira (São Paulo: Cultrix [33ª ed.]).
CANDIDO, António (2004): O romantismo no Brasil (São Paulo: Humanitas [2ª ed.]).
Apresentação do programa
21 Fevereiro 2018, 08:00 • ALVA MARTINEZ TEIXEIRO
Início do curso. Apresentação do programa a lecionar e do processo de avaliação.
Objectivos:
Pretende-se a (re)descoberta da História literária brasileira através da reflexão a respeito de temas, problemas e conceitos inerentes à escrita de certas obras e autores medulares e, também, à sintonia ou desencontro com os períodos artísticos e sociais em que se inscreveram. Deste modo, procura-se a compreensão das relações na literatura entre identidade e universalidade, assim como execitar as capacidades de interpretação, análise e síntese.
Conteúdos programáticos:
O programa pretende articular um percurso aprofundado e uma reavaliação e revisão da literatura brasileira dos séculos XIX, XX e XXI. Com esse fim em vista é proposta a leitura, total ou parcial, de uma seleção de obras e de autores que ultrapassam as suas condições estéticas e históricas para atingir um valor universal. Autores que, pela sua perscrutação da condição humana, revelam uma inspiradora índole insular e uma genuína vocação matricial: a renovação do realismo através da ambiguidade machadiana (Memórias póstumas de Brás Cubas), a redefinição da introspeção através do símbolo e do enigma clariceano (Laços de família), a subversão do realismo através do niilismo fonsequiano (Feliz Ano Novo) ou o enriquecimento da fragmentação pós-moderna através do hibridismo praticado por Nuno Ramos (Ó).
Já no plano da invenção poética, analisaremos a rearticulação das diversas renovações e experimentações poéticas através da introspeção bandeiriana (Estrela da vida inteira), a irresolução entre forma e conteúdo na reformulação operada por Ferreira Gullar na sua obra e a ponderação da herança clássica e modernista através da lucidez do humor e da gravidade de Carlos Drummond de Andrade (Claro enigma).
Metodologias de ensino e avaliação:
Esta unidade curricular parte de uma perspetiva interdisciplinar e utiliza uma metodologia eclética. Segue-se um modelo mais dialógico que expositivo, privilegiando-se, por isso, a participação oral informada. Os alunos são estimulados a fazerem a sua própria pesquisa a propósito dos diferentes tópicos estudados, colocando em aulas os seus resultados.
Segundo os critérios indicados no Regulamento Geral de Avaliação, aplica-se o regime de avaliação contínua. Dentro destas coordenadas, a organização das aulas é teórico-prática. A avaliação será feita a partir de quatro elementos obrigatórios: assiduidade e participação (10%), um breve trabalho individual e escrito (20%), uma primeira prova escrita e presencial (30%) e uma prova final, escrita e presencial (40%).
O trabalho individual e escrito é uma recensão crítica (5 páginas) da obra Ó de Nuno Ramos. Data de entrega do trabalho: 19 de junho.
A primeira prova escrita e presencial foi marcada para o dia 27 de abril de 2018 e a prova final, escrita e presencial para o dia 01 de junho de 2018.
Bibliografia e elementos de estudo postos à disposição dos alunos:
AA.VV. (1998): Cadernos de Literatura Brasileira (Ferreira Gullar), 6 (São Paulo: Instituto Moreira Salles).
ARRIGUCCI JR., Davi (1990): Humildade, paixão e morte. A poesia de Manuel Bandeira (São Paulo: Companhia das Letras).
BATISTA, Abel Barros (1998): Autobibliografias (Lisboa: Relógio D’Água)
BOSI, Alfredo (1997): História concisa da literatura brasileira (São Paulo: Cultrix).
DASCALTAGNÈ, Regina (2005): Entre fronteiras e cercado de armadilhas: problemas da representação na narrativa brasileira contemporânea (Brasília: Universidade de Brasília).
GLEDSON, John (1991): Machado de Assis: impostura e realismo (São Paulo: Companhia das Letras)
GLEDSON, John (2003): Influências e impasses: Drummond e alguns contemporâneos (São Paulo: Companhia das Letras).
SECCHIN, António Carlos (2003): Escritos sobre poesia e alguma ficção (Rio de Janeiro: EDUERJ).
SOUSA, Carlos Mendes de (2000): Clarice Lispector: figuras da escrita (Braga: Universidade do Minho).
STEGAGNO, Luciana (1997): História da literatura brasileira (Rio de Janeiro: Nova Aguilar).
Será fornecida (na Plataforma Moodle) aos alunos uma pequena antologia de textos críticos e literários destinada a ilustrar e problematizar as questões teóricas e as obras e textos estudados.
Horário de atendimento aos alunos:
Acompanhamento por e-mail. Sessões de atendimento/acompanhamento em horário fixo – todas as quartas-feiras das 10 às 12h. (sujeita a marcação prévia) – ou marcadas individualmente com os alunos.
Observações:
Os estudantes-trabalhadores e quaisquer outros que, por uma razão justificada e devidamente documentada, não possam assistir regularmente às aulas deverão contactar a professora durante a primeira ou a segunda semana de aulas para planificação conjunta das actividades a desenvolver e do acompanhamento necessário.
O número de alunos inscritos pode levar a pequenas modificações do programa.
Avaliação prévia de conhecimentos dos alunos da turma.