Sumários

Natureza e identidade nacional alemã no século XIX

11 Março 2025, 15:30 Maria Inês Robalo

A dimensão cultural do conceito de "natureza". A metáfora do mundo-livro, i.e., a natureza como unidade de ideia e aparência que se revela essencialmente comunicativa. As formas típicas da paisagem romântica e a identidade nacional alemã. A sua materialização numa dupla expansão: espacial (o Reno, a floresta, o mar, a Itália arcádica e sensualista) e temporal (idealização da Idade Média e o passado poético da Alemanha). O aparecimento do panorama como entretenimento de massas e a sua ramificação ideológica.

A abordagem desta temática teve como base a análise de quadros de Caspar David Friedrich, Carl Gustav Carus e Ludwig Richter, a leitura de "Pensamentos sobre as relações das lendas com a Poesia e a História"/ "Gedanken, wie sich die Sagen zur Poesie und Geschichte verhalten" (1808) de Jacob Grimm, do poema "Hurra, Germania" (1870) de Ferdinand Freiligrath e do poema de Heinrich Heine "A Lorelei"/ "Die Lorelei" (1824).


Do Congresso de Viena à Revolução de 1848

6 Março 2025, 15:30 Maria Inês Robalo

A periodização problemática e a perspectivação historiográfica da Alemanha entre 1815 e 1848 (Restauração, Vormärz e Biedermeier), e figuras simbólicas da identidade alemã no contexto da evolução política e da "dupla revolução" (política e liberalização económica). As grandes questões que marcaram o pensamento político do período: Großdeutschland ou Kleindeutschland; regime autoritário ou parlamentar/ constitucional; emancipação dos judeus no quadro da definição da noção de cidadania e identidade nacional.

Estes assuntos foram discutidos através de:
Leitura de extractos da Lei Federal da Deutscher Bund (1815). Leitura comparada de extractos de Discursos à Nação Alemã de J.G. Fichte e de extractos do discurso de Johann August Wirth no festival de Hambach (1832). Análise dos principais legados da Constituição de Frankfurt (1849).


Sobre a Educação Estética do Homem numa Série de Cartas de F. Schiller

27 Fevereiro 2025, 15:30 Maria Inês Robalo

Apresentação da posição de Schiller perante a Revolução Francesa através da leitura da sua carta ao duque Friedrich Christian de Augustenburg (1793). Leitura, análise e comentário detalhado de Sobre a Educação Estética do Homem numa Série de Cartas: a caracterização desencantada que Schiller faz da sua época; a proposta da educação estética como chave para a transformação política e social no sentido da perfeição ética; a concepção antropológica tridimensional plasmada na noção do impulso lúdico como mediador dinâmico entre o impulso sensível e o impulso formal (racional).


Cosmopolitismo e literatura-mundo: J.W. Goethe

25 Fevereiro 2025, 15:30 Maria Inês Robalo

A resposta de J.W. Goethe à Revolução Francesa e às Guerras Napoleónicas. Análise e caracterização do conceito de literatura-mundo no quadro da mundividência Gotheana e do respectivo projecto estético. A discussão teve por base a leitura e comentário a excertos de Conevrsas com Goethe (Gespräche mit Goethe) de Johann Peter Eckermann, da revista Propyläen, e das notas sobre tradução incluídas no Divan Ocidento-oriental (West-östlicher Divan). Salientou-se a importância dada à viagem, à circulação transnacional de periódicos literários, à correspondência inter-pares, assim como a centralidade da tradução (três modalidades). 

Na última parte da aula foi proposto um exercício prático aos alunos (em pares): análise comparativa de dois poemas do divã do poeta persa Hafis e do poema de abertura do Divan de Goethe, "Hégira" (fornecido previamente aos alunos). Comentou-se também o monumento Goethe-Hafis- Denkmal inaugurado em Weimar no ano 2000.


Cosmopolitismo e literatura- mundo

20 Fevereiro 2025, 15:30 Maria Inês Robalo

A figura de Frederico II (1744-1797) como patrono das artes e motor da afirmação da Prússia como potência no quadro Europeu. O cenário bélico complexo do último quartel do séc. XVIII e princípio do séc. XIX (Guerras da Silésia, Guerra dos Sete Anos, Guerras Naopleónicas). Leitura e comentário de excertos de A Paz Perpétua/ Zum ewigen Frieden (1895) de Immanuel Kant, com foco na sua perspectiva cosmopolita, enquanto resposta positiva perante um conexto internacional politicamente tenso. Enquadramento de J.W.Goethe como figura cosmopolita e também da sua posição perante os rumos da Revolução Francesa. Alusão a Hermann und Dorothea (1796-97), que colheu grande popularidade à época, como texto ilustrativo de uma posição conservadora, e porventura ambígua, perante a Revolução. Analisou-se também o poema Die Zerstörung Magdeburgs (1798). Na aula seguinte continuar-se-á o desdobramento deste tópico, nomeadamente, o aprofundamento da noção de literatura-mundo mediante a leitura de partes da obra West-östlicher Divan (1818).