Sumários

IV. Paradoxos Indutivos - 4

24 Março 2023, 12:30 António José Teiga Zilhão


C. O Paradoxo dos Corvos - 2

5. A proposta de Hempel para dissolver o paradoxo e preservar a TLC: deixar cair a condição ii) - CNC, mantendo em vigor apenas as condições i) - CN e iii) CE. Demonstração de que, sem o apelo a CNC, o paradoxo não é derivável. 
6. As consequências contra-intuitivas do abandono de CNC - a objecção da "ornitologia dentro de portas", de N. Goodman.
7. Resposta de Hempel à objecção de Goodman: a sensação de contra-intuitividade resulta de uma incompreensão da natureza lógica da TLC; uma vez que essa compreensão tenha sido integrada no processo de raciocínio, o conhecimento de fundo deverá ser suprimido na avaliação de um qualquer caso de confirmação/desconfirmação e nada sobrará que possa contrapor-se ao raciocínio lógico e gerar no agente qualquer contra-intuitividade. 

IV. Paradoxos Indutivos - 3

23 Março 2023, 09:30 António José Teiga Zilhão


C. O Paradoxo dos Corvos - 1

1. O conceito de uma Teoria da Confirmação. 
2. A Teoria Lógica da Confirmação (TLC) de C.G. Hempel. 
2.1. Os três princípios elementares da TLC: 1) a Condição de Nicod (CN); 2) a Condição de Não Confirmação (CNC); 3) a Condição de Equivalência (CE). Caracterização de cada uma destas condições e constatação do carácter intuitivo de todas elas.
3. Demonstração de como derivar uma contradição a partir destes princípios elementares da TLC e de regras lógicas muito básicas. 
4. Discussão de diferentes modos possíveis de evitar a derivação da contradição. 

IV. Paradoxos Indutivos - 2

17 Março 2023, 12:30 António José Teiga Zilhão


B. Paradoxo de Goodman (ou Novo Enigma da Indução)

1. Caracterização do Novo Enigma da Indução (NEI) de Goodman, tal como exposto em Fact, Fiction and Forecast.
2. O NEI como um modo de pôr em evidência o problema da descrição associado à formulação do Princípio da Uniformidade da Natureza (PUN) por Hume. 
3. A principal conclusão do NEI: as regularidades que encontramos na Natureza dependem dos sistemas de classificação que usamos para a descrever; diferentes sistemas de classificação geram diferentes regularidades (diferentes critérios de mesmidade (de um curso ou processo) e de semelhança (entre instâncias)) e podem dar origem a previsões contraditórias, igualmente justificáveis de acordo com a base de dados disponível e com as regras indutivas disponíveis. Logo, a Natureza não pode ser uniforme a respeito de todos os sistemas de classificação - isso seria contraditório.
4. O problema de como escolher entre diferentes sistemas de classificação. A resposta de Goodman: introdução das noções de projectabilidade e improjectabilidade de um sistema de predicados e apresentação do conceito de 'entrincheiramento'. As dificuldades associadas ao uso do conceito de 'entrincheiramento' na escolha entre sistemas de predicados.


IV. Paradoxos Indutivos - 1

16 Março 2023, 09:30 António José Teiga Zilhão


A. O Problema da Indução, 
1. O problema da indução, tal como exposto por David Hume. 
1.1. Apresentação dos modos combinatoriamente adequados de adquirir conhecimento incerto: os silogismos estatísticos e as generalizações estatísticas. 
1.2. Conceito de uma indução humeana: induções ou generalizações que projectam para o futuro, ou para partes do mundo acerca das quais não há experiência, o conhecimento adquirido em observações presentes ou passadas. 
1.3. Demonstração de que as induções humeanas, apesar de ubíquas, não respeitam nem os critérios que permitem validar um silogismo estatístico nem os critérios que permitem validar uma generalização estatística. 
1.4. Como justificar então uma indução humeana? 
1.4.1. O argumento de Hume que mostra que qualquer tentativa de justificação da indução revela-se ser circular. 
1.4.2. O apelo feito por Hume para o Princípio da Uniformidade da Natureza (PUN) como forma de contornar o problema: as induções humeanas complementadas com o PUN são válidas. 
1.4.3. Como pode o PUN, ele próprio, ser justificado? 
1.4.4. O argumento de Hume que mostra que qualquer tentativa para fundamentar o PUN é, também ela, circular. 
1.5. As conclusões "cépticas" de Hume. 
1.5.1. Não há qualquer forma racional de justificar o raciocínio indutivo;
1.5.2. Não obstante, este constitui um (bom) hábito de raciocínio que adquirimos a partir da Natureza e que permanece connosco em virtude da sua manifesta utilidade prática. 

2. Distinção entre os dois aspectos essenciais associados ao problema da indução: i) a questão da justificação da indução, amplamente problematizada por Hume; ii) a questão da descrição adequada do PUN, menos debatida, por ele ou por outros.
2.1. A questão da descrição adequada do PUN 
2.1.1. A substância do problema: dada a vagueza e generalidade com que o PUN é caracterizado por Hume, ele corre o risco de ser infalsificável e, por isso mesmo, inútil. 
2.1.2. É por isso necessário especificar o que, de facto, se entende por 'semelhança' entre instâncias e 'mesmidade' de cursos de eventos. Mas como fazê-lo?

III. Paradoxos Semânticos - 6

10 Março 2023, 12:30 António José Teiga Zilhão


C. O Problema de Moore - 3
5. Solução do problema de Moore apresentada no âmbito da Teoria dos Actos de Fala (Speech-Acts Theory).

5.1. A Teoria dos Actos de Fala de Austin e Searle - alguns princípios básicos.
5.2. Exemplos de alguns actos de fala; a asserção como também um acto de fala. 
5.3. As condições constitutivas que um acto de fala de que p tem que satisfazer para poder ser considerado como uma asserção de que p: a prolação de p tem que ser acompanhada por i) uma intenção do falante de providenciar informação à audiência de que p e ii) um reconhecimento por parte da audiência de que essa é a intenção do falante. 
5.4. É uma condição necessária para que a audiência reconheça que a intenção do falante é a de providenciar à audiência informação de que p que, na sequência da prolação do falante, a audiência forme a crença de que o falante crê que p. 
5.5. Logo, para ser uma asserção de que p, uma determinada prolação de p tem que ter o propósito de gerar na audiência a seguinte conjunção de crenças: a crença de que p e a crença de que o falante crê que p.     
5.6. Ora, tomar um acto de fala com o conteúdo 'p e não creio que p' como uma asserção verdadeira significaria que seria então suposto que, em consequência do mesmo, a audiência deveria gerar a seguinte conjunção de crenças: 'p e o falante não crê que p' e 'o falante crê que: p e o falante não crê que p'.  
5.7. Partindo do princípio que a crença distribui sobre a conjunção, segue-se do par de crenças acima que a audiência deveria então, na sequência da asserção, formar o conjunto de crenças com os seguintes quatro conteúdos: i) 'p'; ii) 'o falante não crê que p'; iii) 'o falante crê que p'; iv) 'o falante crê que o falante não crê que p'. Mas ii) e iii) são contraditórias entre si. 
5.8. Dada esta contradição, a audiência nunca poderia encontrar-se em condições de reconhecer ao falante a intenção de providenciar informação de que p à audiência; logo, nestas circunstâncias, uma das condições constitutivas da asserção não se encontraria satisfeita, pelo que a prolação em causa não poderia ter constituído, de facto, uma asserção, apesar de ter sido proferida com o aspecto externo desse acto de fala.  
5.9. Logo, do ponto de vista da Teoria dos Actos de Fala, a nossa sensação de absurdo resultaria do facto de que, no caso das frases de Moore, nos vemos confrontados com uma prolação que se apresenta a si própria como uma asserção, mas cujo conteúdo viola, precisamente, uma das condições constitutivas que um acto de fala tem que satisfazer para poder ser considerado uma asserção.