Sumários
A República Romana. Da República ao Império.
23 Abril 2025, 14:00 • Martim Nunes França Aires Horta
O Domínio da Grécia. A III Guerra Púnica. As relações de Roma com as Províncias.
A República do século II e I AEC: tensões e crises. A competição política dentro da elite romana. Optimates e Populares.
A estrutura política: tipologia e poderes das instituições da Respublica.
22 Abril 2025, 11:00 • Rodrigo Furtado
I. As assembleias de cidadãos.
- Os comitia tributa.
- tribos urbanas (Palatina, Colina, Esquilina, Suburana) e tribos rurais;
b. A votação de leis, os processos judiciários e as eleições;
c. O processo de votações:
i. Quando? Julho?
ii. Onde? Entre o comitium e o templo de Castor (145 a.C.).
iii. Quantos? 4000? 5000? 20000? 30000?
iv. Quem falava?
v. Quem pode ser eleito?
- Os comitia centuriata.
- as centúrias e a sua origem: as ‘reformas de Sérvio Túlio’.
b. A votação de leis, os processos judiciários e as eleições;
c. O processo de votações:
i. Quando? Julho.
ii. Onde? O campo de Marte e os Saepta.
iii. Quantos? 30000?
iv. Quem falava?
v. Quem pode ser eleito?
- O concilium plebis.
II. O Conselho do Senado.
1. O forum Romanum.
O forum Romanum é o centro político e económico/financeiro de Roma na República. A praça mais antiga da mais importante cidade do mundo mediterrâneo.
2. O Senado: características gerais.
2.1 Acesso.
2.2 Funcionamento: a Curia Hostilia; a Curia Cornelia; Curia Iulia; o princeps senatus; sentar-se; tomar a palavra e votar;
2.3 O poder de ‘conselho’. O senatusconsultum; o senatusconsultum ultimum de re publica defendenda.
2.4 Os poderes de facto: a gestão do tesouro; as províncias.
3. A autoridade.
3.1 Num sistema assente na anualidade dos magistrados: o senado representa a continuidade política.
3.2 O senado como corpo de elegíveis; senado e influência social.
3.3 Senado e liderança militar;
3.4 Senado e liderança económica;
3.5 Senado e mos maiorum (tradição);
3.6 Senado e religião;
3.7 Senado e res publica: nenhuma contradição.
Rodrigo Furtado
Bibliografia Sumária
North, J. A. (2006), ‘The constitution of the Roman Republic’, A Companion to the Roman Republic, Malden, Oxford, Victoria, 256-277.
--------
Brennan, T. C. (2004), ‘Power and process under the republican «constitution»’, The Cambridge companion to the Roman republic, Cambridge, 31-65.
Broughton, T. R. S. (1951–86), The Magistrates of the Roman Republic, 3 vols, New York and Atlanta.
Cornell, T. (2000), ‘The lex Ovinia and the Emancipation of the Senate’, The Roman Middle Republic: Religion, Politics, and Historiography c.400–133 B.C., Rome, 69–89.
De Martino, F. (1954–1972), Storia della constituzione romana, Naples.
Develin, R. (1985), The Practice of Politics at Rome 366–167 B.C., Brussels.
Eder, W. (1991), ‘Who Rules? Power and Participation in Athens and Rome’, City States in Classical Antiquity and Medieval Italy, Ann Arbor and Stuttgart, 169–196.
Eder, W., ed. (1990), Staat und Staatlichkeit in der frühen römischen Republik, Stuttgart.
Giovannini, A. (1985), ‘Auctoritas patrum’, MH 42, 28–36.
Gruen, E. S. (1991), ‘The exercise of power in the Roman Republic’, City States in Classical Antiquity and Medieval Italy, Ann Arbor, 252–267.
Kunkel, W. (19732), An introduction to Roman legal and constitutional history, Oxford.
Lintott, A. (1999), The constitution of the Roman republic, Oxford.
Millar, F. (1989), ‘Political power in mid-Republican Rome: curia or comitium?‘, JRS 79, 138–150.
Millar, F. (2002), ‘The Roman republic’, Rome, the Greek world and the East. The Roman Republic and the Augustan revolution, Chapel Hill, London, 85-161.
Mommsen, T. (1887–8), Römisches Staatsrecht3, 3 vols, Leipzig.
Mouritsen, H. (2015), ‘The Incongruence of Power: the Roman Constitution in theory and practice’, A companion to Greek democracy and the Roman Republic, Malden, MA, Oxford, Victoria, 146-163.
Wirszubski, C. (1950), Libertas as a Political Idea at Rome during the Late Republic and Early Principate, Cambridge.
The frozen waste theory e a reacção democrática: o (im)possível lugar ideológico do populus Romanus.
10 Abril 2025, 11:00 • Rodrigo Furtado
I. Conquistar o populus romanus.
1.1 Os temas de campanha. Comentário a comm. 53.
A ausência de temas políticos: uma campanha que não se centra nas alternativas ideológicas;
O que se disputa: a dignitas. O significado ideológico da dignitas.
1.2 As técnicas:
Comm. 41, 52: Nomenclatio; blanditia; adsiduitas; benignitas; rumor; species in re publica;
Os apoiantes: deductores; salutatores; adsectatores.
II. As teorias sobre a sociedade e a política romanas durante a República:
A frozen waste theory: tese mais tradicional e mais antiga.
1. Teses:
- Há uma pequena oligarquia muito fechada e endogâmica que controla a cidade (cf. árvore genealógica dos Cipiões-Paulos-Semprónios: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:GeneSPC.png);
b. As eleições e votações são determinadas pelas relações de clientela: sistema de caciquismo muito forte.
c. Processo eleitoral e votações meramente formal: comportamento eleitoral determinado por condições clientelares.
d. A generosidade aristocrática e o interesse do cliente: o do ut des (“eu dou para que tu me dês”).
e. Os critérios das escolhas eleitorais.
i. Nascimento/Família;
ii. Currículo político e militar;
‘A maior parte dos Romanos concorda (o voto é o meio através do qual se mostra a concordância) que este homem, Lúcio Cipião, foi o melhor de entre os homens bons. Filho de Barbato, aqui foi cônsul, censor, edil [?]. Ele tomou a Córsega e a cidade de Aléria. Ofereceu às Tempestades um templo merecido’ (CIL 12.8–9).
iii. Mos maiorum (=tradição).
‘Conseguiu as dez coisas maiores e melhores que os homens sábios passam a vida a procurar: quis ser um o primeiro dos guerreiros, o melhor orador, o general mais forte, administrar os mais elevados assuntos com a sua autoridade, gozar da máxima honra, ter a máxima sabedoria, ser tido como o mais importante senador, conseguir grande riqueza de forma honesta, deixar muitos filhos e ser o mais ilustre homem na cidade’ (elogio fúnebre de Lúcio Cecílio Metelo, cos. 251, 247 apud Plin. nat. 7. 62).
A reacção democrática.
1. Textos fundamentais:
a. K. Hopkins, - G. Burton (1983), Death and Renewal. Sociological studies in Roman history, Cambridge.
b. F. Millar (1984), ‘The political character of the classical Roman Republic’, JRS 74, 1 -19.
2. Os dados sociológicos [cf. Hopkins-Burton (1983)].
Quadro 1 | 232-183 a.C. | 182-133 a.C. | 132-83 a.C. | 82-33 a.C. |
Gentes patrícias cujos membros tinham chegado a cônsules | 13 | 11 | 10 | 7 |
Nº total de cônsules patrícios | 47 | 34 | 22 | 20 |
Gentes plebeias cujos membros tinham chegado a cônsules | 25 | 28 | 40 | 39 |
Nº total de cônsules plebeus | 43 | 53 | 67 | 65 |
Gentes patrícias ou plebeias com apenas um cônsul eleito durante o período | 17 | 17 | 30 | 24 |
Quadro 2 | Número de cônsules de (datas a.C.) que tiveram antepassados consulares (não era ‘homens novos’): | ||||||
| 249-220 | 219-195 | 194-170 | 169-140 | 139-110 | 109-80 | 79-50 |
Avô e Pai foram cônsules | 4 | 8 | 10 | 13 | 14 | 13 | 10 |
Apenas Pai foi cônsul | 16 | 6 | 5 | 10 | 20 | 8 | 10 |
Apenas Avô foi cônsul | 4 | 3 | 8 | 6 | 3 | 6 | 9 |
Apenas Bisavô foi cônsul | 1 | 2 | 0 | 2 | 1 | 4 | 9 |
Cônsules com pelo menos um antepassado consular | 25 | 19 | 23 | 31 | 38 | 31 | 38 |
Cônsules sem antepassados consulares | 28 | 18 | 27 | 24 | 22 | 20 | 20 |
Quadro 3 |
| ||||
249-220 a.C. | 219-195 a.C. | 194-140 a.C. | 139-80 a.C. | 79-50 a.C. | |
%de cônsules/pretores que tiveram filhos com sucesso político | 53% | 62% | 48% | 43% | 34% |
% de cônsules/pretores provenientes de famílias que já tinham tido antepassados cônsules ou pretores | 64% | 86% | 59% | 52% | 36% |
% de cônsules/pretores que eram homines noui (homens novos) | 36% | 14% | 41% | 48% | 64% |
3. Conclusões.
a. final da República cerca de 2/3 a 4/5 da elite consular não era estável (a percentagem de cônsules cujos pai e avô tb foram cônsules nunca ultrapassou os 25%);
b. Contudo: confirma-se existência de uma elite senatorial hereditária (=nobiles) (ver quadro 3), como a tese tradicional defendia, embora muito mais pequena percentualmente;
4. Teses:
a. Oligarquia muito mais pequena do que se pensava e aberta à entrada de novas gentes/familiae no sistema;
b. Relações clientelares: menos fechadas e previsíveis, mais negociadas; os clientes mudam frequentemente de patrono, de acordo com as vantagens que podem obter
c. Carácter imprevisível das votações, de acordo com o que as fontes mostram.
Rodrigo Furtado
Bibliografia Sumária
Tatum, W. Jeffrey (2009), ‘Roman democracy?’, A companion to Greek and Roman political thought, Malden, MA, Oxford, Victoria, 214-227.
………………………………………
Brunt, P. A. (1988), The fall of the Roman Republic, Oxford.
Burckhardt, L. A. (1990), ‘The political elite of the Roman Republic: comments on recent discussion of the concepts of Nobilitas and Homo Novus’, Historia 39, 77–99.
Develin, R. (1985), The practice of politics at Rome, Bruxelles.
Flower, H. I. (1996), Ancestors masks and aristocratic power in Roman culture, Oxford.
Gelzer, M. (1969), Roman nobility, Oxford.
Hölkeskamp, K.-J. (1987), Die Entstehung der Nobilität. Stuttgart.
Hopkins, K., Burton, G. (1983), Death and Renewal. Sociological studies in Roman history, Cambridge.
Millar, F. (1984), ‘The political character of the classical Roman Republic’, JRS 74, 1 -19;
Münzer, F. (1920), Römische Adelsparteien und Adelsfamilien, Suttgart (trad. ingl. Roman Aristocratic Parties and Families, Baltimore and London, 1999rev.).
North, J. (1990), ‘Politics and aristocracy in the Roman Republic’, Classical Philology 85, 277-287.
Perelli, L. (1982), II movimento populare nell'ultimo secolo della repubblica, Turin.
Rawson, B., ed. (2011), A companion to families in the Greek and Roman worlds, Malden, Oxford, Victoria.
Rouland, N. (1979), Pouvoir politique et dépendance personelle dans l’antiquité romaine, Bruxelles.
A República Romana
9 Abril 2025, 14:00 • Martim Nunes França Aires Horta
As Fontes Púnicas para a Expansão Romana
A IIª Guerra Púnica. Aníbal Barca. P. Cornélio Cipião “o Africano”.
Fontes analisadas em aula:
KAI 101, c. 140-130 AEC