Sumários

Quadrado ontológico e futuros contingentes.

10 Abril 2017, 14:00 Ricardo Santos

Leitura, análise e discussão crítica do capítulo 7 do Da Interpretação. Declarações afirmativas e negativas; singulares e gerais; universais, não-universais (ou ‘particulares’) e indefinidas. Declarações contrárias, contraditórias e “contraditórias das contrárias” (ou ‘subcontrárias’). Declarações contrárias não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo. A regra das contraditórias (necessariamente uma delas é verdadeiras e a outra é falsa) e a sua excepção no caso das indefinidas (que podem ser ambas verdadeiras). O quadrado da oposição da lógica tradicional. A interpretação mais comum do quadrado (Kneale), o problema da ‘implicação existencial’ e a crítica resultante à lógica aristotélica: a validade de certas formas de inferência estaria dependente de sabermos que existem coisas de certos tipos. Uma interpretação alternativa (Thompson): reabilitação dos termos vazios (e.g. o hircocervo e o Sócrates não existente) e a atribuição de carga existencial apenas às declarações afirmativas. Releitura do quadrado. Uma interpretação nova das declarações de tipo-O.

Leitura, análise e discussão crítica do capítulo 9 do Da Interpretação. A regra dos pares contraditórios e a questão das suas possíveis excepções. Declarações contraditórias singulares sobre o passado, o presente e o futuro. Os filósofos da escola megárica e a concepção fatalista do mundo. O argumento em defesa do fatalismo, a partir da regra dos pares contraditórios. Rejeição do fatalismo por Aristóteles. Duas interpretações possíveis da posição de Aristóteles: rejeição da bivalência ou rejeição da inferência da verdade para a necessidade.


Introdução ao estudo do Da Interpretação de Aristóteles.

3 Abril 2017, 14:00 Ricardo Santos

Introdução ao estudo do Da Interpretação. O tema central da obra – os pares de declarações contraditórias, o princípio dos pares contraditórios e as suas possíveis excepções – e o contexto dialéctico pressuposto. Regras da dialéctica antiga. O percurso dos capítulos iniciais (1-6): nomes e verbos, enunciados e declarações, afirmação e negação, contradição. O quadrado da oposição na lógica tradicional. A interpretação standard do quadrado e as relações lógicas envolvidas: declarações contrárias, contraditórias, subcontrárias e subalternas. Conflito com a lógica moderna (de Frege e Russell). O problema da implicação existencial.


Aula cancelada

27 Março 2017, 14:00 Ricardo Santos

Docente convocado para reunião do plenário do Conselho Científico da FLUL.


A primazia ontológica dos indivíduos.

20 Março 2017, 14:00 Ricardo Santos

Problemas do argumento do terceiro homem e da condição de não-circularidade explicativa. O sentido do termo “ousia” usado por Aristóteles e a sua tradução tradicional por “substância”. A multiplicidade irredutível de maneiras de ser (ou a homonímia do ser) e a tese da primazia ontológica dos indivíduos. O anti-platonismo desta tese. A dependência ontológica dos universais e dos acidentes relativamente aos indivíduos. Realismo platónico e realismo aristotélico. A existência e as ‘partes’ do tempo.


O argumento do terceiro homem.

13 Março 2017, 14:00 Ricardo Santos

O argumento do ‘terceiro homem’, apresentado no Parménides de Platão (131e-132b). Reconstrução do argumento. Os três princípios da teoria das formas invocados. (1) Princípio do um-sobre-muitos: se há uma colecção de coisas que são F, então há uma forma da F-idade em que todas participam. (2) Princípio da auto-predicação: a forma da F-idade é ela própria F. (3) Princípio da não-identidade: uma forma não pode participar nela própria. (2) e (3) não se contradizem. O desiderato platónico de uma explicação completa e não circular da predicação (‘isto é belo’ ou, em geral, ‘x é F’) através da noção de participação. A crítica aristotélica: as coisas particulares e a forma em que participam são ambas F, mas apenas homonimicamente; por isso, não podem ser reunidas numa mesma classe, como coisas sob uma mesma forma.