Sumários

O mito de Drácula e o terror gráfico da Hammer

12 Novembro 2015, 16:00 Mário Jorge Torres Silva

Introdução às temática dos filmes de terror, desde os monstros do Expressionismo Alemão. até à fase de ouro do cinema americano nos estúdios da Universal dos Anos 30: a emigração progressiva de técnicos e realizadores germânicos para os Estados Unidos, criando uma autêntica produção em série, embora mantendo altos critérios de exigência artística; o destaque devido a James Whale (Frankenstein, 1931; The Invisible Man, 1933; The Bride of Frankenstein, 1935), mas também a Tod Browning, já com provas dadas nos finais do Cinema Mudo, em outros estúdios, responsável pelo mítico Drácula (1931), com o actor húngaro, Bela Lugosi no protagonista.

Início do  visionamento comentado de Drácula (Terence Fisher, 1958): o uso violento de uma extensa paleta cromática,deslocando o impacte do terror do jogo de sombras para os contrastes de cor; a recolocação do mito no cenário do vitorianismo tardio; a aceitação dos estereótipos do filme de vampiros (alho, espelhos, refúgios nocturnos), embora modelando-os a uma diferente lógica do cinema popular com alguns efeitos que prenunciam o gore do sangue derramado e expõem uma certa violência gráfica; insistência na sexualização óbvia da acção, relacionando o vampiro com transgressões eróticas ao imaginário vitoriano, obviamente mais consentâneas com o final da década de 50, numa Inglaterra desafiadora dos padrões estabelecidos da moralidade vigente; a relevância dos castelos (e dos cenários em geral) de estúdio, com interiores que oscilam entre um pastiche oitocentista (sobretudo o mobiliário e o guarda-roupa) e a estilização moderna (nos arcos, como nos adereços) que aponta para o momento da feitura do filme; o filme como matriz renovada para inúmeras revisitas industriais à personagem.


"The Ladykillers" (Alexander Mackendrick, 1955): um dos apogeus do humor no cinema inema inglês

10 Novembro 2015, 16:00 Mário Jorge Torres Silva

Para uma breve descrição da importância da comédia popular rodada nos Ealing Studios no panorama cinematográfico inglês e mais tarde na p comédia propagada pela indústria televisiva, desde os veículos criados para actores como Alec Guiness ou Peter Sellers, até à aventura dos Monty Python ou do que hoje conhecemos genericamente como Britcom: desde os enormes sucessos de filmes como Kind Hearts and Coronets (Robert Hamer, 1949), Passport to Pimlico (Henry Cornelius, 1951) ou The Man with the White Suit (Mackendrick, 1951), até à venda do estúdio à BBC, em 1956, criando, assim uma lendária presença no imaginário dos anos 50 britânicos.

Conclusão do visionamento comentado de The Ladykillers (Alexander Mackendrick, 1955): a sucessão de gags, a partir de situações aparentemente anódinas; o desencadeamento inesperado de peripécias que jogam com a inocência da velha senhora e com os erros dos criminosos; a importância da caricatura na definição das personagens; a progressiva transformação da vítima em carrasco; o jogo físico dos actores, acentuado por tiques fisionómicos bem definidos; a centralidade das sequências de rua, apesar da evidência da simplicidade dos cenários; o epílogo moral e em simultâneo profundamente anarquizante; o uso criterioso de adereços e de simples efeitos temporais, tornando a acção claramente visual e cinematográfica, sem nunca enjeitar a presença solipsista de um palco imaginário.

Entrega dos testes para avaliação de conhecimentos.


A comédia popular da Ealing e a tradição teatral da "black comedy"

5 Novembro 2015, 16:00 Mário Jorge Torres Silva

Os cruzamentos complexos entre a comédia de costumes e o thriller: as origens da black comedy e a persistência do chamado humor negro, tanto na literatura inglesa, quanto nos palcos vitorianos e eduardianos; a importância da formação teatral dos actores que vãoo dar corpo a esta tradição específica, ligada à exploração do nonsense e a uma certa visão absurdista da vida e da arte; a autorreflexividade da comédia negra, questionando a sua própria razão de intervir, de modo quase abstracto, na configuração do real.

Início do visionamento comentado de The Ladykillers (Alexander Mackendrick, 1955): o uso sistemático de cenários rigorosos, em que o estúdio constrói uma alternativa verosímil ao real urbano, e de estereotipadas personagens cómicas, como a velhinha aparentemente inofensiva ou o bandido desastrado; a inversão das expectativas e a inserção de pormenores de decoração vitoriana nos interiores; para uma comédia da classe média e para a classe média; a fina ironia na definição de personagens e o sarcasmo a delimitar uma visão demolidora da sociedade britânica do pós-guerra; a marcação quase teatral dos tempos de comédia; a violência surda dos confrontos entre personagens, pontuada por momentos de extrema violência física, embora por vezes parcialmente elidida; a importância da montagem e do fora de campo.

Breves notas comparativas com a recente versão americana (Joel e Ethan Coen, 2004), destacando o lado absolutamente epocal de uma comédia dificilmente transferível (mesmo que o cenário permaneça britânico) e actualizável.


Avaliação de conhecimentos

3 Novembro 2015, 16:00 Mário Jorge Torres Silva

1º teste presencial para avaliação de conhecimentos.


Um olhar retrospectivo sobre o cinema inglês até ao pós-guerra 1939-1945

29 Outubro 2015, 16:00 Mário Jorge Torres Silva

Revisões da matéria dada de forma a preparar o primeiro teste de avaliação de conhecimentos. A importância da fase britânica de Alfred Hitchcock e a centralidade do universo mágico de Michael Powell, como marcas históricas incontornáveis e definitórias daquilo a que (bem ou mal) se convencionou chamar "cinema inglês".