Sumários

V. Consciência - 1

2 Abril 2019, 12:00 António José Teiga Zilhão

Clarificação do sentido relevante do termo 'consciência' para a Filosofia da Mente. O chamado 'problema duro' da consciência. Versão de Thomas Nagel do mesmo: a invisibilidade essencial dos chamados 'factos perspectivais' para o chamado 'ponto de vista de lado nenhum', típico das ciências da Natureza. Dramatização do mesmo problema por meio da apresentação de um experimento conceptual idealizado por Frank Jackson: o experimento conceptual de Mary - super-especialista em fisiologia e neurologia e encerrada desde a nascença num quarto a preto e branco. As teses de David Chalmers acerca do problema duro da consciência: i) todos os estados e propriedades não-básicos do mundo natural são de natureza funcional e são logicamente sobrevenientes nos estados e propriedades da micro-física; ii) os estados e propriedades vivenciais da consciência são de natureza reconhecional e não funcional; iii) os estados reconhecionais não são logicamente sobrevenientes nos estados e propriedades físicos subjacentes; iv) qualquer explicação reducionista de estados reconhecionais em termos de estados funcionais está condenada ao fracasso. Análise do mais célebre argumento proposto por Chalmers para sustentar e ilustrar as teses acima: o argumento da concebibilidade de mundos zombi fisicamente indistinguíveis do nosso mundo. 


IV. Problema Mente-Corpo - 5

29 Março 2019, 12:00 António José Teiga Zilhão

O Funcionalismo (2). As duas posições nas quais o pensamento funcionalista se sub-divide: i) a posição da identidade funcional pura dos estados e processos mentais (e.g., Putnam); ii) a posição da especificação funcional dos estados e processos mentais (e.g., D. Lewis). Motivações subjacentes a cada uma delas. Críticas que cada uma delas dirige à outra. As principais objecções ao pensamento funcionalista: i) a objecção da incapacidade para integrar os fenómenos conscientes no âmbito da teorização psicológica; ii) a objecção da implausibilidade da recondução da discriminação entre conteúdos intencionais à discriminação entre papéis causais.


IV. Problema Mente-Corpo - 4

26 Março 2019, 12:00 António José Teiga Zilhão

4. O Funcionalismo (1). A posição funcionalista como uma das mais importantes posições do Monismo materialista conservacionista não reducionista. Definições de 'funcionalismo', 'estado funcional' e 'descrição funcional'. Critérios de identidade para descrições funcionais. Descrições funcionais como descrições de programas. Analogia entre relação mente/cérebro e relação software/hardware. Tese da realizabilidade múltipla dos estados funcionais. Corolário: defesa da posição de que a existência de uma Psicologia autónoma e irredutível é tão compatível com uma metafísica materialista como o é a existência de uma ciência autónoma da programação no âmbito da engenharia de máquinas. O problema semântico da determinação da referência dos termos teóricos de uma teoria empírica. Introdução do conceito de ramseyficação de uma teoria como modo de resolver este problema. Descrição do processo de construção da frase de Ramsey de uma teoria T e dos resultados que com ela se obtêm. A defesa por diferentes filósofos funcionalistas de que os termos com conteúdo mental do nosso discurso com conteúdo cognitivo devem ser entendidos do mesmo modo (funcional) que os termos teóricos o são após a recondução da teoria empírica T na qual eles ocorrem à sua frase de Ramsey. 


IV. Problema Mente-Corpo - 3

22 Março 2019, 12:00 António José Teiga Zilhão

3. O Argumento de Kripke contra o materialismo reducionista: i) O materialismo reducionista afirma que podemos entender as identidades psico-físicas (e.g., dor=disparo das fibras-C) como sendo do mesmo género que as identidades teóricas da ciência (e.g., água=H2O; calor=energia cinética molecular média); ii)  Refutação de Kripke do materialismo reducionista: a) as identidades teóricas da ciência, se verdadeiras, são (contra Kant) verdades necessárias a posteriori (i.e., são efectivamente identidades - as suas negações não podem ser afirmadas sem que se incorra numa contradição); b) as supostas identidades psico-físicas podem ser negadas sem que se incorra numa contradição; logo, elas nem são necessárias, nem são identidades; c) caso elas exprimam concatenações realmente existentes, as supostas identidades psico-físicas exprimem apenas concatenações contingentes (i.e., elas exprimem concatenações de natureza causal); d) mas causas e efeitos são eventos distintos entre si e independentes um do outro; e) logo, o que o materialismo reducionista contende é que poderíamos 'reduzir', por meio de uma definição com a forma de uma identidade, o termo que designa um efeito ao termo que designa a sua causa; f) mas uma tal contenção é patentemente incorrecta - as causas não definem os seus efeitos; g) logo, o materialismo reducionista é improcedente.   


IV. Problema Mente-Corpo - 2

19 Março 2019, 12:00 António José Teiga Zilhão

B) Monismo. Monismo idealista, monismo materialista e monismo neutro. O monismo materialista: eliminativismo e conservacionismo. A reinterpretação do problema mente-corpo no âmbito do monismo materialista conservacionista como o problema semântico de determinar a forma correcta de articular os discursos teóricos mental e físico. Catálogo de diferentes posições materialistas a este respeito: 1. O Reducionismo: i) Reducionismo completo: a tese da identidade tipo-tipo; ii) Reducionismo parcial: a tese da identidade tipo-tipo relativizada a espécies; 2. O Anti-reducionismo: a tese da sobreveniência do mental no físico; caracterização formal da relação de sobreveniência. Catálogo de posições anti-reducionistas compatíveis com a tese da sobreveniência: i) a tese da identidade exemplar-exemplar; ii) a tese da realização (de propriedades de 2ª ordem em propriedades de 1ª ordem).