Sumários

Ronda pelos trabalhos em curso

22 Fevereiro 2019, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

Saída de campo: Assistência a um ensaio das óperas O Castelo do Barba Azul Voz Humana de Béla Bartók, em produção do CCB, na noite de 28.2.2019 entre as 19:00 e as 22:00

 

Recebemos hoje mais um aluno de doutoramento, a saber: SAJJAD YARIFIROOZABADI, estudante iraniano inscrito e em frequência, que ficará connosco até finais de Abril.

Procurámos enquadrá-lo nos nossos trabalhos e propostas, passando a usar a língua inglesa sempre que o assunto lhe diga directamente respeito.

Sajjad apresentou de forma breve o seu campo de investigação: «In a few days, you will have summary-like of recent activities around my investigation and then a kind of comparative-analytical paper about the discussion which had upon distance and proximity, similarity and difference between Ta'zeyh and Lips of Thomas performed by Marina Abramovic.»   

Os colegas inquiriram-no para melhor perceberem o que tinham as tragédias da paixão no Irão associadas ao conceito de Ta'zeyh a ver com a performer internacionalmente conhecida pelo seu radicalismo político e estético, Marina Abramovic. Aguardaremos esclarecimentos por escrito para breve.

 

O restante tempo de seminário foi dividido com os alunos até agora regulares, especificamente Andrés Jurado, que prosseguiu com as explicações e ligações que tinham ficado por apresentar.

Tornou-se para nós claro o âmbito investigativo do trabalho do aluno a partir do pronunciamento do título (ainda que provisório) atribuído ao seu estado: Bem-vindos conquistadores interplanetários e do espaço sideral.

O aluno propôs aos colegas e a mim duas leituras suplementares que faremos até 8 de Março para com ele dialogarmos.

 

 

https://www.macba.cat/uploads/20081110/QP_16_Sanchez.pdf 

 

O trabalho do aluno Andrés orienta-se por diversas épocas trans-históricas analisáveis à luz de contexto histórico mas projectando-se muito para além dele. Foram trazidos diversos exemplos de imagens para que nos pudéssemos integrar na sua perspectiva.

 

Marineide Câmara referiu com brevidade o seu trabalho a apresentar no Seminário de Orientação Geral e que se ocupa de material relativo ao séc. XIX relacionado com o Teatro no Maranhão, Brasil. Tendo nós discutido com a aluna exemplos de imagens que agora estarão sistematizadas, foi breve a nossa intervenção a este propósito.

Isabel Leitão optou por não comentar as anotações que entendi fazer à sua investigação sobre dramaturgia portuguesa entre 2001 e 2018 que li em documento enviado pela aluna. Talvez possamos voltar a este assunto em breve.

 

Prossegue o acompanhamento à distância e presencial a Rita Miranda que tem como área de pesquisa o teatro político no Brasil e em Portugal na contemporaneidade.

 

 

 

 

 

Aulas previstas em Fevereiro – 4

Aulas dadas em Fevereiro – 4

Saídas culturais – 1

 


Materiais em análise

15 Fevereiro 2019, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

 

FEVEREIRO                        6ª FEIRA                               3ª AULA

 

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Dedicámos a aula a comentário de materiais específicos, no âmbito da investigação de cada um, e que, parecendo de somenos importância, poderá imprimir à pesquisa novos direccionamentos.

Tal foi o caso da observação de diversas capas de exemplares da Revista Teatral maranhense A FLECHA (1879-1881) propostos por Marineide Câmara. Com ela estabelecemos alinhamento e posicionamento das imagens em função do falso lugar de destaque atribuído ao indígena; confirmámos a opção sexista que tornava protagonistas apenas homens e nenhumas mulheres enquanto artistas; contemplámos as divisões de classe na sociedade maranhense a partir do lugar que ocupavam no teatro. Este conjunto de aspectos agora comentados poderá servir de ponto de partida para a avaliação do periódico dedicado prioritariamente à crítica de espectáculos, mas que revela uma componente antropológica, sociológica e cultural na orientação das próprias capas e que acentua o carácter conservador de tratamento de conteúdos.

Com Isabel Leitão fomos ao encontro de outros aspectos relacionados com a sua pesquisa dedicada à dramaturgia portuguesa entre 2000 e 2018, à teorização e compreensão do que será abrangido por pós-dramático e estará para além dele (Hans-Thiess Lehmann) mas também pela História de conceitos como dramaturgo/a e dramaturgista. Foram indicadas algumas leituras pela aluna que as comentou no espaço da exposição. Juntei ao seu contributo um fundamental testemunho que diz respeito a Gotthold Ephraim Lessing, o primeiro criador in nuce do termo dramaturgista. A prática do autor alemão no Teatro de Hamburgo, onde trabalhou em diversas áreas (dramaturgo, tradutor, crítico, investigador histórico, polemista, director do teatro, defensor de um teatro patriótico para o seu país, etc.) permitiu-lhe com a Dramaturgia de Hamburgo deixar diversos exemplos da prática artística teatral que viriam a marcar o entendimento do drama como género na sua distinta posição enquanto texto cénico.

A Isabel interrogou-se ainda sobre o talvez “lugar-comum” de que a dramaturgia portuguesa contemporânea não alcança uma representatividade muito positiva em teatros e espaços cénicos do país. Considerámos diferentes premissas à medida que íamos construindo pensamento: qualidade do texto, adaptabilidade do mesmo a uma realidade teatral muito heterogénea e que exactamente por essa razão nem sempre antevê adaptabilidade, criação de equipa artística e técnica adequada, sujeição do texto a pequenos nichos de mercado (teatro para amigos e entre amigos), orçamentação de projecto, apoios por concurso e outros. Talvez seja este contexto parte daquilo sobre o qual a Isabel se interroga quando se refere a dramaturgia portuguesa contemporânea. A discussão não ficou fechada, embora lhe reconheçamos a pertinência e ao mesmo tempo a fraqueza que começa por ser genológica.

Tentei defender que talvez a questão não esteja no género mas no assunto, embora reconheça que a escrita para teatro, para além de uma história que seja capaz de agarrar o espectador requer um trabalho de linguagem que não deixe fugir a história cunhando-a em várias direcções e pontos de vista. O enriquecimento textual é uma opção que torna normalmente exigente o trabalho cénico e de representação. Oficinas de escrita criativa e semelhantes actividades não garantem a qualidade de uma boa peça de teatro. Matéria sensível que provavelmente só poderá encontrar, em primeiro lugar, na qualidade da linguagem o seu verdadeiro atributo estético (estamos a falar de teatro de texto e não de outro) que vinculará o seu autor também a uma ética de que este tipo de obras terá de ser portadora.

 

Recomendo à Isabel Leitão o seguinte endereço electrónico:

https://expresso.pt/cultura/2017-09-10-As-duas-mortes-de-Miguel-Rovisco#gs.BNfVScGk

 

Iniciou Andrés Jurado Uribe a sua apresentação sobre investigação que prossegue já há algum tempo e que se ocupa de diferentes formas de mapeamento do mundo e do que para além dele possa existir. A leitura das imagens propostas por Andrés tem vindo a organizar-se em função de cada vez mais pormenores que, por isso, alargam o horizonte interpretativo e relacional entre conteúdos e formas, mas também como construção de memória sempre em arquivação e em desarquivação. Esta mobilidade intra-imagética que gera interpretação histórico-antropológica, política e social mas que é também o garante autónomo de que um mapa possui uma estética e uma ciência próprias de que derivam todas as camadas que se lhe sobrepõem. Este é o caso dos materiais seleccionados pelo pesquisador Andrés Jurado e que integram Novo Orbis (1570) do cartógrafo flamengo Abraham Ortelius.

A exposição e discussão deste projecto prosseguirá na próxima aula.


Participação em sessão de seminário de doutoramento PET

8 Fevereiro 2019, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

 

FEVEREIRO                                   6ª FEIRA                                          2ª AULA

 

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O nosso seminário de hoje teve lugar como sessão conjunta no âmbito do PET – seminário de doutoramento – na sala 1.26. Aí se reuniram todos os doutorandos em 2º ano de investigação com as suas professoras. Participámos primeiro numa discussão conduzida pela Prof. Maria João Brilhante sobre «Teatro, Memória e Tecnologia».

A segunda parte da sessão foi dedicada à elaboração de uma série de perguntas feitas pelos alunos e pelas professoras Maria João Brilhante e eu própria, colocadas ao trabalho do doutorando Andrés Jurado Uribe sobre o estado actual da sua investigação, a propósito da obra cartográfica e textual de Abraham Ortelius, «Novo Orbis (1570) Theatrum. Orbis Therrarum». Salientada foi a necessidade de o doutorando se ocupar de forma mais minuciosa das particularidades das imagens escolhidas e integrá-las em contexto de investigação.

Um dos vectores da investigação equaciona a possibilidade de leitura destes materiais como hipótese de a obra de Ortelius poder ser uma encenação ou uma performance, tendo em conta o modo de narração dos episódios apresentados pelo geógrafo flamengo.

Abordados foram ainda aspectos relacionados com os conceitos de teatro, drama, memória, Ritual-Drama da cartografia e da cosmografia relacionados com a obra de Ortelius e por fim possíveis relações entre cartografia, teatro e casa.

A discussão baseou-se em documento distribuído antecipadamente, da autoria do investigador, que pretende prosseguir o seu estudo analisando novos projectos de colonização do espaço terrestre e celeste como formas de encenação singular e colectiva, e questionar o sentido de verdade e não-verdade destas encenações. Defende o investigador que «o estado da arte é tão actual como anacrónico.»


Em orientação

1 Fevereiro 2019, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

 

FEVEREIRO                                   6ª FEIRA                                          1ª AULA

 

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1. São um pequeno grupo de investigadores que preparam as suas dissertações de doutoramento em fase ainda inicial. Quase todos eles já têm designados os seus orientadores e co-orientadores escolhidos livremente. Neste contexto o presente seminário tem a função de abrir espaço de diálogo, com cada um e nas suas áreas de trabalho e, ao mesmo tempo, levar a debate todo e qualquer assunto relacionado com as respectivas investigações.

O grau de profundidade dos diálogos terá de ter sempre em conta que os interlocutores saberão menos do que o próprio doutorando, o que não põe em causa que a qualidade das intervenções possa vir a surpreender todos e cada um.

Considerado o Seminário de Orientação II um fórum aberto para distintos debates, serão sempre considerados com a devida antecedência os tópicos para preparação em casa e futura apresentação em aula.

2. Nesta primeira aula, e exactamente por ser a primeira, optámos por fazer uma exposição colectiva sobre o trabalho de cada um em desenvolvimento na presente fase. Já com os temas de tese registados Marineide Câmara e Isabel Menezes fizeram breves exposições respectivamente sobre «Memória dos desacontecimentos do Teatro no Maranhão no séc. XIX» e sobre «Dramaturgia Portuguesa do séc. XXI». Tão distintos no tempo e no espaço, estes objectos de trabalho parecem privilegiar visões históricas do teatro de que nos tentaremos aproximar à medida que as alunas nos forem trazendo problemas decorrentes das respectivas pesquisas e reflexões. Solicitá-las-emos para virem a terreiro exactamente porque como menos conhecedores dos conteúdos e metodologias dos seus trabalhos, poderemos questioná-los onde as próprias investigadoras não tiverem ainda descoberto razões para esse questionamento. Esta é uma das funções deste seminário que se destina a fazer do imprevisto um instrumento produtivo.

Andrés Jurado ainda não registou a sua tese por razões que se prendem com o facto de, ao contrário das suas colegas, ter chegado ao curso de doutoramento um semestre mais tarde. Já lhe foram atribuídos, na área da tutoria, um orientador e uma co-orientadora que o deverão apoiar com regularidade na evolução das suas pesquisas. Com ele questionámo-nos sobre a necessidade de apresentar uma bibliografia até esta fase de investigação, mas sobretudo quisemos frisar o propósito de uma definição de um campo de estudos (na área da antropologia, sociologia da ciência, estudos espaciais, entre outros, com organização de um banco de imagens muito férteis e que acompanham neste momento já a pesquisa em curso referenciada pelo menos por um estudo de caso – a situação da estação espacial de Korou na Guiana Francesa.

3. Na sequência das exposições dos alunos pedi-lhes que apresentassem um resumo em português e inglês dos seus trabalhos na actual fase. Todos cumpriram com envio de textos que foram analisados, comentados e avaliados.

Existem novas propostas para um futuro próximo relativamente a pequenas tarefas, como por exemplo, a constituição de um índice do trabalho. Prosseguiremos com a liberdade de acção que cada trabalho permitir e também com outras propostas que os próprios alunos ou possamos trazer para a aula.

Prevemos a apresentação e comentário de gravuras do séc. XIX relacionadas com o estudo de Marineide Câmara, vamos querer ler textos da Isabel Menezes, veremos filmes propostos por Andrés Jurado, iremos ao teatro em conjunto sob minha proposta.

4. Num quadro tão diversificado ainda não nos debruçámos especificamente sobre a avaliação. Sabemos já que até 10 de Maio os alunos deverão entregar os seus relatórios finais. Voltaremos a esta rubrica quando for possível reunir os cinco alunos deste seminário. Fabiana Mercadante encontra-se em França em Erasmus+, integrando a turma em Abril. Rita Miranda é trabalhadora-estudante e para ela iremos procurar a melhor solução possível.

5. Integramos o Programa em Estudos de Teatro – Seminário de Doutoramento, criado pelas Professoras Doutoras Catarina Firmo e Maria João Brilhante, em que participaremos sempre que algum dos nossos alunos seja designado para fazer uma apresentação, ou quando os temas e oradores forem do nosso interesse.