Sumários

O "realismo" no cinema de Hong Kong: Fruit Chan, "Made i Hong Kong" (1997)

13 Novembro 2019, 14:00 Fernando Guerreiro

1. qual o sentido da expressão"made in Kong Kong": i) "imagem de marca" de Hong Kong e do seu cinema?; ii) a questão da sua identidade (nacional, local=étnica)?
2. Fruit Chan: da indústria para  cinema independente, a trilogia do "Handover" (1997/2000)
2.1.  a questão do "género": do "realismo social" ao "noir" ("youth gangster movies"): i) um  " noir  urbano" trabalhado a partir de baixo  (heterotopias); ii) isomorfismo entre características da cidade e da psique/ cérebro humano (a figura geométrica da "espiral", no centro dos prédios, e a sensação de "queda"/"vertigem"); iii) espaços claustrofóbicos (exteriores e interiores) virados ao negro (corredores como zonas crepusculares de sombras/ fantasmas);
2.2. plano "estético": i) estética "pobre" de um cinema directo, sem argumento, com actores não profissionais, câmera à mão (Wong Kar Wai), película descolorida: um "cinema menor" (Deleuze) ou "3º Cinema" como o da 6ª Geração chinesa (Jia Zhankhè); ii) um "quasi (fake/ half) realism" (Fruit Chan), mais "impressivo" (sensacionalista) do que mimético/descritivo; ii) desconstrução das grandes narrativas (lendas, clichés de Hong Kong, juventude) ; iii) miscigenação de géneros, efeitos de desfamiliarização e estranhamento (espectralização gneralizada): Hong Kong como "spectral city" (Binghan)  e "home" enuanto lugar do "estranho" ("uncanny home" (Esther Cheung);
2.3. filme como "alegoria" da situação do sujeito e da sociede no período da passagem da administração britânica para a China; i) um filme sobre "ser jovem" , numa situação de dupla marginalidade /exclusão (pela sociedade e gangs); ii) carácter "lunar" de "Moon", com o seu destino inscrito no nome); iii) numa sociedade sem pais dificuldade de assunção da posição edipeana: nem confrontar o pai nem ser gangster (fracasso do "atentado", em duas versões, a "ideal"= em "slow motion" e a "real"=em acelerado, com jumpcuts); iv) a "Voice-over" como figura da situação dos personagens com efeitos de espectralização em todo o filme; v) Boshan (Susan) como centro (símbolo) do filme e da situação dos 3 personagens (Moon, Jacky/Sylvester e Ping); como "elo letal" (pelas "cartas") entre eles e formação de uma "ghost community"): não só porque a situação é sem saída (no plano individual e social) mas devido ao seu erotismo (relação entre desejo e morte) e  "narcisismo" (permnecer "forever young"); vi) idealizaçao da "morte" como lugar de paz em que os personagens se tornam "imunes" ao real (vida).
* projecçãõ da parte final (na China) de Durian Durian (2002)


Pang Ho-cheung, "Dream Home" (2010) (2)

11 Novembro 2019, 14:00 Fernando Guerreiro

(cont.)
2.7. que tipo de personagem é Sheung?: i) especularidade, desdobramento e "shize": da "pessoa" ; ii) da "imagem-real"(motivada afectivamente na infância) à "máscara" ("imagem ideal"="virtual", trabalhada por um "hiper-mimetismo" de acordo com a "lógica fatal dos simulacros" (Jean  Baudrillard));
2.8. Horror ou catarse?: "empatia" com o personagem (motivado psicologica e socialmente pela "contra-narrativa" dos "flashbacks") ou acentuação da "insustentabilidade" da posição do espectador?; ii) catástrofe e não catarse (Aristóteles); iii) o "horror" é a perda do "local" (simbólico) e a queda no "imaginário" (selvagem: individual ou social); iv) semelhança entre a situação de Sheung e a de Hong Kong do ponto de vista da questão da "identidade".
* projecção (comentada) de um dvd do filme
Bibliografia: dois textos sobre "Made  in Hong Kong" de Fruit Chan na pasta da cadeira (azul:1)


O Terror "gore"do novo milénio: "Dream Home" de Pang Ho-cheung (2010)

6 Novembro 2019, 14:00 Fernando Guerreiro

1. do Fantástico espectral (de "fantasmas") a um Fantástico (Terror) "material":

1.1. um Terror local: popular, extremo,, de "pessoas Comuns";
1.2. e global: o "pan-Asian-horror" (no quadro da" globalização" do cinema: "hollywoodificação do cinema asiático"/ "asianificação" do cinema de hollywood");
2. "Dream Home" de Pang Ho-cheung (2010)
2.1.  um "horror local":  um"social satirical slasher movie";
2.2. Uma "história real"?, em que sentido? Datação interna do filme (30/10/2007): a crise financeira do "subprime" e 2007/8;
2.3 o problema da "(re)territorialização" numa realidade (a de Hong Kong como "para-site" (Ackbar Abbas))) flutuante e em constante mutação: a necessidade de "fixar" o Sujeito e o real - dupla obsessão de Sheung:  i) acumular dinheiro e ii) ter casa;
2.4. o Horror é a Economia (o Capital como a ontologia da contemporaneidade (Frederic Jameson));
2.5. o "gore" como regissto de figuraçao do invisíveel (a abstracção do dinheiro/ capital financeiro (Ansel Jaspe));
2.6. a Arquitectura (da cidade) como i) estrutura e ii) linguagem das formas do real e do Fantástico: i)  isomorfismo entre Arquitectura= Cérebro= Cinema (a abertura do filme); ii) do "noir ao "horror" (registo correspondente ao estado "tele-visual" do real (Pau Virilio)).
* projecção de sequências de "My left Eye sees Ghosts" de Johnnie To (2002) e "Dumplings", de Fruit Chan (2004)


Exercício Escrito

4 Novembro 2019, 14:00 Fernando Guerreiro

Exercício escrito


Um fantástico espectral:Ching Siu Tung, "A Chinese Ghost Story" (1987)

30 Outubro 2019, 14:00 Fernando Guerreiro

1. Quanto ao género: 1.1. um wuxia shenguai  moderno (tecnologicamente) e erotizado (Leslie Cheung como "Final Boy"); 1.2. duplo registo do "desejo" e do "sonho";
2. plano narrativo: "a Quest narrative" (Zou)= da "identificação" do estado/natureza (Nip Siu-sin), da determinação sexual (Ling Choi-san) no quadro da problemática da Castração;;
3. o cenário do "desejo":
3.1. positividade do plano do "femenino":/"passividade" masculina: centralidade da sequência do "Banho": desejo da ordem do "entre-visto";
3.2. figuras do "feminino": i) dadas no plano de uma inte-rmedialidade, entre "ar" (como "fantasma") e "água" (fluidez líquida do desejo); ii) diferentes estados de (i)materialidade: como "fantasma", "pintura", "depósito físico" (restos mortais);
3.3.  a figura do Hermafrodita (Lao Lao= "Old Dame") como "mãe-fálica"; a Língua como símbolo fálico;
4.  Desenlace: da "noite" (plano onírico do desejo) para o "dia" (real): serenização dos fantasmas?; do "shenguai" à história de "xias" (solidão celibatária masculina do herói)
* projecção (comentada) de um dvd do filme